Lembrança 30 | Uma Coisa Chamada Saudade
Essa é a minha última entrada do Diário Atrasado de Intercâmbio.
E, sinceramente, não sinto como uma despedida.
O Canadá sempre vai estar comigo. Independentemente se eu falar sobre ele ou não.
Outro dia, estava contando para uma pessoa que 2013 — o ano do meu intercâmbio — foi o melhor e pior ano da vida.
Ao mesmo tempo, eu sentia que estava no lugar certo … vivendo o que tinha que viver … e era tão dolorido.
E, às vezes, era vazio. Não fazia diferença existir. Estar ali.
Diante disso … como você pode considerar que algo foi bom, não é?
Em uma palavrinha que nossa língua maravilhosa nos deu: S-A-U-D-A-D-E.
A saudade dói. Mas também traz sorriso misturado ao salgado das lágrimas.
Traz risada seguida do soluço do choro.
Aperta e expande o coração.
É a certeza de ter valido a pena … e a incerteza de quando vai viver algo assim de novo.
É acalento … é frio na espinha.
É estar vivo … com as dores e alegrias que isso o que chamamos de vida nos proporciona.
É estar em casa mesmo quando não se está.
É fazer casa no estrangeiro. É se sentir um estrangeiro em casa.
É viver com S-A-U-D-A-D-E.
Eu nasci brasileira, sempre serei brasileira … mas algo de canadense vai ficar marcado em mim. Para sempre.
Obrigada, obrigada, obrigada!
A saudade não me deixa esquecer …
