Gracias, Rafael ❤
(que disse "Não pare!").
sempre é bom receber retornos assim, mas hoje foi mais ainda.
eu costumo ter uma fé inabalável nesse negócio que tô fazendo, nesse jeito de viver que escolhi. eu acordo de manhã e faço o que eu tenho pra fazer — não importa o que seja, desde limpar cocô de bicho a escrever texto — , e sem condicionar ao resultado (sem expectativas de que x pessoas vão ler ou de que a coisa vá gerar retorno financeiro).
meu estilo de vida é muito incerto. eu sou privilegiada por todos os ângulos que se possa analisar, por isso eu pude escolher essa vida assim, incerta. mas a gente nunca aprendeu a conviver com a incerteza — principalmente a gente que estudou em escola boa, fez faculdade, família ajudou, sempre teve emprego e salário bom.
eu tenho que aprender a conviver com a incerteza.
a maré sobe e desce, relaxa aí. a água se mexe, tu não.
quem tá acostumadinho às “garantias” (entre aspas porque é uma ilusão, não existe garantia de NA-DA na vida) sente muito frio na barriga até aprender.
nos últimos dias fiquei fisicamente cansada (tô fazendo muita coisa), emocionalmente exausta (tô me sentindo sozinha), e mentalmente perplexa (comigo mesma e com as coisas que ando descobrindo aqui dentro). essa combinação resultou em um abalinho na geralmente inabalável fé. e eu comecei a me perguntar coisas improdutivas, do tipo: de que adianta eu fazer isso? quem eu acho que tô ajudando? de que buraco escuro da psiquê vem essa vontade de ajudar o mundo?
às vezes me vem uma dúvida que ultrapassa muito os sustinhos básicos sobre o sustento, os trabalhos, as despesas. às vezes a dúvida é sobre a base do sistema de crenças, é sobre os conceitos nos quais apoio minha vida e todas as minhas escolhas e decisões. às vezes, me bate uma dúvida do tipo “será que eu tô viajando na maionese e tudo que eu acho e acredito é uma baita ilusão?”. às vezes, bate um grande SERÁ, mano????
então, Rafael, hoje tu foi o escolhido da Universa pra soprar no meu ouvido o recadinho: "xiu, fica quieta e continua fazendo o que tu tem que fazer. tu não sabe nada dos desígnios do universo e não tem controle sobre porra nenhuma".
muchas gracias, muchacho. por ser a voz da vida, essa louca gostosa, no dia de hoje. por gastar dois minutos do teu dia pra escrever "Não pare!" e pra me dizer que uma coisa que eu faço te ajuda e te inspira (ainda que a gente tenha opiniões e visões diferentes). isso significa O MUNDO pra mim ❤
PS para todos os leitores: uma das maneiras de me apoiar na minha incerta vida de pregadora do novo mundo é me mandando freelas:
1 — de produção/edição de conteúdo para sites, publicações, revistas, relatórios, comunicação interna etc. e não apenas sobre os meus assuntos (horta, comida vegetariana, veganismo, bichos, meio-ambiente, agroecologia, agricultura urbana, ativismo, menos plástico, agrofloresta, etc), ainda que seria incrível pegar um freela para escrever sobre isso. mas, dentro dos meus limites éticos, não há assunto-tabu: eu amo escrever e o faço com toda a minha presença, mesmo que seja sobre, digamos, seguro-fiança ;)
2 — ainda faço freela de arquitetura de informação clássica. não vou desenhar wireframe, mas sabe organização de conteúdo? ir lá na empresa, analisar bases de informações, entrevistar colaboradores e público, elaborar mapas de navegação? pode me chamar.
3 — dou oficinas de horta em pequenos espaços, compostagem doméstica e comida vegetariana simples, boa e agrobiodiversa. ajudo a montar horta em casa, empresa, praça, calçada. e posso ir na empresa pra falar disso tudo e ajudar os funcionários a ficarem mais felizes. todo mundo pode. todo mundo merece :)
Gosto de hortas, bichos, dança, sol, mar, mato, gente pelada, comida-planta, amor, desejo, entusiasmo, gratidão. Ando pelo mundo vivendo isso e estudando/praticando agroecologia, agricultura urbana, permacultura, agrofloresta. Escrevo na Herbívora, no coletivo de mídia independente Por Que Não? e na revista Trendr. Minha vida é um livro aberto no Instagram e também arrisco uns vídeos toscos no HerbívoraTube. Dou oficinas pra quem quer começar a plantar em casa e compostar. Cozinho, danço e dou cada abraço… ❤
