(Nota nº6) Tudo é material, mas e os estados da matéria?

André Silva
#Diários de bordo
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3 min readMar 4, 2020

Um problema comum ao ser humano é a morte, a inconsciência, o futuro, o infinito desconhecido, o sonho, a mente. Também a origem. É problema comum a todos. Se a ciência se debruça sobre as necessidades, sobre a doença, sobre a felicidade, sobre a tristeza, sobre a biologia, sobre a fisiologia e os fenômenos, então interessa a esta mesma ciência entender a inconsciência, a morte, a continuidade pela cultura ou pelo espírito.

A razão de toda corrente de conhecimentos deve ter por fim o bem da humanidade, ou no mínimo não prejudicar a humanidade, o que do contrário justificaria a crítica ou a não tolerância. A ética deve ser assim, a primeira preocupação.

Forças e interação e relações são materiais ou imateriais? O tempo e o movimento são materiais ou imateriais? A transformação das energias são materiais ou imateriais?

Sendo a ética a primeira preocupação, o melhoramento moral da humanidade também deve estar incluso em suas pautas de discussão, sobretudo se o desenvolvimento do conhecimento, da medicina, da ciência, da educação, da tecnologia, da economia, da religião implicam direta ou indiretamente no bem estar social.

Não podendo todas estas serem questões de uma ética, ela não deve ser, no mínimo, uma via negativa a essas questões. Se supormos ser a alma real, dever-se-ia considerar uma ciência pelo prisma da alma. Pois os problemas da morte e da vida, doenças, dificuldades de nascença, enfim, os problemas da própria humanidade provavelmente estariam a ela relacionados em algum grau.

Todas as coisas que existem, existem em interação. Na vida e no mundo não há qualquer coisa absolutamente estática, tudo é fenômeno. A constância é dada pela constante variação rítmica: a dialética do tempo e espaço, a dialética do material e imaterial, a dialética da vida e da morte, da potência com a impotência, do estado de cultura de um código, do estágio de conhecimento de uma cultura, o que não conhece hoje mas que fará conhecer amanhã. Estas transições não permitem isolar as ideias de seus contextos. Conhecido e desconhecido. A transição é fenômeno.

E o fenômeno é matéria? As relações são matéria? É uma ou outra coisa? Se a forma é o que varia, o que caracteriza o material? Há o imaterial?

O raio solar, assim como a luz, não pode ser visto incidindo em nossos corpos. Podem ser sentidos e produzem a visão material. Muitas vezes, nem a sensação do calor se percebe, só o efeito, a queimadura.

A luz do sol é imaterial, no entanto provoca calor. Afeta o corpo. Proporciona a visão. Qual a diferença no que tange a sua natureza material entre um elemento que se transforma instantâneo e outro que leva tempo para essa transformação, como o caso de elementos sólidos versus gasosos?

Nota 6: 12/11/2019 — Reflexões sobre Filosofia não-materialista

Notas e Rascunhos de reflexões e meditações pessoais para produção dos meus textos finais. Essas notas são o registro da “caminhada”. Esteja claro que há, portanto, mudanças e movimentos de pensamentos no processo, para forjar o pensamento final. Publico como modo de guardar o exercício que fiz para amadurecer algum ponto de vista. Essas notas geraram (ou irão gerar) textos oficiais e definitivos que irei posteriormente referenciar aqui.

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André Silva
#Diários de bordo

Pensador, investigador e “filosofista”. Pesquisa a ciência, a consciência, o espírito, linguagem, cultura, redes, etc. Mestre em C.I. Instagram: @andrefonsis