1 de Agosto
Uma bandeira vermelha despontará no Planalto. Com todos os indicadores de uma recessão global agora expostos, a tendência recente à política assistencial — até então puramente eleitoreira — está para se consolidar no governo. O liberalismo da campanha de 2018 irá desembarcar, com Guedes ou sem Guedes. Quem quiser interpretar o bolsonarismo deverá levar a sério o populismo eclético, algo daquele Mussolini das políticas trabalhistas. Em todo caso, Bolsonaro nunca foi lá tão dado à austeridade fiscal — nenhum militar é, corruptos que são. Mas um governo de política assistencial deve canalizar para seu chefe todo o capital eleitoral gerado. Como, se Bolsonaro desceu a rampa da propaganda institucional? Se o neoliberalismo entrou em curto-circuito na pandemia, o bolsonarismo está em meia-fase há cerca de um mês.