Quem são as mulheres inspiradoras da sua vida?

Caroline Somera
Dafiti Group
Published in
3 min readAug 10, 2021

Não é preciso ir muito longe para se transformar com histórias femininas: eu aposto que você conhece a trajetória de uma mulher inspiradora que está bem pertinho de você.

Djamila Ribeiro, Simone Beauvoir, Marie Curie, Michelle Obama, Lygia Fagundes Telles, Chimamanda Ngozi Adichie…esse é só o início de uma longa lista de mulheres que construíram e influenciaram a mulher que eu me tornei. Mulheres que lutaram ou ainda lutam pela igualdade de gênero na nossa sociedade.

Dos livros feministas aos prêmios Nobel, elas me mostraram que lugar de mulher é onde ela quiser!

Mas não é preciso ir tão longe — para outros países, universidades ou universos literários -, para encontrar a figura de mulheres inspiradoras: basta olhar para o lado (e com atenção!). Por aqui, eu me emociono todos os dias com a história da minha mãe:

Maria, a mulher mais corajosa e incrível que eu conheço.
A mulher que venceu a depressão, o câncer de mama e, mais recentemente, a pandemia da COVID-19, que lhe arrancou familiares e o emprego.

Essa aqui é a Maria, minha mãe.
Essa é a Maria, minha mãe.

Maria nasceu numa cidade de 2 mil habitantes, no interior de São Paulo, e parou de estudar no primeiro ano do Ensino Médio porque precisava trabalhar. Minha avó havia se divorciado nos anos 70 e a vida não foi fácil para uma família de mãe solo e quatro filhas. Aos 18 anos, ela se casou com Ademir, o meu pai. Aos 19, ficou grávida do meu irmão. Aos 22, saiu da sua cidade natal e se mudou para Jundiaí (SP) em busca de novas oportunidades.

No novo lar, Maria trabalhou como babá, faxineira, cuidadora e cozinheira. Construiu uma casa e uma família ao lado do meu pai. Aos 28 anos, me deu a vida. E pouco depois do meu nascimento, recebeu uma proposta para administrar, como sócia, a cantina escolar onde trabalha até hoje. E ela é a alma daquele lugar! Planejou cada investimento, cada expansão, cada nova contratação e cada reforma durante os mais de 20 anos em que o administra.

Neste período, também passou por muito: enfrentou uma depressão severa e um câncer de mama. Com perucas na cabeça, quimioterapias, cirurgias e muita coragem, ela venceu os dois — de um jeito que é só dela.

Em 2020, a pandemia da COVID-19 fechou as escolas de todo o país. Maria ficou sem emprego e um tanto sem chão. E foi em mais esse período difícil que ela nos relembrou da mulher incrível que é: bastou uma semana em casa para começar a vender salgadinhos fritos. Em duas, o cardápio contemplava salgados assados, nhoques, tortas e bolos. E tudo que ela conseguiu (re)inventar.

Torta de amora da Maria.

Afinal de contas, Maria é (re)invenção. Sobrevivência. Força.

Maria, minha mãe, me ensinou que tudo é possível para uma mulher. Me ensinou que eu posso ser quem eu quiser, mesmo que seja preciso contrariar o mundo para isso. Me ensinou que é preciso ter coragem para enfrentar as desigualdades da sociedade em que vivemos.

Minha mãe, que venceu uma família divorciada nos anos 70, uma depressão, um câncer de mama e uma pandemia, mesmo sem saber, é a maior feminista que eu conheço. Ela me inspira, todos os dias, a ser uma pessoa melhor e lutar pela igualdade de gênero.

E é a sua história de coragem que será compartilhada com as meninas da Fundação Julita, beneficiadas pela primeira ação do DFT Social, Programa de Voluntariado Corporativo do Dafti Group. Por meio do “Cartas Solidárias”, os funcionários da empresa terão a oportunidade de escrever uma carta encorajadora para jovens de até 15 anos em situação de vulnerabilidade social. O objetivo da carta é inspirar meninas e mulheres: apresentar referências, histórias e trajetórias que possam inspirar suas próprias jornadas.

Apresentar mulheres inspiradoras como Maria, minha mãe.

E você, me conta: quem são as mulheres inspiradoras da sua vida? Compartilhe com as meninas da Fundação Julita!

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