Leopoldo Luiz Diniz Lopes
Disruptuose
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3 min readJun 26, 2016

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Esteja certo, apesar de tudo que se possa dizer, este é um fato inquestionável: Crise não quebra ninguém!

Ao longo destes últimos dias tenho acompanhado o noticiamento de diversas empresas que encerraram suas atividades aqui em Divinópolis. Algumas bastante conhecidas, outras tantas anônimas, umas poucos meses de abertura e até mesmo aquelas com mais de 30 anos. E é interessante observar que quando os fenômenos nacionais começam a pipocar no quintal do vizinho são acessas as lâmpadas da percepção, que iluminam nosso entendimento para a real gravidade e delicadeza que pede o momento que vivemos.

E assim é natural que, talvez por solidariedade, muitos facer amigos busquem culpar, desde os PTralhas malditos até os PM e PSdêbestas de rapina, como algozes e responsáveis pela bancarrota destas empresas, numa tentativa insurgente de apaziguar a frustração e a tristeza daqueles que, após anos a frente de seus negócios, tiveram de tomar a difícil decisão de não mais continuar.

Contudo é necessário que neste momento seja deixado de lado a comoção afim de evitar que a ingenuidade e a pretensa revolta não obscureça nosso recém iluminado intelecto para que, por fim seja feita a conexão dos fatos, cuja conclusão inequívoca é de que o máximo que uma crise consegue fazer é:

A → Ser trampolim de ascensão para ideias e iniciativas promissoras;

B → Ser a pá de cal de empreendimentos cujas covas foram cavadas por seus donos ao longo do tempo.

E tomo aqui a liberdade de restringir meus pensamentos a segunda opção, uma vez que já muito se tem falado e escrito sobre "tirar o s da crise".

Após uma vida pessoal profissional recheada de quedas e sucessos tenho a plena convicção e experiência de que a falência ou quebra de um empreendimento é responsabilidade exclusiva da pessoa a frente do negócio. É decorrência única da má gestão recorrente, do embotamento perceptivo das nuances e mudanças do mercado, do pretenso e equivocado sentimento de sucesso e paradgmatização de processos, pessoas, valores e culturas, da confusão de personalidades físicas e jurídicas, da sangria do caixa da empresa, dentre tantos outros erros que já vi serem cometidos por empresários de toda sorte de segmentos e portes. E pasmem, todos estes fenômenos anteriores ao momento atual que vivemos! E repito aqui o disse no início, ainda com mais convicção: Crise não quebra ninguém!

Uma vez que chegaram até aqui na leitura, guardem em seus corações esta simples equação que aprendi nos tombos e acertos que vivi e acompanhei:

RESULTADO = EXECUÇÃO C/ EXCELÊNCIA DE PROCESSOS BEM DEFINIDOS Á PARTIR DO MENOR CUSTO E COM A MÁXIMA RENTABILIDADE.

Procure saber quantos de seus amigos empresários tem um fluxo de caixa desenhado e respeitado, ou ainda quantos gastam exatamente o quanto lhes é destinado como pró-labore mensal (aliás, pergunte se eles tem algum!) Tende saber ainda quais são as práticas adotadas em seus empreendimentos que visam aplicar esta regra de resultado e esteja certo de que você irá se deparar com algumas respostas preocupantes.

É óbvio que o Estado tem sua parcela de responsabilidades, afinal os dados macro econômicos e principalmente o reabaixamento do Brasil pelas agências de risco não deixam dúvidas sobre o caos político em que o país se encontra. Mas não fechemos nossos olhos ao infinito número de empreendimentos que têm surgido na atualidade! O número de empresas abertas na atualidade faz com que o saldo final seja equilibrado.

Prova disso é que basta olhar para o outro lado da praça para perceber que enquanto de um lado os saudosos sofrem as pencas pelo fechamento da antiga sorveteria, do lado de lá as mesas estão cheias de crianças que sorriem e se esbaldam com toda a sorte de gelados dos mais variados sabores.

Uma salva de palmas ao liberalismo econômico!

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Leopoldo Luiz Diniz Lopes
Disruptuose

Indagar o mundo é uma paixão, aprender compulsivamente um hobbie e compartilhar dúvidas uma tentação que espanta e exorciza monstros que não criei.