Criatividade: em se plantando tudo dá
porém, depende
Sempre bato na tecla que a criatividade está cada vez mais escassa, pois tudo o que presta já foi feito. Difícil alguém criar conteúdo novo não pensado antes. Não é impossível, mas venhamos e convenhamos, a tarefinha é nada simples.
Num mundo onde nada mais se cria tudo se copia fico pensando se ainda há espaço pra algo que vai te fazer falar: UAU! Aquela sensação de ver com seus próprios olhos um animal raríssimo quase extinto pela humanidade. E sim, temos. Quando me deparo com algo assim corro aqui pra compartilhar senão nem levanto da cama. Vem comigo.
Criatividade garantida ou seu dinheiro de volta
Uma das melhores coisas é ser surpreendida e foi o que aconteceu quando dei play em The Rehearsal (O Ensaio) na HBO Max. Não tinha lido nada sobre, nem vi trailer, apenas um perfil indicando ser genial. Pronto, bastou pra mim.
Quando um único passo em falso pode destruir seu mundo inteiro, por que deixar a vida ao acaso?
Pensa na frase: festa estranha com gente esquisita. Criada por Nathan Fielder, a série explora até onde um homem vai para reduzir as incertezas da vida cotidiana. Com uma equipe de construção, vários atores e recursos aparentemente ilimitados, Fielder permite que pessoas comuns se preparem para os maiores momentos da vida “ensaiando-os” em simulações cuidadosamente elaboradas de seu próprio projeto.
No episódio de estreia, Nathan ajuda um aficionado por trívias a esclarecer para sua companheira de equipe sobre uma mentira de longa data. É sensacional. O planejamento envolvido é surreal. Não vou falar mais nada. Meu conselho é: assista. (não coloquei o trailer de propósito). Vai na fé.
A segunda dica de ouro é South Park: The Streaming Wars no Paramount+.
South Park é aquela animação adulta boca suja que narra o cotidiano de quatro crianças e trata de assuntos controversos através do humor ácido, metáforas e o politicamente incorreto.
Neste especial dividido em duas partes, a genialidade fica por conta do tema. Eles falam de meio-ambiente para criticar os serviços de streming.
O objeto principal do filme é a Guerra do Streaming, ou seja, o surgimento frustrante e irritante de uma penca de serviços concorrentes de conteúdo audiovisual, mas, na verdade, o roteiro lida com os serviços de fornecimento de água para o estado do Colorado, usando o clássico Chinatown, de Roman Polanski, como inspiração e pano de fundo, com abordagem ambientalista, sem esquecer de satirizar “Karens” e cirurgias de mudança de sexo em crianças, em uma abordagem que, claro, retorna ao título e, sim, crítica severamente os infinitos serviços de streaming, um deles, ironicamente, lar do próprio filme.
Mas, como é costumeiro, o jogo de palavras é importante, pelo que vamos a ele: stream, em inglês, significa, originalmente, riacho, córrego ou curso d’água. Por extensão, a palavra também significa fluxo, algo que foi capturado pelo jargão técnico muito anterior ao serviços de streaming pra significar transmissão, o que, então, justifica e explica o nome dos serviços oferecidos pelo Netflix e (vários) outros.
No filme, o roteiro de Parker volta à origem e lida com o literal fornecimento de água para Denver que é ameaçado pelo uso extensivo dela nas montanhas do estado perto de South Park e pela presença disruptiva do mítico Homem-Urso-Porco. O resultado disso é a chegada de um sinistro Inspetor de Águas que, no lugar de criar problemas para as fazendas de maconha concorrentes de Randy Marsh, agora chamado de Karen Marsh sem ele entender o porquê, e de Steve Black, sugere que eles poderiam vender a água para a cidade grande, só precisando comprovar que ela chega no reservatório de lá.
Eles fizeram de maneira bem criativa críticas a enorme quantidade de conteúdo que as várias plataformas lançam sem se preocuparem com a qualidade e com os profissionais envolvidos. Tudo com metáforas. Por exemplo, um parque aquático da cidade teve a ideia de contornar a falta d’água usando urina nas piscinas e as pessoas mesmo achando horrível nadar no mijo, ainda assim continuam a frequentar o parque. A água representa o conteúdo que hoje as pessoas estão consumindo mesmo sendo péssimo (e ainda pagam por isso, alô netflix). Nota 10 pra criatividade.
Clubinho do true crime tá on
Pacto Brutal (HBO Max) sobre o caso Daniella Perez. Os 5 episódios já estão disponíveis.
Black Bird (AppleTV+) com Taron Egerton, conta a história de um traficante que se aproxima de um serial killer a pedido do FBI.
Memórias de um Assassinato (Mind Over Murder, HBO Max) série documental sobre os 6 de Beatrice, condenados em 1985 e exonerados por provas de DNA em 2009.
Todos 10/10.
Calmaaaa já tô indo embora, só mais uma dica
O Resgate (Disney+), sobre os 12 meninos + o técnico de um time de futebol que ficaram presos numa caverna na Tailândia. Acredito que nunca me emocionei tanto vendo um documentário. Esse precisa da caixa de lenço do lado.
Agora chega! Daqui a 2 semanas estou de volta!
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