Instituições de memória na sociedade digital: Direitos Autorais e acesso à cultura

Ensaio por Andréa Lasevicius e Isabella Lima

CEPI - FGV DIREITO SP
Direito Autoral Online 101
3 min readFeb 15, 2023

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Entre os caminhos que a Internet trilha desde sua chegada, em uma de suas alamedas encontram-se as obras de arte e seu tratamento no espaço digital. Ela impõe desafios como a transformação fiel do mundo físico ao interior das telas de computadores e celulares e as novas formas de criação artísticas, a partir desse espaço de inéditas configurações de tato — como é o caso do design gráfico.

Inspiradas por essas mudanças, Andréa Lasevicius e Isabella Lima escrevem sobre os desafios das instituições de memória, que, uma vez responsáveis por obras artísticas que compõem seus acervos, se veem compelidas a acompanharem as mudanças tecnológicas diante da sensação crescente de que “se não está on-line, não existe”.

Nessa constante aceleração e necessidade de visibilidade que surge, as autoras mostram-se conscientes de que as condições do Brasil, no que diz respeito ao olhar à cultura, reafirma os significados do que é oscilação, fazendo com que debates importantes para a cultura brasileira, como a digitalização de acervos, sejam tardios. Nas palavras de Isabella:

quando pegamos o histórico das formulações de políticas voltadas para o âmbito cultural no nosso país, percebe-se que cada gestão teve sua estratégia que muitas vezes não conversam: desde de pensar na criação de planos de ação, de criação de conselhos, fóruns, órgãos no geral ou seu desfazimento […]

Na conversa, foram listadas diversas políticas públicas que podem ser pensadas e repensadas para o contexto do país. Além disso, foram levantadas as questões técnicas e jurídicas que soam como inalcançáveis para a realidade de muitas instituições, visto que o desenvolvimento tecnológico e o conhecimento do direito autoral encontram-se abalados.

Analisados esses impasses, a conversa trouxe em jogo os mecanismos que colaboram para uma melhor proteção de obras brasileiras: sejam institutos jurídicos como fair use, instituições como o Creative Commons, ou iniciativas como a agenda Open GLAM, todos buscam um melhor equilíbrio dos direitos autorais frente aos titulares e detentores de criações artísticas e os consumidores e usuários — incluindo melhorias necessárias na parte legislativa. Com excelência, Andrea expõe pontos importantes:

As instituições […] a todo momento são defrontadas com a pergunta se elas podem utilizar determinada obra para aquele determinado fim […] se não tiver esses direitos e precisar de autorização, traz muitas dificuldades que podem ser listadas, principalmente os pontos — pensando em uma reforma da lei — de domínio público, obras órfãs, as camadas de direitos e as limitações e exceções.

Por isso, reafirmamos: para saber o que foi dito sobre esses critérios da Lei de Direitos Autorais e quais iniciativas são importantes para o futuro da cultura brasileira, confiram a nossa conversa, está imperdível!

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O Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da Escola de Direito da FGV SP visa debater temas jurídicos que envolvem tecnologia, sociedade e educação. @fgvcepi