Bulímica

Bela Noaro
Dia Branco
Published in
1 min readApr 6, 2016
O que vês? (foto: Camil Tulcan)

Enxerga-te. Até quando vomitarás tuas frustrações aos quatro ventos? A necessidade de seres aceita se tornou mais compulsiva que a constante preocupação com tuas vaidades.

Ó Bulímica, até quando engolirás tuas tristezas e decepções se quando estás lúcida regurgitas teus anseios a quem vale o apreço?
Vejo que tens estagnado teu progresso pessoal, a busca de si mesma, contentando-se do ego inflado por pessoas néscias. Quem realmente és? Serias o espelho de tuas companhias? Ainda suja de palavras vazias, procuro a esperança em teus olhos, porque perdi-me em teus dizeres e não te encontrei.

Consegues ser o que mais me agrada dentro de uma realidade que não me cabe. Me confortas com tuas conclusões reditas e me beijas com tua boca julgadora. Minha doce mimética, quando conseguires descobrir a beleza de tua alma singular talvez seja muito tarde e já tenhas esquecido o que efetivamente és. Mas aqui estou, aguardando a próxima desilusão para que eu possa ouvir de perto a voz do teu coração.

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