Fogo no Disk MacumBBBa

Alan de Sá
Disk Macumba
Published in
3 min readJan 17, 2022

— Suporte técnico, Baiano das Sete Redes, Disk Macumba, boa noite.

— Opa, tudo certo?

— Joia, pai. Me confirma teu nome, na moral?

— Oxe, cês no Disk Macumba num adivinham, não?

— Sim, mas é que eu tô vendo um negócio aqui, daí tô doidin das ideia.

— É Jônata.

— Sem “h”?

— Sem, e com aquele chapéuzinho no ó.

— Pronto, anotado aqui. Pode falar, tô te escutando. É mulher, é?

— Rapaz, até é.

— Tu também é foda, vu. Já vi aqui que tu foi chifrado duas vezes pela mesma nega, aí é de fudê o cu do palhaço né, meu pai.

— Não pô, né coisa com Ciberlândia não, oxe. Na verdade, o que eu quero é bem simples: eu quero é que Sarah saia do Big Brother.

— Tu quer o quê?

— Tirar a Sarah.

— A galega?

— Ela mesma.

— Aí você me quebra. Pô, não tem como lhe atender assim não.

— Oxe, e entidade pode torcer pra Big Brother, é?

— Marapaiz, você é bomba de posto pra ficar me regulando, é, disgraça? Oxe, eu torço pra quem eu quiser.

— E tu vai torcer logo pra bolsominion.

— E eu lá tenho nada a ver com não sei quem, rapaz? Eu quero é teile e zaga, estrategi, taca daqui, taca dali, formação de paredão. Já perdi três bolão esse ano aqui na firma porque tiraram meus pivete, agora o jogo tá aí, chatão que só a porra, até fanzinho de kpop tá melhor de ver no Twitter que essa porra.

— Rapaz, não creio nisso não. Tu tá me dizendo que queria que Karol Conká ficasse, é?

— Queria! Ela quem botava fogo na casa.

— Ia é botar fogo em um, isso sim.

— Apois, que colocasse. Pelo menos ia ter polícia, sirene, quebra-quebra, choro de criança, cachorro latindo. Agora eu tenho que ficar vendo mizéria de marombeiro encubado falar do tamanho do já morreu.

— E pensar que eu achava que as entidades de umbanda fossem de esquerda.

— De esquerda é Exu, que quebra garrafa de cachaça na cabeça de garimpeiro. Eu não tenho essas xibiotagem não, meu pivete, quero ver é o negócio bom.

— Olhe, eu não quero mais atendimento do senhor não, vou é atrás de outro serviço.

— Por mim, se pique. E se eu te pegar nos meus pontos de força eu te dou dois pega só pra tu não dormir de noite. Passar bem.

— Suporte técnico, Baiano das Sete Redes, Disk Macumba, boa noite.

— Oi, tudo bem? Eu sou Layanne, tô precisando de um serviço.

— Diga lá, figura.

— Eu quero um serviço do senhor pra tirar o Rodolffo do paredão.

— O agroboy?

— Esse mesmo.

— Aí você me quebra, pô. Tem como lhe atender assim não.

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Alan de Sá
Disk Macumba

Journalist, writer, copywriter and co-creator of sertãopunk.