Como anda a Política e a Economia? Fernanda Barth responde.

Émerson dos Santos
Dinheiro e Poder
Published in
8 min readOct 11, 2019
Fernanda Barth e Émerson Santos no estúdio da RDC TV. Foto: Émerson Santos

Em entrevista com a jornalista Fernanda Barth sobre as questões de política e economia, Fernanda diz que em sua visão, o Governo de Jair Bolsonaro está fazendo ótimas reformas, que já deveriam ter acontecido à muito tempo.

Por Émerson Santos

A jornalista e cientista política Fernanda Barth, me recebeu na redação da RDC TV, para conceder uma entrevista, onde abordamos questões de política e economia do Brasil e do Rio Grande do Sul. Atualmente a jornalista faz parte da emissora RDC TV, onde ela faz comentários de política e economia no Rio Grande em Movimento, jornal diário da RDC TV. Ela também assina uma coluna no portal de notícias da emissora além disso, Fernanda também é professora e palestrante.

Formada em Jornalismo na PUCRS, Fernanda possui mestrado em Ciência Política pela UFRGS e faz parte dos grupos Pensar +, Avança Brasil e Brasil 200. Antes de chegar à RDC TV, a jornalista esteve na Coordenação de Comunicação da Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e trabalhou na Consultoria de Inteligência Polí­tica para o Instituto Methodus.

Como você avalia o Governo Bolsonaro até o momento?

Fernanda Barth —

“Bom um governo cheio de polêmicas, com altos e baixos na questão de comunicação, mas que é indiscutível que tem que ser dito que está fazendo as reformas que o país precisa e tem melhorado muito para as próximas gerações no que diz respeito tanto da reforma da previdência, quanto a reforma tributária que vem aí, a MP da liberdade econômica, então uma sucessão de coisas que já deveriam ter sido feitas a muito tempo no país para destravar a economia, geração de emprego e renda, e que foram feitas em poucos meses.Oque a gente vê de negativo em relação ao governo, basicamente é fofoca de todo tipo, que parte da imprensa caiu como se fosse uma armadilha sensacionalista, metade da imprensa brasileira virou praticamente jornalismo marrom, tipo revista Caras, que na hora de divulgar as coisas positivas que o governo faz não fazem, porque não estão recebendo verba estatal para divulgação como faziam governos anteriores.”

Você avalia o Governo Bolsonaro em relação à economia, positivamente?

Fernanda Barth —

Eu acho que a reforma da previdência, que já deveria ter sido feita à 20 anos nesse país, ela vai sim ajudar muito, vai sobrar um pouco de recursos para investimento coisa que hoje não existe praticamente, fora o dinheiro que vem pelas emendas parlamentares, que são emendas hoje positivas, mas não é a reforma de 1 trilhão e 100 bilhões que o Guedes queria, porque ela foi completamente descaracterizada pelo congresso, por interesses de corporações específicas ou seja nós temos hoje que ainda tá para ser votada essa semana em segundo turno no senado, nós temos hoje uma reforma de 800 bilhões.Somada a isso a gente tem a MP da liberdade econômica que possibilita na verdade a criação de novos empregos, nos próximos 10 anos mais 3 milhões e meio de novas empresas, que ela permite que as pessoas que trabalham, tirem as algemas que o estado colocou em muitas pessoas e em várias profissões pelo excesso de burocracia, pelo o excesso de carga tributária, excesso de regras, para ti abrir o teu próprio negócio e hoje isso caiu graças a Deus, a MP da liberdade econômica foi aprovada, que ela permite que todo empreendimento que é considerado de baixo risco que as pessoas não dependam mais de alvará, de PPCI, de um monte de coisa para abrir.Elas abrem e depois elas vão ficando regularizadas e pôr fim a reforma tributária, que só falta entrar em um acordo em relação a qual das reformas tributárias, que a gente tem 3 em debate, do Guedes, do Hauly e se não me engano do Baleia Rossi. São três modelos, poucas semelhanças entre os 3, mas que do Paulo Guedes pretende desburocratizar, reduzir e trazer uma racionalidade para o mundo louco que a gente tem hoje tributária no Brasil.”

Você citou o Ministro da Economia Paulo Guedes, como que você avalia o trabalho dele até agora?

Fernanda Barth —

“Eu acho o Paulo Guedes um visionário, eu já acompanhava o trabalho dele antes, ele veio da escola de Chicago de economia, que é com quem eu mais simpatizo e eu vejo que ele montou um time de craques, o Salim Mattar é maravilhoso, ele levou o porto alegrense Paulo Uebel pra lá, que já era da secretaria de descentralização do Dória em São Paulo, fez um excelente trabalho em São Paulo na questão de desestatização e que tá levando isso para dentro da esfera federal junto com o Gianluca e eles estão fazendo um trabalho excelente, junto com o Ministro Paulo Guedes e o Salim Mattar estão fazendo um trabalho excepcional.”

Na sua visão como cientista polí­tica onde o Governo Bolsonaro tende a melhorar?

Fernanda Barth —

“Comunicação e articulação, a comunicação é um desastre, a comunicação é quase que só reativa, parece que está sempre se apagando algum incêndio.Na verdade a gente vê o favorecimento das redes sociais do presidente, uma tropa de youtubers, nada contra acho maravilhoso acho necessário o trabalho, mas isso não pode invalidar a necessidade de a gente ter uma comunicação estatal bem feita.Uma comunicação de um governo que mostre, que esclareça, que mostre para as pessoas o porquê nós precisamos das reformas, oque as reformas vão trazer de benefícios.”

Oque interfere negativamente o vazamento das mensagens do Ministro Sério Moro na Operação da Lava Jato?

Fernanda Barth —

“Bom, pra começar que eu não reconheço a veracidade, não houve até agora nenhuma inspeção técnica nessas supostas mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato e o Ministro Sérgio Moro.O material já foi solicitado para que houvesse essa pericia que não foi feito. Então está se falando de uma suposta conversa, de uma suposta conversa que de uma forma muito irresponsável muitas pessoas da imprensa levaram a sério e inclusive que já ficou provado que houve manipulação nos dados que eles tem acesso por exemplo com troca de nomes, troca de data, trocas de conversas.Estavam sendo publicadas conversas irreais em tempos fictícios, que não aconteceram e é uma vergonha que isso esteja acontecendo, mas a Polí­cia Federal já está desmembrando esse grupo de hackers e já se sabe que eles foram pagos, que aí é a rediscussão da causa do pagamento e no momento que fica claro que o pagamento por essa suposta conversa roubada dos telefones e se configura crime, inclusive de intercept, pois torna eles cúmplices de um crime e ­ todo aquele blá blá de liberdade de imprensa caiu para baixo porque eles foram cúmplices de um crime e se ficar provado está enterrado.”

Qual o impacto do saque imediato do FGTS para a economia?

Fernanda Barth —

“Bom, aquece a economia, as pessoas tão sem dinheiro, a economia ainda não tem resultados causados por essas reformas, são reformas que vão ter impacto de médio a longo prazo, ou seja a gente vem de um período muito grande de crise, estagnação ou recessão no país, as pessoas estão precisando ter um pouco de dinheiro à disposição e eu vejo como uma medida muito positiva.”

Como você avalia o Governo do Eduardo Leite até o momento?

Fernanda Barth —

“Bom saiu uma pesquisa hoje inclusive, do Instituto Methodus, dizendo que mais de 70% considera negativo.Eu vejo que Eduardo Leite fez muitas promessas durante a campanha, sempre dando a entender que o Sartori não pagava os servidores porque não queria, que não era uma questão de fluxo de caixa, isso ficou muito claro que não é uma questão de fluxo de caixa, que o recurso realmente não existe e que o Governo do Rio Grande do Sul precisa sim fazer as suas reformas.Ele está sofrendo uma série de dificuldades e terá tempos quentes pela frente, porque essa semana ele começou a encaminhar suas propostas de reestruturação da carreira dos servidores e vai sim enfrentar uma oposição de 80% dos servidores estaduais.”

Qual o impacto na economia com a privatização das estatais, como por exemplo a CEEE, que o Governo Leite tanto queria?

Fernanda Barth —

“O impacto financeiro não é tão grande quanto se livrar da bomba que é a CEEE, só a questão da falta de recursos para investimento que a CEEE tem hoje, mas não tem recursos para investir na melhoria da rede, na melhoria do serviço pro público que é fundamentalmente o motivo da existência de uma estatal.O principal ponto relativo às estatais, que eu vejo, que menos o dinheiro que está entrando imediatamente em caixa, é a possibilidade de como investimento privado e serviços de eles serem muito melhor prestados ao consumidor na ponta, que a gente quer um serviço de excelência e hoje o governo não tem recursos para investir em praticamente nada.”

Você acredita que a privatização do Banrisul caso ocorra, vai ser benéfica?

Fernanda Barth —

“Hoje pouca gente fala que o Banrisul da lucro, por que a dívida extra limite que causou aquele estrago no estado não entra no balanço. A gente paga mais de um milhão de reais por ano para manter o banco público e gaúcho.Eu mesmo defendo a federalização do banco, se entrega o banco, que o banco vire federal e que a gente tenha uma redução da dívida do Rio Grande do Sul, do que a gente paga dívida todo ano e seria este o dinheiro que ficaria no caixa dos gaúchos.”

Como você avalia a primeira Expointer sobre a tutela do Governo Leite?

Fernanda Barth —

“Eu acho que a Expointer foi um sucesso, como sempre tem sido, que é o agronegócio que mantém esse estado com caixa azul. A Expointer ainda consegue ter todo o ano resultados positivos, porque o nosso agronegócio é um dos mais competitivos do país.Não vejo grandes alterações em relação ao governo passado para esse governo, acho que a Expointer tinha todas as condições de se manter até de forma privada, porque tem tanto dinheiro envolvido ali, que não precisa da interferência do estado para nada.”

Bastidores

Fernanda Barth e Émerson Santos no estúdio da RDC TV. Foto: Émerson Santos

Quando cheguei na recepção da emissora da RDC TV, fui muito bem recebido, por todos os funcionários, enquanto aguardava ansioso para a entrevistar a jornalista Fernanda Barth.

Nesse meio tempo que fiquei aguardando, consegui ver a correria que é nessa emissora diferente das demais, onde a multiplataforma é vivida a cada corredor. Fui ao estúdio para encontrar Fernanda, que também me recebeu da melhor maneira possível, super querida. A conversa com a Fernanda Barth, fui muito enriquecedor, pois saí de lá com um aprendizado maior do que entrei.

Acompanhe a entrevista na integra, através do link:

Reportagem produzida em Outubro de 2019 na disciplina de Jornalismo Político e Econômico na Faculdade de Jornalismo da UniRitter.

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Émerson dos Santos
Dinheiro e Poder

Jornalista. Bem comunicativo, rápida aprendizagem e disposto a aprender sempre.📚💡🙏🏻