O maior universo pequeno do mundo

Daniel Andrade
Dafiti Group
Published in
4 min readJul 27, 2020

O ano de 2020 vai ficar marcado na história por vários motivos! Pandemia, quarentena, máscaras, vacinas… Tudo será diferente daqui em diante, numa espécie de Pré-Pandemia/Pós-Pandemia. Já consigo enxergar, daqui algumas décadas (não muitas), a caneca de chá na mão, rodeado de crianças e contando histórias de vovô: “No meu tempo, ficamos meses sem poder sair de casa, trancafiados com medo de um inimigo oculto”. Que aventura, meus amigos!!!

Em meio a tantas mudanças e desafios, veio o convite para falar sobre o Dia dos Pais para o blog do Dafiti Group (aqui, as datas comemorativas estão sempre conectadas ao negócio) e como essa experiência se conecta como profissional.

Ser pai é essencial para minha vida profissional como um todo (só no Dafiti Group, estou a 6 anos). É como pai onde eu aprendo as maiores lições, a me desconstruir, a me reorganizar, a me aprofundar na sociedade (obrigado pelas aulas DFT Black — nosso grupo de afinidade da causa negra na frente de Diversidade)… Budget, timeline, prazos, pressão, benchmark fazem muito mais parte do meu lado pai do que meu lado desenvolvedor (isso não quer dizer que podem pegar mais pesado, viu, gestores :P). Isso me ajudou a transformar a minha carreira profissional em uma extensão do meu papel de pai. Explico:

Emilly no início da sua transição capilar!
Emilly no início da sua transição capilar!

Na constelação que é a minha vida, tenho que conciliar a atenção de tudo e aprender muito com esses meus 3 “sóis” em diferentes ciclos solares:

A Emilly, com 17 anos (prestes a completar 18), um mulherão fantástico, que exala brilho e destreza por onde passa, super comunicativa e elegante. Sociável ao extremo, mostra como se comportar em cada situação, em cada ambiente, em cada dia. (nem citei os outros e só aqui já aprendi um montão)

Ian e seu Black Power perfeitinho!
Ian e seu Black Power perfeitinho!

O Ian, no meio de tudo! Sempre brinco falando que eu tenho um homem de verdade em casa! Forte sem ser bruto, firme mas com simpatia, educado, super sensível, carinhoso ao extremo (principalmente com as irmãs)… Têm um respeito absurdo por TUDO e por TODOS, adora cozinhar e é super pró-ativo em todas as questões de estudo e de casa, como limpeza, organização, louça, etc. Esse carinha de 13 anos é quem me dá verdadeiras aulas da vida, do que é ser humano, do que é ser uma pessoa bacana.

Kyara e sua maquiagem afro de carnaval!
Kyara e sua maquiagem afro!

E por último a Kyara, com seus 9 anos! Um leão, de uma força exorbitante! De uma meiguice misturada com determinação, capaz de mudar o ar de qualquer ambiente com apenas um sorriso. Espírito de artista, encanta a todos parecendo que vive pintando a vida com suas próprias cores, com seus próprios traços.

E eu, no meio disso tudo, tentando me organizar para que tudo funcione: horários precisos, tarefas alinhadas, regras claras (principalmente pra mim), estudos de casos, etc. E nestas estão mais algumas lições que levo para todo o meu cotidiano.

Mas como estamos falando de crianças (e seres humanos em geral), sabemos que nada é extremamente organizado, preciso, alinhado… É nesse momento onde eu aprendo mais algumas coisas: a flexibilidade, a forma de me reinventar, a superar pequenos desafios do dia a dia, de conseguir controlar o fluxo quando as coisas saem do trilho.

A parte de ser o SUPER-HERÓI é fácil. Tiro de letra ter que ser jogador de futebol, maquiador, manicure, corredor, economista, craque em matemática, acrobata, cozinheiro, psicólogo, conselheiro, torcedor, campeão, forte e amigo.

A coisa mais simples é ter na ponta da língua a resposta de como nascem as árvores, as estrelas, as galáxias, as crianças… Onde fica a casa da formiga, porque os pássaros cantam, como a cigarra vibra, porque o avião não cai, porque a lua não desce.

Amedrontar Cuca’s, Curupira’s, monstros e afins antes de dormir é coisa básica.

Conhecer todos os desenhos animados, personagens de fábulas brasileiras, jogos de videogame, celebridades do TikTok, então… Pffff… Facinho.

Agora alguém tenta enfiar na minha cabeça como lavar o cabelo da Kyara sem molhar o banheiro todo, como explico pro Ian que é fisicamente impossível amarrar os tênis enquanto se dança Just Dance e como acompanhar a Emilly me mostrando uma nova perspectiva de uma nova história que só uma grande mulher no auge dos seus 17 anos sabe contar (isso em meio a correria do preparo do jantar)…

Tenho uma “universidade” dentro de casa! E todas essas lições me fazem uma pessoa, um pai e um profissional muito melhor!

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