A rotina de feedbacks nos escritórios de advocacia
3 importantes pontos para a boa gestão dos recursos humanos.
A prática é muito comum no ambiente corporativo, mas escritórios de advocacia também podem se beneficiar da rotina contínua de feedbacks. Advogados com senioridade podem contribuir para que os integrantes da sua equipe se desenvolvam a partir de suas próprias percepções — negativas ou positivas — desde que seja capaz de gerar um contexto amigável para garantir melhor receptividade.
Do inglês, “feed” significa alimentar, nutrir e “back” é retorno, voltar. Assim, o “feedback” é a revisão que proporciona a nutrição para o crescimento dos profissionais, é a concepção que colabora com o aperfeiçoamento contínuo dos recursos humanos.
Entre os ganhos dessa prática, destaca-se o desenvolvimento e prosperidade da banca, na medida em que, quanto mais feedbacks são trocados e de forma propositiva, melhores serão os resultados individuais e assim, consequentemente, melhores serão os resultados do escritório.
No entanto, saiba que receber feedback, para a maioria das pessoas, não é uma tarefa fácil. No livro Thanks for the Feedback, Sheila Heen discorre sobre dois fatores que explicam o porquê de ser tão doloroso receber feedbacks:
O primeiro fator revela que, biologicamente, nosso cérebro interpreta críticas como uma ameaça à nossa sobrevivência. Quem as recebe, entra em um estado de alerta biológico: respiração curta, coração acelerado, prontos para “fugir ou lutar”.
O segundo fator aponta que há uma tendência em confundir os comportamentos e performances pontuais com a identidade pessoal. Por exemplo, quando alguém diz que fizemos uma má apresentação em público, tendemos instintivamente a generalizar que nunca fazemos boas apresentações, mesmo que, na prática, o mau desempenho tenha sido somente um comportamento pontual que aconteceu porque tivemos um dia difícil, por exemplo.
Por esses motivos, receber feedback — especialmente feedbacks duros — não é uma tarefa fácil. O cérebro sabe o quanto receber é difícil e, muitas vezes, também cria empecilhos e impedimentos em se dar feedback. E, não criando rotina e contexto amigável para superar esses desalinhos, toda a equipe acaba perdendo com isso.
Para tornar essa prática menos dolorosa, listamos os principais pontos que os advogados podem considerar quando o assunto é dar feedback para os integrantes da sua equipe.
1 - Seja bem intencionado
Refere-se ao animus, a motivação interna daquele que pretende dar o feedback. A intenção deve ser sempre voltada para trazer um impacto positivo à outra pessoa, ainda que o feedback traga um comportamento negativo.
Portanto, se esforce para que essa pessoa também perceba isso, quão mais corriqueira e consolidada for a cultura de feedbacks dentro do escritório, mais esse ponto individual vai ser internalizado por toda a equipe.
Neste sentido, personalize a sua mensagem. Adapte a entrega do feedback de acordo com o estilo e perfil da pessoa que o receberá. Pessoas emocionalmente sensíveis, por exemplo, precisam de um cuidado especial para feedbacks de melhorias.
Em equilíbrio a esse ponto, vá direto ao assunto: é preciso deixar claro qual é a sua mensagem e levar sempre em consideração os sentimentos daquele que está recebendo o feedback. Lembre-se que mensagens mais obtusas podem trazer confusão para o receptor.
2 - Seja pontual
Os feedbacks devem ter como foco o comportamento pontual e não a pessoa. Portanto, dê detalhes da atitude que está sendo alvo do feedback, demonstre o seu contentamento ou descontentamento com definição e no detalhe, e por fim, convide a pensar qual seria a atitude ideal esperada em casos semelhantes e futuros.
Registre as boas práticas e os comportamentos esperados. Por mais complexo que sejam os problemas enfrentados no dia a dia profissional, esses problemas não costumam ser inéditos. Portanto, construa um documento condicionando os bons comportamentos como um guia para a superação dos próximos desafios.
3 - No fórum certo
O ponto aqui é que elogios sejam públicos, enquanto feedbacks construtivos e de melhorias devem ser feitos em particular e preferencialmente ao vivo (reunião ao vivo em ambiente físico ou digital).
Saiba que os detalhes vão interferir, portanto, escolha o melhor dia da semana e o horário para agendamento dessas reuniões particulares. Coloque-se numa posição de facilitador da mensagem (não se trata de um embate), preocupe-se em criar um clima de acolhimento, no entanto, não se prolongue, a concisão e a objetividade podem ser importantes aliados para essa missão.
Por fim, os feedbacks devem integrar a rotina dos escritórios com o objetivo de orientar cada uma das pessoas sobre o melhor caminho a seguir. A abertura para essas conversas podem ser importantes aliados para consolidar a base que propulsiona bons profissionais e boa integração entre eles. Leia mais sobre esse assunto aqui.
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Texto escrito pelo Time Digesto
