Uma sugestão de estudo para UX: neurociência

Claudio Palmieri
ilovehumans
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4 min readFeb 13, 2016

Tema que precisa estar no universo do profissional de UX

Trabalho com UX há um bom tempo e já li diversos livros sobre o tema — desde a época do livro do urso polar (Information Architecture) do Louis Rosenfeld e Peter Morville , o Não Me Faça Pensar do Steve Krug e do Home Page Usability do Jacob Nielsen.

Hoje temos vários livros sobre o UX. Todos que li tratam o UX num nível superior: conceitos, filosofia, aplicação prática, dicas, work flow, etc.

Apesar de excelentes livros, nenhum que conheci vai a fundo e no âmago do ser humano. Afinal, o U, do UX, quer dizer que desenvolvemos trabalho para um ser humano.

Segundo Ray, em 2029 os computadores serão como humanos

O livro Como Criar uma Mente, de Ray Kurzweil, vai a fundo, bem a fundo mesmo, e oferece para o profissional de UX um enorme conhecimento da mente e do cérebro que pode ser encarado como uma base nítida para os trabalhos de UX.

O foco do livro na verdade é nos levar a conhecer de perto o não humano, ou seja, seu conteúdo é direcionado para a Inteligência Artificial. Mas para explicar a IA — usarei IA para inteligência artificial e não Information Architecture ;-) — ele precisa nos levar a conhecer o funcionamento do cérebro humano.

Textos f* destacados do livro

Dentre todos os assuntos abordados no livro, eu destaco aquele que julgo central para pensar projetos de UX: teoria da mente baseada em reconhecimento de padrões. Essa, também, é a teoria central das decisões que tomamos no nosso dia a dia e da construção da nossa inteligência.

Um exemplo simples que ele usa no livro. Se passar rapidamente diante de nossos olhos a palavra APLE, em questão de milésimos de segundo, nosso cérebro sugere APPLE. Ele insere o P que estava faltando porque, com base no seu aprendizado, é a palavra mais provável. A mente julga: APLE não existe, mas talvez seja APPLE. É APPLE sim porque está dentro do contexto de tecnologia. O mesmo ocorre quando usamos algo que se assemelha a um botão, mas que na verdade não é. O usuário clica e se frustra, já que o reconhecimento de padrão sugeriu ser um botão.

Seus olhos vêem APLE, mas sua mente interpreta APPLE

Um outro ponto que destaco está no capítulo 7, onde Ray aborda os Modelos Ocultos de Markov. A matemática do conceito de Markov está presente na interface que a cada dia utilizamos mais, como a SIRI do iPhone, o Google Now e até a biometria presente nos caixas eletrônicos.

O Modelo Oculto de Markov está nas novas interface, como a SIRI da Apple

Bem, essa é minha sugestão de expansão de aprendizagem na área de UX. Comprem o livro e mergulhem no conteúdo, mas com aquele olhar de UX que temos.

Por Claudio Palmieri
Digital Planner/Creative, UX Specialist, Interactive Designer and Innovation/lab Lover.
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Revisado por Natascha Cristina Lopes

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