O que aprendi sobre Marketing Digital enquanto bebia

Apesar desse texto ter sido inspirado em outro artigo similar, eu somei com minhas próprias experiências. Ao ver que ficou um pouco extenso, não pude deixar de me perguntar: será que eu aprendi muito, ou será que bebi muito?

Como são 10 lições, vamos deixar de delongas, porque como diria Adoniran: nóis viemo aqui pra bebê ou pra conversá?

1. Muito cuidado com o Open Bar

Nos bares e restaurantes de São Paulo ou Rio (tenho certeza que se repete em outras capitais), você deixa no mínimo R$8 em uma garrafa de Heineken e, chutando muito baixo, R$10 em uma Caipirinha ou Gin Tônica. Aí está a grande tentação dos open bar da vida.

Quem não quer chutar o balde com os amigos e fazer valer o dinheiro da entrada? Pois é, sei que é bom não pensar no dia de amanhã, mas quem tem um pingo de experiência sabe como muitas reputações foram arruinadas assim.

Alguns profissionais de Marketing caem na mesma armadilha quando encontram um espaço interessante para anunciar. Se eu virasse um shot para cada newsletter que tentasse me vender algo, seria um coma alcóolico por dia. Agora olha o Facebook e chora.

Não me entenda mal, Marketing em redes sociais e newsletters é a alma do negócio, mas temos que fazer com moderação para não estragarmos tudo e acabarmos na sarjeta com um vira-lata lambendo nossa boca.

2. Silêncio = qualidade

Por que os monges trapistas produzem as melhores cervejas?

Algumas das melhores cervejas do mundo são feitas dentro dos muros de antigos mosteiros por monges que dedicam suas vidas à oração e ao nobre ofício da fabricação de cerveja.

Créditos:
brewvana.net

O que esses monges fazem não é em silêncio total. Eles falam apenas quando necessário e da forma mais eficaz possível. Ao minimizar as distrações, podem se concentrar na qualidade do seu trabalho.

Pense nos trapistas ao projetar websites. Pare de pedir informações desnecessárias em formulários e pense no que você pode remover para tornar a sua comunicação mais eficaz. Um monte de gente fica emblomando quando na verdade só precisam dizer: Este é o produto. Ele faz isso para você . Clique aqui para comprar.

3. Se ele/ela continua desinteressante depois do sétimo drink, desista

Simples: saiba quando abandonar expectativas e partir para outra.

4. Se você nunca ouviu falar, provavelmente não é boa ideia

São muitos os drinks com nomes exóticos; Lua de Mel Havaiana ou Chocobomb são um exemplo. Já vi um cujo nome misturava Miley Cyrus com Ferrero Rocher. Sei que parece interessante, mas tudo acaba com gosto de canela, coco ou leite condensado.

A arte dos drinks é um ofício antigo e as melhores invenções tem no máximo três ingredientes. São chamadas Mojito, Gin Tônica e Caipirinha (salve exceções como White Russian).

Meu ponto é: se alguns meios de comunicação tentam te vender uma solução fantástica que ninguém ouviu falar, fique com o pé trás (como Marketing Digital é uma prática mais jovem que o consumo de álcool, fique atento às inovações).

5. Ouça os bartenders

Se você pedir por recomendações, os melhores bartenders começam perguntando: "Você prefere algo doce ou forte?". Bons bartenders sabem segmentar e se adequam às necessidades dos clientes. Eles encontram a bebida que combina com você, não a bebida que lhes convém.

Seja interessado em dar o que os clientes e usuários realmente querem, é um hábito muito rentável.

6. Pague a primeira rodada

Freemium é um conceito bem conhecido em softwares e que funciona para todos. Basta olhar como o Marketing de Conteúdo é fundado em torno do conhecimento compartilhado.

Ninguém sabe mais do seu negócio mais do que você, por isso ter um blog é uma ótima maneira de construir confiança e começar um relacionamento.

7. Cuidado ao competir com um bêbado veterano

Eu detesto competições, mas até quem ama reconhece que algumas batalhas não devem ser disputadas.

Como anunciar um pequeno revendedor de banda larga ou de imóveis sem ser esmagado pela concorrência? Como alcançar relevância quando se tem um baixíssimo orçamento?

Desistir? Claro que não, mas temos que ser inteligentes sobre como vamos competir. Isso sim instimula a criatividade: como criar histórias que fisguem os usuários fazendo uso de tão pequenos ganchos?

8. Beber muito é extremamente nocivo

Infelizmente é verdade, muito álcool pode matá-lo. O mesmo acontece com o Marketing. Se você enviar e-mails com muita frequência, as pessoas vão ignorá-los. Se você tem muitas chamadas em seu site, as pessoas vão escolher a errada ou até mesmo desistir de escolher.

Li sobre a lenda de um jovem que estava fazendo PPC para uma empresa de festas infantis. Então ele usou a ferramenta de palavras-chave do adwords para gerar centenas de variedades para “aniversário”, selecionou tudo e mandou ver. Ele esqueceu da inserção de palavras-chave dinâmicas em seus anúncios e um saiu: “Aniversário de Hitler: Comemore-o com [Cliente]”

9. Nunca use chantilly pré-fabricado

Um verdadeiro
Irish Coffee

Gosto de um bom Café Irlandês, principalmente nas noites frias. Mas, pedir por essa bebida pode ser arriscado; é como aquela pizza de “catupiry” por R$11,90 que você sabe que não vai encontrar catupiry. Você recebe o café com um tipo terrível de creme aerosol pré-fabricado que derrete em 30 segundos.

Homens de terno apertando mãos ? Grupo multiétnico de profissionais politicamente-corretos? Jovem rindo e apontando para a tela do computador? Stockphotos fazem para o seu site o mesmo que uma meleca branca no Café Irlandês: dá vontade de ir embora!

10. Restrições criativas

Já experimentou abrir uma garrafa de vinho sem ter um saca-rolhas por perto? Existem umas 50 maneiras de fazer isso: dentes , sapatos, parede, facas, outra garrafa, cintos…

A questão é: Quando você não tem a ferramenta que usa normalmente, você se vê obrigado a ser mais criativo. Agora pense: Como fazer uma campanhar dar certo com um baixíssimo orçamento?

Bônus:

Use ferramentas de medição: assim como bartenders usam ferramentas para obter precisão, precisamos saber usar relatórios, análises e outros dados.

Too drunk to fuck: — Quem conhece Dead Kennedys sacou a referência — Reza a lenda que esse efeito colateral não é raro, por isso precisamos tomar cuidado: às vezes estamos muito apaixonados por uma etapa do processo que nos esquecemos do produto final.

Não perca a memória: Há muitos efeitos negativos quando se bebe muito, e apagões são um deles. O filme Hangover descreve bem isso.

Aprender é reter informação e saber usá-la. Não adianta ter 10 anos de experiência se não sabe como usar o que aprendeu.