Uma casa para novas histórias

Victor Lima
BLOG DO LA
Published in
3 min readJul 18, 2022

“O tempo está se esgotando, meu amor. Vamos terminar com o começo do mundo, podemos? Sim. Podemos.”

(O Céu de Pedra — N.K. Jemisin, p. 11. Editora Morro Branco)

Certo, vamos lá. As pessoas definitivamente não saíram melhores e mais “humanizadas” dos acontecimentos mais intensos da pandemia da Covid-19. Inclusive, muito pertinente pensar se, diante de um cenário social e ambiental tão caótico, o verbo “humanizar” é de fato a expressão de boas ações. Uma leve digressão para começar um texto informativo, mas sem ladainhas e sentimentalismos relacionados a recomeços — passamos dessa fase, e ela é tão 2021.

A política e a cultura estão pulsando, cheias de vida e caos — acho que nunca estivemos tão cientes da nossa capacidade de adaptação, de criar e de destruir. O futuro é tão incerto, e nossas projeções, tão imprecisas… Só que, enquanto a terra se parte e as disputas de poder se intensificam, as pessoas ainda precisam cuidar do mundo e de si próprias, precisam cantar e dançar e aprender e ler. Então, é isso, foco! Precisamos continuar lendo, as histórias ainda existem e existirão para sempre.

Nossa comunidade existe desde 2018, e, após o encerramento das atividades de nossa antiga casa, a Livraria LDM, que nos acolheu por tanto tempo, precisávamos de um novo lugar para nossos momentos. Um lugar carregado de cultura, acolhedor. E encontramos essa nova casa, uma nova casa cheia de história(s): O Museu Regional de Vitória da Conquista — Casa Henriqueta Prates.

O clube Leitores Anônimos (LA) agora é um projeto de extensão da UESB, o Clubes de Leitura Camillo de Jesus Lima, que abarca tanto o LA quanto o nosso irmão, o Clube de Leitura Preta.

Continuaremos funcionando com a mesma proposta, com uma lista de temas decisiva para nossas escolhas, sistema de votação para definir os títulos aberto a todes que queiram participar, sempre. A diferença é que agora nos adequamos a um espaço mediado pela universidade e que, por ser um museu, exige de nós um cuidado especial. Por se tratar de um projeto de extensão, o clube emitirá certificados, mediante o preenchimento das listas de presença dos encontros.

A possibilidade de permanecer e de continuar cumprindo nosso papel cultural (e também social) é uma fagulha para nossa pequena revolução. Enquanto as chamas de grandes revoluções não ardem, é possível fazer pequenos incêndios aqui e ali.

E é isso, no dia 29/07, às 19 horas, discutiremos o livro “Niketche — Uma história de poligamia”, da escritora Paulina Chiziane, vencedora do Prêmio Camões (2021), no espaço do museu. E esperamos todes que amam boas histórias por lá.

Divulgação — Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista

Obs: Durante o período pandêmico, o uso de máscaras ainda é obrigatório dentro das imediações do museu, o que é uma diretriz da universidade.

--

--