A rebelião das máquinas

Katia Delavequia
Dioramas Modernos
Published in
5 min readMay 15, 2021

a tecnologia move o mundo, mas a que preço?

É novidade para um total de 0 pessoas que a tecnologia faz parte da nossa vida assim como o ar não tão puro que a gente respira. Também é notável o quanto facilita nossas tarefas cotidianas e blá blá. Outro fato digno a se destacar é o quanto pode nos tirar do sério quando não funciona.

assim de paciência com as tecnologias

Temos uma dificuldade enorme em aceitar que algo desenvolvido por mentes brilhantes simplesmente pare de fazer aquilo que foi programado a realizar.

Inteligência artificial, how dare you?

Dia desses ao tentar pagar um boleto pela internet, o app do banco tava instável e não concluía de jeito nenhum. Não sei você, mas quando vejo aquele símbolo girando girando e vai passando o tempo e ainda tá girando me causa uma angústia, um meu deus do céu filho vaaaaiii, aff. Meus chakras se desalinham todos.

se isso não te causa ansiedade meus parabéns

Muitas vezes é só esperar um pouco, mas nãoooo, tem que ser na hora senão tenho um mini enfarto, o chão se abre e quando você se dá conta já amaldiçoou o coitado do programador do sistema que não guenta 5 pessoas usando ao mesmo tempo.

Aí junta o cabo do carregador que começa a falhar justo quando a bateria do celular tá fazendo o telefone virar fixo de tanto que fica na tomada, o app que tem seu desempenho totalmente prejudicado pois não atualiza mais, a internet caindo bem na hora que não podia e etc.

Quando o inteligente não é tãoooo inteligente assim…

Eu vejo essas casas super conectadas, smart e fico pensando e se der um ruim e nada funcionar? Dou exemplo das fechaduras digitais. Super modernas, acho o máximo, só imagina você chegando em casa sozinho à noite, debaixo de uma chuva torrencial e quando coloca o dedo na biometria, o negócio não reconhece e simplesmente por não ter outro modo de abrir (chave pra quê né, coisa antiga que os antigos fenícios usavam, credo) você é impedido de entrar na sua própria casa.

Difícil de acontecer. Sim. Impossível acontecer. Claro que não. Quantas vezes já deu zica na biometria do banco ou no cartão que o caixa eletrônico não reconheceu. Senha então avemaria, quantas vezes você digitou errado e quase sai um monstro da tela e te joga num calabouço porque você ousou errar um caracter.

Ah mas é a segurança. Aham, boa e ruim talvez na mesma escala. Sabe grade nas janelas? A função dela é impedir que entrem, mas e se sua casa começa pegar fogo ou outro motivo que te impeça sair pela porta e você precise sair pela janela. E aí? Hã E AÍ? Fica aí essa reflexão.

Olha que bonitinho, um doguinho robô

Pra mim o retrato mais assustador da tecnologia está no episódio 5 da 4ª temporada de Black Mirror: Metalhead. Se passa em um futuro pós-apocalíptico em que cães-robôs caçam os humanos sobreviventes. Sério. É a coisa mais pavorosa do mundo. Se puder assista. Tem só 38 minutos. Tá na Netflix.

isso é muito black mirror, literalmente

Se você acha que é coisa da ficção, sinto informar, mas não. Eles já existem.

O cinema também já tratou do tema trocentas vezes. Só conferir essa lista de filmes do Canaltech.

Falando nisso…

Acabou de chegar na Netflix uma animação sensacional e recomendo muito que todo mundo assista.

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021)

A viagem de uma família excêntrica e disfuncional vira um caos total quando eles se veem no meio de um apocalipse robô. O pior? Eles são a única esperança da humanidade!

Fazia tempo que não via algo tão criativo. A animação com cores mega vibrantes mistura cenas reais com animação 3D, elementos 2D e umas colagens. É muito divertido ao mesmo tempo que questiona o papel da tecnologia e a perfeição aparente das redes sociais assim como o uso que os humanos fazem delas. E claro, o quanto a família, mesmo com seus problemas, é importante na nossa vida seja como for.

Algumas das vozes originais são de Abbi Jacobson, Olivia Colman, Maya Rudolph e até John Legend. Vi dublado pois a dublagem brasileira em animações é perfeita.

É uma perfeição mesmo. Não entendo os detalhes técnicos, mas posso dizer que não é só a Disney/Pixar que sabe fazer. Esta belíssima obra ficou a cargo da Sony. É daqueles desenhos que agradam adultos e crianças. E notem as sutilezas não tão sutis assim: o jovem visionário dono da tecnologia do momento chama-se Mark. E tem também uma referência a Kill Bill. As cenas dos créditos são amor demais.

Ai ai, pronto, já dei aquela pirada básica, agora posso voltar às atividades normais como por exemplo perguntar pra Alexa se vai chover hoje!

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