O Brasil não é a Dinamarca, mas temos chance…

Diego Bonetti
Diego Bonetti
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14 min readJun 1, 2018

Entrevista com Martin Cezar Feijó

Foto: Acervo Pessoal

Por Diego Bonetti e Marina Verenicz

“Nós estamos caminhando para um debate em que a necessidade de um maior rigor na aplicação do recurso público, acaba favorecendo exatamente a modernização do país”.

É o que diz o professor da Faculdade de Comunicação e Marketing da FAAP, Martin Cezar Feijó, em entrevista ao LabJor FAAP. Feijó reflete sobre as origens históricas da corrupção, o atual estado das instituições políticas e também sobre a esperança, como afirmou acima, que o país saia desse período renovado e fortalecido. Afinal, segundo ele, já estivemos em situação pior.

O historiador Martin Cezar Feijó é formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Autor de dez livros, entre ensaios, ficção e ficção paradidática. Conselheiro editorial da Fundação Astrojildo Pereira em Brasília. Foi professor-pesquisador no programa em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Presbiteriana Mackenzie e desenvolve projeto de pesquisa sobre a relação entre política cultural e contracultura, com vista a publicação de livro sobre o tema. Atualmente desenvolve projeto de extensão sobre a obra de William Shakespeare (1564–1616) em seu contexto histórico-cultural. com cursos, artigos e viagens em torno dos 400 anos da morte de Shakespeare.

Confira a entrevista na íntegra:

Diego Bonetti O assunto que nós estamos tratando no LABJOR é basicamente a corrupção em todas as vertentes que ela pode agir. Você acredita que a corrupção é uma herança do colonialismo?

Martin Cezar Feijó — Olha, na verdade depende do que a gente entende por corrupção. Se entender por corrupção o desvio de verba pública, ela acontece basicamente a partir do Brasil independente, que aliás é o tema daquele seriado “Filhos da Pátria”, que mostra como a corrupção do Estado começou a ser uma prática.

Agora se for ver pelo lado histórico, na perspectiva que nos é levantada pelo maior historiador do século XX, que é o Sergio Buarque de Holanda, na verdade há um elemento cultural da própria colonização portuguesa no Brasil que de uma certa forma favoreceria a uma confusão entre aquilo que é fundamental na modernidade, que é a distinção entre o público e o privado.

Essa questão da distinção entre o público e o privado, na perspectiva que o Sergio Buarque levanta, que ele chama de “O homem Cordial” — que muita gente acha que é um elogio, mas, na verdade, é um diagnóstico que estabelece uma espécie de confusão entre o que é público e o que é privado. Ou seja, quem assume cargo público considera o dinheiro que administra não como sendo do povo, não como sendo da República, mas como sendo a seu bel prazer. Isso a partir da cultura do Brasil Colônia, a partir de uma condição que venha a estabelecer a ideia de que para a família tudo, para os amigos tudo, para os inimigos a lei. O que for para si próprio é algo perfeitamente autorizado, algo perfeitamente legitimado e que nenhuma lei esbarra. Agora com o teu adversário, você chama o Sérgio Moro. Esse aspecto continua a vigorar na maneira como hoje o Brasil está dividido: entre os que são críticos da corrupção e os que dela se beneficiam.

A gente está vivendo um período bastante problemático. Você vê aqueles que seriam os baluartes da honestidade sendo condenados pela Lava Jato. Você vê também que não sobra ninguém. Na verdade, o grau de promiscuidade envolveu todo o setor público.

Só que é perigoso você dizer que há uma cultura da corrupção, porque, de uma certa forma, você está legitimando a ausência de uma abstração lógica que estabelece que todo mundo sabe o que lhe pertence e o que não lhe pertence, todo mundo sabe que o dinheiro no qual está “metendo a mão”, seja para campanha política, seja para benefício próprio, é algo que não lhe pertence. É claro que isso tem um custo, um resultado que se manifesta na ausência de dinheiro para a saúde, a segurança, e para educação, que é a principal prejudicada nesse processo todo. Ou seja, o princípio básico, que seria a ação do Estado, se vê prejudicado pelo desvio das verbas que a corrupção gera.

MV — Isso quando a gente está falando de uma corrupção política. Mas tem aquela corrupção diária. De onde você acha que vêm essas origens da corrupção diária?

MCF — Nesse sentido, nessa tradição, podemos ver a hipocrisia. A corrupção se espalha por toda a sociedade. Nós temos alguma coisa atávica que leva exatamente a autorizá-la — ,mas isso há no meio acadêmico, no meio privado, isso há no meio familiar, ou seja, é algo que é muito mais disseminado.

Eu vi ontem um vídeo sobre a Dinamarca, que é considerada o país mais feliz do mundo, e é também o país de menor corrupção do mundo. Um país em que o homem público vai de metrô para o trabalho, ele não tem verba de transporte ou de segurança, ele vive no meio do povo. Não há um “fazer da vida pública um negócio”. Isso no plano público.

Agora, isso (da corrupção) se dá também no plano privado, nas esferas mais individuais de uma corrupção que não envolve apenas um dinheiro do qual se beneficia, mas também decorrente de uma ausência de punição. O que ocorre exatamente com o crime organizado.

MV — Você acha que nesses casos de corrupção corriqueira que temos todos os dias, as pessoas entendem a diferença da coisa pública da coisa privada? Que a sua atitude pode provocar danos à sociedade?

MCF — Não. Talvez não. Aí entra não a falha, mas talvez entre aí o papel da educação, e a educação que também deve ser dada pelo Estado. Mas, na medida que o Estado não consegue demonstrar na sua própria carne, na sua própria situação, um rigor na apuração, é inevitável que se entre na política.

Hoje, no Brasil, estamos vendo que quando se fez o golpe do impeachment — e hoje eu já posso falar com mais certeza de que houve um golpe, não sendo mais uma opinião ideológica — ,percebe-se claramente que o principal fator que unificou os setores políticos para o impeachment foi exatamente a compra de votos no sentido de que ela eliminasse as investigações da chamada Lava Jato.

No fundo, não foi no sentido da moralização, foi no sentido até do aprofundamento de uma corrupção que estava totalmente disseminada por uma forma de poder que se constituiu. Não era um partido, não era uma presidente, era uma situação na qual ia se tentar (barrar a Lava Jato) — que é o que se está fazendo agora com a impunidade do Presidente (Temer) com tantas acusações (contra ele) que ocorrem com farta documentação, até mais do que (contra) o Lula, até mais (contra) aquele que venha a ser o símbolo da corrupção. Não é uma narrativa ideológica, é uma observação do período que estamos vivendo, que talvez seja necessário para que aconteça uma modificação nas próximas eleições e nos próximos anos.

MV — O Renato Janine define que existem três momentos de corrupção e três formas diferentes. As duas últimas são chamadas de moderna e pós-moderna. A moderna seria o furto da coisa pública e a pós-moderna como uma tentativa de obter poder. Você acha que no Brasil a gente está na fase do furto da coisa pública ou na questão do poder?

MCF — Nos dois. Você tem uma certa justificativa pelo desvio do dinheiro público para poder manter um determinado projeto político. Esse projeto político pode ser a perpetuação dos próprios políticos. O que não deixa de ser um projeto, algo no qual o dinheiro é utilizado em campanhas caríssimas e se baseia na desconstrução do adversário, mesmo que também depois de “desmontar” o adversário, se demonstre igual (ao adversário), como o que aconteceu com aquele que perdeu a última eleição para presidência (referindo-se ao senador Aécio Neves). E, de repente, vem à tona fatos que pegaram de surpresa até os companheiros honestos do partido que ele pertence. Há pessoas honestas, há políticos honestos, assim como há, de outro lado, jornalistas desonestos. Não há como generalizar sem uma investigação concreta e profunda sobre cada caso — em que o princípio da dúvida com relação a falta de provas deve ser mantido.

MV — Você acredita que o Brasil não é um país corrupto por essência?

MCF — O que me incomoda é considerar que eu sou corrupto porque faço parte da sociedade. Eu não me considero corrupto, talvez fraco, mas corrupto não.

MV — Leniente?

MCF — Não, é no sentido que eu me questiono até que ponto eu acabo favorecendo esse quadro de coisas por ignorância. Eu acho que o fator principal é a ignorância e não necessariamente o “se beneficiar de uma determinada circunstância”. É por isso que eu acho que a ideia da cultura da corrupção que nos mantêm desde a época colonial acaba sendo falaciosa.

No fundo, a República é exatamente aquela que garante preservar a “coisa pública”, daí do latim, “res” (coisa) “pública”. Nesse sentido, a lei é muito clara, não há nenhum problema com a atual Constituição, já que ela estabelece claramente o que deve e não deve ser feito. A prática da Constituição é que tem sido um fator problemático. Não seria a mudança da Constituição que resolveria nosso problema. Talvez seja necessário enxugar a complexidade que ela acabou adquirindo, no sentido de querer resolver todos os problemas econômicos e sociais pela lei, que é uma coisa que talvez não ocorra, para preservar o sentido de que o rigor da lei tem de ser igual para todos. E, nesse sentido, é novo o quadro em que você vê empresários poderosos, ou políticos poderosos, tendo que responder aquilo que qualquer ladrão de galinha já responde.

DB — A história nos traz exemplos da desconstrução da corrupção? Ou é um processo irreversível?

MCF — Voltemos ao exemplo da Dinamarca. Embora tenha sido no século XVII, foi um momento que a lei passou a ser rigorosamente aplicada. Isso na Dinamarca, no Japão, até nos EUA, apesar de lá a coisa não ser tão honesta como se propaga e acontece de se eleger um cara lesado psicologicamente, que coloca em risco uma série de coisas.

DB — Você acha isso possível no Brasil? Ou a distância educacional dificulta?

MCF — Eu acho que não só é possível como o Brasil está caminhando para isso. Nesse sentido eu sou otimista com relação ao futuro. Nós estamos caminhando para um debate em que a necessidade de um maior rigor na aplicação do recurso público, acaba favorecendo exatamente a modernização do país.

MV — Você acha que os jovens estão cada vez menos politizados e cada vez menos interessados na política? Você acha que isso pode ser um problema? Ou isso tende a mudar conforme os avanços do país?

MCF — Isso é mundial. Tem a ver com os recursos que as novas áreas tecnológicas trazem. A gente vê tantas notícias de corrupção que acaba ficando meio anestesiado com relação as consequências disso. Mas é inevitável que uma hora o país afunde e, então, teremos de fazer alguma coisa para nos salvarmos.

MV — Você acha que a gente pode ir ainda mais para baixo?

MCF — Eu acho difícil. Eu tenho um amigo que era jornalista, foi meu grande mestre de jornalismo, figura que eu admiro profundamente e ele dizia assim:

“a gente já está no abismo faz tempo”, na verdade não é que a gente esteja na beira do abismo, a gente já está caindo faz tempo. Talvez chegue o momento que a gente chegue ao fundo do poço e veja que só existe um caminho para cima.

Nesse sentido, eu tenho que ter (esperança), nessa idade, nessa etapa da vida, depois de tudo que eu vi, de uma certa forma, (eu tenho de) acreditar que a gente vai melhorar. A juventude sempre foi minoritária, não é verdade que a juventude antes era politizada. Nada disso, era um grupo muito minoritário que enfrentava a ditadura, que discutia política, e que acaba depois se tornando liderança.

MV — Era um grupo minoritário pertencente a qual classe social? De estudo?

MCF — Sempre a escola foi decisiva naquilo que corresponde à possibilidade de reunião, à possibilidade de debate. Eu tenho tido contato com pessoas que resolveram se dedicar ao ensino público e a pessoas que, evidentemente, são mais carentes do ponto de vista econômico — mas que são muito ativas, muito preocupadas — , há muitos jovens interessados em estudar, em conhecer.

É claro que o fato de alguém estudar, já dá a essa pessoa um certo privilégio perante o resto, tão sem escolaridade, sem alfabetização. Nesse sentido, eu acho que a politização é decorrente da necessidade, e vai ser sempre minoritária. Com uma educação mais desenvolvida, como é o caso da Dinamarca, da Islândia, de países que estão na ponta do desenvolvimento, você vê como a educação é importante, e que a solução passa pela educação.

E passa pela educação formal. Não se trata da educação informal, que é aquela obtida no núcleo da família. É no que a escola pode oferecer como alternativa, inclusive ética. A ética acaba se tornando um projeto, e esse projeto implica uma certa racionalidade, uma certa lógica, um certo investimento. Por isso, eu tendo a ser otimista.

Agora, tenho também a declarar, até por várias razões, que eu nunca tinha vivido um momento tão confuso. Eu fui fazer história porque achei que ela fosse me esclarecer uma série de coisas, trabalhei com jornalismo e fico muito feliz em lecionar para a turma de jornalismo e acreditar que o jornalista tem um papel tão importante como o do professor no sentido do rigor da informação, da apuração, do cuidado da forma, da paciência que deve ter com relação às conclusões.

Tudo é muito complicado. Não podemos confiar nas pessoas que assumem cargos de domínio nas instituições — seja juiz, político, governador ou presidente. É preciso ter sempre um pé atrás, um cuidado, tanto na glorificação, na heroicização, na mitificação, como também na execração.

Eu achei que estava abalando nas redes sociais compartilhando uma música do Gabriel O Pensador que diz “Eu quero matar o Presidente”, e, de repente, apareceu gente falando que isso, no fundo, é uma coisa despolitizante. E não é eliminando as pessoas que são contra o que eu acho que vai resolver o problema.

Temos como exemplo a Revolução Russa, quando a solução foi matar todos, começando pela família real. Vemos que isso caiu numa ineficácia que gerou uma falência do que foi, talvez, um dos projetos mais generosos da humanidade, e que se tornou uma das coisas mais monstruosas que se conhece em termos de matança, em termo de perseguição e censura.

MV — Existe uma teoria de que a sociedade tem um movimento pendular. A gente iria do mais rigoroso para o mais brando, mais liberal e a gente nunca volta ao ponto inicial. É sempre um pêndulo que vai perdendo a sua força. Você acha que nesse momento a sociedade passou do limite do pêndulo e tivemos um movimento reverso?

MCF — Eu nunca pensei nisso, mas é uma ideia interessante. Eu acho que a gente sempre avança. Posso queimar a língua ano que vem com relação às eleições, a medida que surgem candidaturas políticas extremamente retrógradas, como foi o caso do EUA. Mas mesmo os EUA estão aprendendo com isso. A eleição do Donald Trump de repente pode gerar uma clareza com relação aos caminhos.

MV — Mas você acha que a gente foi para o pior momento do pêndulo ou já tivemos momentos piores?

MCF — Acho que a gente já teve piores.

É como time de futebol, você vê a situação do Palmeiras, que só estava perdendo com um técnico conceituado como Cuca. De repente, esse técnico é mandado embora, e colocam no seu lugar um auxiliar, que os jogadores apoiam, e o time começa a ganhar todas as partidas.

É como se tivesse havido nos últimos tempos do governo Dilma, além da ineficácia da política econômica, um boicote do setor privado, do setor empresarial. Esse boicote levou à crise econômica numa proporção que agora está difícil de reverter mesmo com todo o apoio que esse setor privado possa dar. Talvez, o boicote tenha sido tão violento, que talvez o próprio setor dinâmico não esteja conseguindo recuperar uma capacidade de investimento que venha a melhorar a curto prazo a situação econômica.

MVA gente teve algum outro momento na história do Brasil tão difícil ou pior que esse?

MCF — Sim, na época da inflação. Essa crise atual atingiu praticamente a classe média, mais do que o setor popular de que uma certa forma, com uma moeda mais estável, ganhou uma certa estabilidade e acaba se acostumando a uma determinada situação. Talvez a inflação descontrolada como foi no pós-ditadura, tenha sido pior porque o dinheiro não valia nada. Não adiantava você se organizar, tentar trabalhar para poder melhorar. Nesse sentido, todas as tentativas fracassadas como o plano real, de uma certa forma não conseguiram corrigir. O grande mérito histórico, que um dia vai ser reconhecido, foi a obsessão de um vice-presidente que surgiu do impeachment, que foi o presidente Itamar Franco. Primeiro que o Itamar Franco era basicamente aquilo que qualquer homem público deveria ser, ele era honesto, ele nunca usufruiu, ele deixou como herança um apartamento. Diferente do Collor, que fez fortuna e foi o que mais enriqueceu nos últimos anos, tendo sido cassado por corrupção. O Itamar que era o vice dele e assumiu, tinha obsessão quanto a inflação, ele considerava que a causa nacional seria acabar com a inflação. Por isso ele chama o Ministro das Relações Exteriores do Collor, que era respeitado como grande intelectual, que era o Fernando Henrique Cardoso. Quando ele foi chamado em Brasília deram a ele a missão de acabar com a inflação. Esse mérito intelectual foi do Fernando Henrique, mas o mérito político, injustiçado politicamente, foi o Presidente Itamar Franco. Quem bancou aquilo que eu considero, e tenho certeza que será considerado, o maior invente histórico da modernização do país, que foi exatamente o plano real, que gerou estabilidade financeira e permitiu políticas sociais mais avançadas no governo Fernando Henrique e nos que sucederam. Nesse ponto o governo Temer talvez seja um retrocesso, não quanto a inflação, já que isso é uma exigência do capitalismo internacional.

MV — O pêndulo está retrocedendo então?

MCF — No campo social sim, no campo econômico não. Grande parte do mérito é tentar recuperar uma política de estabilidade que vinha sendo aplicada que em função de uma política social mais ousada, estava sendo comprometida no governo Dilma. Não na questão de corrupção porque ela deu uma moralização para a Polícia Federal caminhar com as investigações.

DB — Você falou agora sobre o enriquecimento do Fernando Collor. O Brasil é um país super jovem quanto à democracia, e talvez as pessoas não saibam o poder que a democracia tem e talvez não saibam usar isso a favor da sociedade. Você acha que reeleger uma pessoa que sofreu um impeachment anos atrás denota essa imaturidade política quanto à democracia no Brasil?

MCF — Não tenho dúvida. Mas isso foi o povo que elegeu.

DFVocê acredita que a gente ainda pode atingir essa maturidade?

MCF — Eu acho que a gente está aprendendo ainda. Voltando ao Sérgio Buarque, ele diz que a democracia no Brasil é um mal-entendido, decorrente justamente dessa cordialidade do brasileiro, essa confusão entre o público e o privado. É um aprendizado que a gente tem de passar.

Ao contrário do que muita gente fala, a ditadura não foi um período em que não existiu corrupção. O que não existia naquela época era liberdade de imprensa na qual os desvios eram denunciados. Não havia também uma justiça livre ou uma polícia mais atuante que permitia investigar esses casos.

Eu não tenho dúvida que a liberdade de imprensa e a capacidade do setor judiciário e da Polícia Federal de investigar os crimes de colarinho branco, não apenas nos crimes voltados a questão do tráfico, mas também a questão de lavagem de dinheiro são um aprendizado, uma maneira de amadurecer a democracia. Mesmo que algumas injustiças venham a ser cometidas. E evidentemente é natural que o ranço ideológico acabe prevalecendo em alguns momentos.

Diego Bonetti é publicitário, estudante do curso de jornalismo na FAAP e editor da primeira edição do LabJor FAAP.

Marina Verenicz é advogada, estudante do curso de jornalismo na FAAP e editora assistente da primeira edição do LabJor FAAP.

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