O designer consultor e as cinco possíveis barreiras para você derrubar
Quais são os desafios de trabalhar em uma consultoria como designer?
Antes de começar este post eu pensei: “será que os clientes entendem realmente qual é o papel do consultor?” Não? Nem sempre? Às vezes? Isso depende muito da cultura da empresa consultora ou da cultura do cliente? Como saber?
São muitos os clientes e muitos os consultores que atuam neles, e nem sempre generalizar é o ideal, certo? E quais são os desafios que esse consultor vai ter que enfrentar? Se adaptar, ser empírico, criativão e ainda conseguir entregar valor para o cliente… É isso o que um consultor precisa?
Com base nesses questionamentos, vou trazer neste post quais são as cinco barreiras que um designer consultor pode encontrar e algumas dicas de práticas que busco sempre aplicar.
Antes de começar, qual é o real significado da palavra “consultoria”?
De uma forma ampla, é o fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral por profissional qualificado e conhecedor do tema. De posse dessas informações, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto de acordo com a necessidade específica de cada cliente.
Então, o objetivo do consultor é evoluir produtos e serviços, dar mentorias, trazer técnicas diferentes, viabilizar diferentes meios e ferramentas, sempre com o objetivo principal: RESULTADOS POSITIVOS, my boys and girls.
Então, considerando este perfil: o especialista que entra na empresa para prestar a consultoria, botar a mão na massa e entregar resultados significativos, vamos ver quais são as cinco barreiras que essa pessoa provavelmente vai enfrentar diariamente em uma estrutura robusta? Se liga:
Barreira da IMERSÃO
Você chega com todo o gás, é claro que tu vai ser abraçado carinhosamente pelas pessoas que te aguardam e vai rolar aquele shadow maravilhoso para você detonar em pouco tempo e ja ter resultados bacanas, né? Claro que não!
Isso provavelmente não vai acontecer. É claro que existem as exceções, mas em geral você vai se deparar com um cenário bem hostil, que te faz entrar em parafuso. Você pode ou não estar acostumado a esse tipo de situação, mas geralmente é complicado e você precisa lembrar que você ACABOU de chegar!
É como em um jogo de xadrez e as suas jogadas precisam sempre ser muito bem pensadas. Se você jogar no desespero, com certeza você vai perder e ser somente uma peça em meio às outras. Como consultor, te digo de antemão que você precisa APRENDER.
Vá com calma, não pule etapas, não peça tanto e mantenha o ritmo.
Barreira da ACEITAÇÃO
Você acha que o seu cliente (aquele que contratou o seu serviço) sabe o que é um Product Designer, UI, UX e o escambau? Vai com calma, você ainda é uma novidade no mercado que está sendo consolidado. “Aaahhhhh mas o design existe há mil anos”… Sim, mas no cenário nacional a maturidade ainda está sendo estabelecida, na maioria das vezes você precisa explicar o que é Design. Mostre que um designer não vai só entregar telas ou, como dizem por aí, “um layout bonitinho”. Prove que você atua antes disso e vai além da tela bonitinha.
Mostre VALOR com os seus métodos, crie qualquer tipo de análise do mercado/produto, faça fluxos, utilize suas ferramentas (nem que seja para a sua base de entendimento), procure por expertises que aquele cliente não tem e torne isso uma oportunidade de evolução do produto. Com isso, você vai gerar valor e fazer com que a sua aceitação venha gradativamente.
Se precisar, CHAME PRA SAIR!
Você está muito querendo sair com alguém e ter algo sério, você não chama para ir ao cinema ou para comer em um lugar à luz de velas? Aqui é parecido. Se o cliente não te dá abertura, encontre uma. É legal pensar que, além de conquistar com qualidade, métodos e ferramentas você precisa criar laços de empatia com aquela pessoa/squad.
Tenha proximidade, crie grupos no whatsapp ou peça a sua inclusão, mande e-mails e participe das reuniões. Mostre interesse, vai ficar visível que você quer fazer parte.
Barreira do ACESSO
O seu cliente utiliza um sistema que você não acessa ou ele tem uma licença que você nunca consegue? Você não tem acesso aos números do produto? Acaba se virando sempre nos 30' para conseguir executar qualquer tipo de procedimento dentro da empresa? Sim, te entendo, e isso vai acontecer.
Em muitas empresas esse é um ponto que a burocracia vence a sua paciência. É bem complicado quando alguns processos ou a estrutura da empresa são tão complexos que até quem está dentro não sabe do que se trata.
É bem óbvio que essa barreira implica em resultados, prazos e até estrutura de trabalho, mas é um ponto que temos que resolver aos poucos. Peça um help de seus líderes, entenda o problema e busque alternativas, nem que seja para você ir até o suporte ou falar com um líder de uma equipe que você nem conhece. Como dizem por aí: “seja um unicórnio”.
Barreira da CULTURA
Mesmo após da imersão concluída, da sua aceitação e dos acessos resolvidos, você parou para pensar na cultura de cada empresa? Qual é a que eu tenho que me adaptar mais?
A cultura da empresa que te contratou não é a mesma cultura do seu cliente e a princípio isso pode criar uma confusão de sentimentos. Alguns pontos em comuns vão existir, mas na maioria das vezes você precisa entender essa diferença e saber lidar com ela.
Por exemplo, estou em uma cultura que preza pela transparência, busca a evolução do consultor compartilhando conhecimentos em talks, workshops. Claro que a empresa em que estou pensa em números, mas a transparência está sempre presente dando suporte a isso. Já o cliente pensa também em números, porém até onde vai o nível de transparência? Ele também pensa na segurança do seu negócio! Por fim, é preciso entender que nenhum dos dois estão errados, o ideal é tentar extrair ao máximo o melhor do cenário em que você está.
Barreira da COMPETIÇÃO
Você chegou, fez entregas lindas e maravilhosas e além disso está ganhando reconhecimento da squad e dos seus superiores, mas isso pode acarretar um sentimento de competição com outros designers de outras squads.
É um risco que se corre. Se o seu trabalho está sempre inovando e trazendo uma qualidade superior à do que o cliente tem em casa, não se prenda a esse risco de competição, ela deve ser um suporte para continuar dando o seu melhor.
Mas poxa, afinal o que é fazer parte de um time?
Entendam isso, que fazer parte de um time não é sentar na cadeira, colocar o seu fone e fazer a sua obra de arte. Converse, discuta, mostre evolução, respeite, seja comprometido, transparente, seja parte do time e não contra ele. No fim das contas essa questão de competição desaparece mediante a esses valores acima.
Conclusão
• Não existe um manual
Claro que não, todo ambiente é diferente e tudo que disse aqui não quer dizer que vai funcionar com você. Avalie e busque sempre o que faz mais sentido, quais são os prós e contras de cada ideia.
• Busque sempre seu desempenho máximo
Você vai sempre precisar dar o seu máximo. Assim como em qualquer trabalho, você precisa surpreender quem está do outro lado.
• Aprenda com os erros
Isso vale para a vida, na real. Como designer, porém, você precisa entender quando errou, reconhecer e seguir em frente, tentando não errar novamente o mesmo erro e testando outras hipóteses.
• Não deixe um block te desanimar
Os blocks sempre vão testar o seu emocional, você vai precisar ser sangue frio e entender que você está fazendo o seu trabalho. E trabalhar não é estar em casa, confortável, no sofá. Certo?
• Faça análises das barreiras e quais serão seus passos para passar por elas
Estipule metas, pense no macro, saia da caixa ou qualquer outro tipo de jargão que caiba nessa dica é totalmente viável, você precisa saber onde vai pisar.
• Empatia com pessoas e o produto
Isso eu nem precisava falar, não é mesmo? Crie laços!
E é isso! Minha ideia com este post é tentar ajudar quem está passando ou vai passar pelo mesmo que eu passei. A ideia aqui é trazer conteúdos relevantes e que não seja o mesmo do mesmo. Pretendo ser o mais transparente possível e dizer o que acho sobre qualquer aspecto. Ficou alguma dúvida ou tem algo para contribuir? Deixe um comentário! Até a próxima!
