“O jornalismo político tem mais do que nunca a responsabilidade de fazer conteúdo relevante

Lucas Eliel
Dinheiro e Poder
Published in
14 min readOct 11, 2019
Editora de política do Correio do Povo, na última quarta-feira (09), dia em que concedeu entrevista| Foto: Lucas Eliel

Editora do jornal Correio do Povo ressalta papel do jornalismo político frente à sociedade. Para Mauren Xavier, é essencial que o leitor, independentemente de seu ponto de vista, tenha acesso a diferentes tipos de material

Por: Lucas Eliel

Seriedade no rosto, mas que ao mesmo transparece simpatia. Este é o paradoxo que faz parte das características da editora de política do jornal Correio do Povo Mauren Xavier. Com 36 anos, natural de Porto Alegre, formou-se em 2005 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde mais tarde também receberia o título de mestre.

Xavier teve contato diretamente com a política ainda na graduação, quando foi estagiária no gabinete do então vice-governador do Rio Grande do Sul Antônio Hohlfeldt. Logo mais, antes de receber o diploma, já tinha cargo de confiança na gestão estadual. Ao longo de sua trajetória, a profissional também marcou as páginas do jornalismo como assessora, repórter e chefe de reportagem. Passou a maior parte na editoria de geral, mas como enfatiza: a política está em todo lugar.

A passos apressados, outra de suas marcas registradas, afinal está sempre de um lado para outro fazendo apontamentos e dando assistência aos colegas, ela trata de pegar uma xícara de café, sua fiel companheira, antes da entrevista. Em seguida, se oferece para gravar a conversa em seu smartphone, momentos antes do início, a fim de assegurar que o diálogo não fosse perdido depois. Algo sucinto, mas que com certeza estaria em seu vasto repertório de cuidados quando o assunto é fazer jornalismo.

O interesse no jornalismo veio ainda na graduação ou como profissional?

Mauren Xavier: Eu não sei se eu escolhi ele ou ele me escolheu. Tava no segundo ou terceiro semestre da faculdade e a gente fazia parte de um grupo de estudantes que ia fazer a cobertura das eleições daquele ano. Isso era 2002 para 2003. Nos dividimos e como eu não fazia parte da política daquele grupo, eu e um colega ficamos com o candidato que fazia menos pontos naquela época, que era o candidato Germano Rigotto, do então PMDB, que veio a se tornar governador.

Como todos os jornalistas, quando se deparam com alguma que não conhecem, tentam estudar. E nesse processo, a gente acompanhou primeiro e segundo turno, acompanhou as eleições, acompanhou as coletivas e a gente acabou conhecendo o vice-governador. Ele não tinha sido sido meu professor, o Antônio Hohlfeldt. Durante uma das entrevistas, ele disse que tava pensando em fazer um projeto meio acadêmico, então falou para conversarmos mais pra frente.

A gente conversou mais pra frente e isso virou um livro que foi distribuído na posse, que foi em janeiro de 2003. E logo na sequência abriu vaga de estágio no gabinete do vice-governador, que era o gabinete dele. Aí eu passei a trabalhar como estagiária, com a assessoria que ele já tinha. Se abriu um outro mundo.

Qual a diferença de trabalhar com política frente a outras editorias?

Mauren Xavier: Teve o meu primeiro chefe aqui no jornal Correio do Povo, o jornalista Armando Burd. Na época, ele era editor e colunista. E quando eu fui fazer a entrevista com ele, uma das primeiras coisas que ele falou, eu guardei: o conhecimento de geral é horizontal, tu precisa saber um pouco de tudo porque nunca sabe qual pauta vai vir e tu necessita tá bem informado. Isso te obriga a ter várias capacidades e um olhar bem macro das situações.

Quando tu tá fazendo jornalismo político, essa amplitude diminui. Não que tu não precise ter esses outros conhecimentos, mas ela diminui no ponto de que tu vai falar com a mesma fonte todos os dias. Tu tem o conhecimento que é completamente vertical, ele é de aprofundamento. Então tu tá sempre aprendendo mais sobre aquilo que já sabia, então, isso se torna bem diferente no dia a dia.

Tu também tem conhecimentos que são acumulativos. Assim como na política, há algumas tendências que são cíclicas. Vamos pegar um exemplo do governo do Estado. Ele tem todo o processo de início, de se mostrar em relação ao outro governo. E aí depois há os desafios específicos daquele governo porque tava muito vinculado a pautas que são nacionais. Aí tem o segundo ano, que tem uma forte influência das eleições municipais. Tem o terceiro ano, que é bem decisivo, independentemente de ter uma questão de reeleição ou não. Aí tem um quarto ano, que é bem polarizado por causa das eleições em outubro, mas as discussões já têm força em janeiro. Então, tu acaba tendo meio que um padrão de alguns comportamentos.

A relação do jornalismo com políticos por vezes é bem complicada. A gente sabe que há ocasiões em que o profissional não possui o devido contexto dos assuntos, mas tem muito dos políticos acusarem os jornalistas de distorção de informações. Como lidar com essas situações?

Mauren Xavier: Eu acho que tem algumas ponderações que podem ser feitas. Primeiro que a política, se tu for procurar o significado dela, o que gira em torno? É poder. E hoje a gente tem um problema específico, que é o poder da narrativa. Esse poder é muito delicado, e eu acho que é o principal desafio da cobertura: é tu conseguir ter a desenvoltura de pegar a informação no meio do discurso.

O que isso significa? Hoje tem redações mais enxutas, então, tem um período de apuração que é menor. Têm os políticos dando as informações. Tu pode simplesmente aceitar o que o que o parlamentar tá dizendo e utilizar isso como uma notícia, ou pode ver essa notícia, refletir sobre ela, e ver outros pontos de vista e assim construir um trabalho mais sólido. Eu acho que isso é o ideal.

Nós não temos nesse ambiente “vou pegar o telefone e passar pra Mauren uma informação super legal”. Tá, vamos por partes: quais são os teus interesses por passar essa informação? Por que passar essa informação pra determinada pessoa? E exatamente o que essa informação quer dizer? Porque, assim, tu pode botar lenha na fogueira, pode botar água pra apagar o fogo, ou pode daqui a pouco ter um contexto melhor das explicações. Então, muitas vezes, determinada coisa aconteceu e tu para e pensa, tá, mas isso é exatamente pra quem? Em que contexto que isso tá acontecendo? Daqui a pouco é interessante porque pode ser um outro ponto de vista.

Hoje com a internet tu tem espaço pra colocar tudo, mas o quanto tu embarca, o quanto tu dá dando voz pra um deputado e não tá dando pra outro, enquanto tá aceitando só um discurso ao invés de ouvir, isso é a maior dificuldade.

Questão das fontes, até por vezes tu falar com as pessoas todos os dias, pode criar uma certa relação amistosa. Mas acho que isso tem nada a ver com a relação fonte. Se eu tiver que questionar o que tu tá fazendo publicamente, isso tem que tá acima e isso nem sempre as pessoas entendem. Nem sempre as pessoas entendem que o que eu estou falando não é uma questão pessoal, é uma coisa da conduta.

O tu receber a informação é o jogo livre, o quanto tu vai te valorizar, ou de quanto tem que entender que tá sendo valorizado pra receber a informação, tudo tem que tá dentro de um olho crítico.

Ao mesmo tempo, a gente entra numa outra seara, que é o quanto das informações tu não vai dar porque não tem todo o contexto. Então, é melhor realmente não liberar aquela informação porque daqui a pouco pode prejudicar outras coisas que tão acontecendo. E tem as informações que tu não pode dar independentemente de quem vai atingir.

Eu acho que o jornalismo tem dois pilares, e isso tá muito em jogo hoje, que é a responsabilidade social e ética. O quanto eu tô indo contra o conceito ético? Que tem vários, com diferentes pontos de vista. O quanto eu eu tô prejudicando? O quanto eu não tô sendo ética pra fazer um favor? E principalmente quando fala critério de responsabilidade social, aí acabou tudo. Fontes são fontes, amigos são amigos. Quando eles se aproximam demais pode ser perigoso. Pode acontecer? Pode acontecer, mas tem que ter essa divisão.

A época das eleições é onde o trabalho é mais corrido e em que se precisa ter mais cuidado, afinal as pessoas vão estar escolhendo quem vai representar elas. Como é o trabalho no período?

Mauren Xavier: Eu trabalhei já em algumas eleições, não tanto diretamente. Eu acho que parte das informações de uma eleição, da cobertura, ela passa pelo não dito, pelas coisas de bastidores, por coisas que que muitas vezes os partidos não querem, mas o opositor quer. Então, é bem delicado porque é quando tu precisa tá bem seguro, ter bastante respaldo pra poder fazer uma cobertura que não seja declaratória, de apenas dar o discurso que o fulano quer passar, mas conseguir olhar além.

E muitas vezes o olhar além é fazer reportagens, mostrar que tá tendo, porque sempre tem, disputas por indicação. Numa eleição muitas vezes os focos viram-se para os candidatos, mas têm pessoas dos bastidores que já estão prevendo resguardar os seus espaços pós-eleições. E isso sempre acontece: quem é o principal articulador da campanha é quem vai ser o Chefe da Casa Civil. Vamos pegar por exemplo o caso do ex-deputado Onyx Lorenzoni, na campanha do Jair Bolsonaro, ele esteve à frente da campanha, articulou, e hoje é Chefe da Casa Civil.

Qual a tua dica pra quem hoje ainda tá na graduação e tem um interesse maior por política? O que a pessoa poderia fazer desde agora pra sair na frente no mercado de trabalho?

Mauren Xavier: Eu acho que têm várias coisas que acontecem e que podem ser um diferencial numa seleção, que podem ser um diferencial nas plataformas pra construção de portfólio. Hoje os novos jornalistas, eles têm outros processos de consumo de informação. Isso é muito interessante. Ao mesmo tempo é bem importante que tenha uma atenção pros veículos tradicionais. Nem todas as informações tão disponíveis.

Acho que muitas vezes os jornais trazem um aprofundamento bem interessante e isso ajuda o estudante a entender melhor sobre a cobertura jornalística. Por que eu digo isso? Tu vai pegar algumas matérias, por exemplo, da Folha ou do Estadão. Muitas vezes elas não têm fontes, o tal jornalismo declaratório: o assessor fulano de tal, da secretaria falou sobre todas as mudanças que o governo quer fazer. Dificilmente tu vai ter isso porque isso tu vai deixar pra quem tiver que dar essa informação, o secretário ou o ministro.

Aquele assessor, no entanto, vai ser fundamental porque vai ser de onde vai sair a informação, só que tu não pode colocar o nome dele, mas tu vai ter esse respaldo de como tu vai inserir esse conteúdo. É muito bacana também análise de cenários, muitas matérias de profundidade trazem. Claro que tu tem hoje um mercado de conteúdo na internet, mas também tem muito conteúdo de uma linha específica só. Tu tem que ter o contraditório. E o teu repertório, quanto maior ele ser, mais ele tiver pontos de vista diferentes, melhor.

Se tu gosta de política, primeiro tu tem que conhecer o sistema. Conhecer as estruturas, conhecer como é governo estadual, conhecer como funciona o federal. A estrutura judiciária, o STF, STJ, TRF, TRF-4. Conhecer essas estruturas já te dá uma largada.

Com a tecnologia, o jeito de fazer jornalismo se molda. Agora mesmo os podcasts voltaram com tudo. Como que é essa adaptação ao longo do tempo?

Mauren Xavier: Eu entrei na época em que o sites, eles eram uma novidade. Assisti a queda das torres gêmeas por uma atualização de minuto a minuto pelo site, que era a maneira que tinha com vídeos, que demoravam horrores pra subir. Nós temos o Twitter, que é de um consumo há dez anos. Tu tem que tá pensando que o leitor tem que tá em algum lugar. Como eu vou chegar ao leitor ou como ele vai chegar em mim? Isso é uma preocupação que tem que ser diária e pra fazer isso tu tem que tá fazendo conteúdos específicos.

Questão dos podcasts, que a gente tá embarcando porque eles têm que ter coisas que sejam diferenciais. Saber se tu pode trazer uma análise, uma conversa, trazer outros elementos que sejam interessantes pras pessoas terem informação? Show! Vamos fazer. Fazer por fazer me incomoda. Eu acho que tem que ter essa preocupação de fazer coisas que sejam diferentes.

Isso faz parte do jornalista hoje. Eu ouvi de um colega de outro veículo, um modelo que é o canivete suíço: tem que tá sabendo um pouco de tudo. O saber um pouco de tudo não pode ser nivelado pra baixo. Vamos acertar sempre? Não. Vamos errar? Sim. Tem que tá sabendo quando tá utilizando todas essas coisas, tem que ser uma coisa que tem que tá sendo pensada editorialmente, pensada com os colegas. E sim, não ter essa maneabilidade é prejudicial para o jornalista.

O que tu sente falta no jornalismo político?

Mauren Xavier: Tempo! Tempo (risos). Eu acho que tenho duas críticas. Uma, nós temos uma pulverização de informações, e isso soterra. Tu demora um tempo pra separar o joio do trigo, têm filtros, têm mecanismos. Às vezes é tanta informação que tu deixa passar. É complicado esse ponto, esse excesso.

Outra coisa, muitas vezes a gente fica num lugar comum: ai porque o fulano de tal veículo deu, aí todo os veículos têm que dar a mesma informação. Ou porque fulano puxou por aquilo, todos os outros têm que puxar por aquilo. Eu acho muito bacana quando a gente tem de num mesmo pronunciamento peças diferenciadas. Muitas vezes cai num lugar comum. E muitas vezes tem uma outra questão, que é esse não aprofundamento, a gente aceita nesse meio hard news, a gente não para e não corre atrás de coisas que são bem importantes.

Quais momentos foram marcantes na tua trajetória?

Mauren Xavier: Eu acho que têm vários, vários por n fatores. Como fiquei muito tempo em reportagem, eu cobri desde o primeiro surto de gripe A no país, principalmente no Rio Grande do Sul, aquela correria toda. Como teve a greve dos caminhoneiros no ano passado. Como teve a visita de presidentes e ex-presidentes. Eu e a colega Alina cobrimos a posse do presidente no início do ano, que foi uma cobertura que independentemente de qualquer coisa é um respaldo, um peso na bagagem de qualquer jornalista, assim como as posses no Estado.

Eu me lembro muito bem da primeira coletiva do final do primeiro turno do então candidato Germano Rigotto. Cada uma tem uma bagagem diferente, então, fica meio complicado, mas pra eu citar as últimas, com certeza a greve dos caminhoneiros, que foi bem puxada, e foi muito gratificante de fazer porque teve retorno, de notoriedade do conteúdo que a gente produziu.

Jornalismo político pode ser definido em qual palavra e por quê?

Mauren Xavier: Poder. E muitas vezes olham essa palavra de forma pejorativa: ai eu quero poder pra dominar os outros, eu quero poder pra exigir dos outros. O poder que eu falo da política, ele é um poder que envolve isso sim, mas ele tem uma questão de decisão. Acho que muitas vezes se distorce isso e é muito prejudicial porque o problema da falta de médico, ele é de falta de um poder político, de um governo, de execução, que a sociedade tem que saber o seu papel dentro desse jogo. A gente tem uma política representativa.

Os poderes estão de todos os lados, o poder de decidir o seu voto, e daí tem o poder, mesmo depois de exigir as coisas. E eu não tô falando só de protesto. O cidadão tem o poder de exigir e tem que se municiar cada vez mais disso. E aí que eu entro no poder do jornalista de mostrar que isso tá presente. Por exemplo, de mostrar que o que os excelentíssimos deputados estão fazendo vai interferir na sua vida. Saber se pra sociedade são importante essas medidas.

Ao mesmo tempo tem os deputados decidindo sobre determinado benefício ou rodovia. Como o governador que tem o poder de decidir sobre todo mundo, se a prioridade é pagar os salários em dia. Mas não dá pra esquecer que tem pagar o serviço de saúde que pode manter o paciente vivo. […] O poder é o que resume a política hoje.

Qual a tua expectativa pro jornalismo políticos nos próximos anos, especialmente pra 2022?

Mauren Xavier: A gente têm as eleições 2020, que são as municipais. Elas vão ter algumas diferenças, a gente até produziu um conteúdo recentemente sobre isso, que vai passar por uma maior presença nas redes sociais. Por uma utilização diferente, mas que vai trazer algumas mudanças da minirreforma que aconteceu alguns anos atrás, como a questão das coligações e a própria transparência dos financiamentos, que vai aparecer a 2022.

Essas mudanças, muitos especialistas acreditam que a quantidade de partidos que a gente tem, que são vários, vão acabar se coligando, que vão acabar deixando de existir por conta das margens de corte, que são mais severas em relação às outras eleições.

Mas eu acho assim, que o jornalismo político tem mais do que nunca a responsabilidade de fazer conteúdo relevante, não partidário, um conteúdo que seja sim apartidário, que seja um diferencial pro leitor, independentemente da posição do leitor. Se o leitor defende tal vertente, beleza, mas é fundamental que ele tenha acesso a informações com outras coisas que ele não quer ouvir. Têm blogs que só falam da questão da política de direita, da política de esquerda, beleza, só que são conteúdos monopolizados, unilaterais.

O jornalismo precisa ser pluri, senão não tem razão de ser. Se concorda ou se não concorda, bem, esse é o debate. Só que tem que ter esse conteúdo que seja, porque senão os eleitores vão ter apenas uma visão e isso é muito ruim pra democracia. E a gente viu esses extremos, nós versus eles, nas últimas eleições. Isso é um recado que vai vir nas próximas eleições, se ele vai se manter ou não. Isso vai depender do ano que vem porque a bola de cristal é uma coisa que na política não tem. Existem previsões, mas bola de cristal ninguém tem.

Bastidores

Quando a disciplina de Jornalismo Político e Econômico teve início, já imaginava que faria parte do plano de ensino uma entrevista com algum jornalista das áreas. De imediato, pensei na Mauren Xavier para ter a conversa, afinal trabalhamos no mesmo local há mais de um ano e conheço muito bem as suas excelências como profissional e pessoa.

Em seguida, no entanto, pensei que o professor não autorizaria a entrevista com alguém tão próximo, pois desafio é um dos elementos fundamentais quando o jornalismo está em pauta. Logo mais em aula, o docente disse em alto e bom som: “Eliel, não quero entrevista com alguém do Correio”.

Foi aí que fui na estação de Xavier e pedi o número de jornalistas que respondessem aos requisitos. Ele me passou vários contatos, um deles da subeditora de economia do Jornal do Comércio Patricia Comunello.

De forma muito solícita, Comunello me recebeu na redação do veículo. Foi singular conhecer sua trajetória e visão de mundo. Saí do jornal com espírito de missão cumprida. Minutos depois pelas ruas a surpresa: fui assaltado (a segunda vez este ano) e perdi toda a entrevista com a jornalista, pois toda a conversa estava no celular

Dias depois, quando tive acesso novamente a um aparelho, falei com Comunello sobre o ocorrido. Ela lamentou e torceu para que nada de pior tivesse me acontecido. Expliquei a ela que por conta do prazo e a rotina de trabalho, uma nova conversa seria difícil. A editora ofereceu uma segunda entrevista, mas que por conta das dificuldades ainda está em curso.

Tendo em vista o quadro, conversei com o professor e ele autorizou que eu fizesse a entrevista com alguém do Correio. Em meio a altos e baixos, parece que o destino tinha tudo preparado para que eu dialogasse com a profissional que eu mais tenho admiração. A entrevista com Xavier foi bem cedo, antes do meu expediente, porém, os ensinamentos que ela me proporcionou farão todos os dias hora extra.

--

--

Lucas Eliel
Dinheiro e Poder

23 • Esteio, RS • Jornalista • Movido por conteúdos que tragam uma visão humanizada dos fatos