Leopoldo Luiz Diniz Lopes
Disruptuose
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1 min readJun 28, 2016

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A ignóbil ranhura, a dor mais escura, os gritos, os brados, as lascas. O sangue jorrando lá fora, em sua face, em sua casa, em todo seu teto e você, ataráxico, no mais absorto e insuflado silêncio.

Não cabendo em si mesmo, prestes a uma explosão homérica de fúria e temeridade, a resignação aflora, a frieza atenua e todo o furor titânico se resume a um suspiro e a uma lágrima. Insólita, mas que diz tanto.

Não obstante num repente o brado reduz-se a alarido, o furor se torna vergonha e a vontade transmuta em demência. Loucuras de uma culpa inexistente, quiçá nauseabunda e delirante.

E assim, o silêncio persiste, a dor se alastra, o peito se expande e o sopro anasala.

Pois é fato que é vida que segue, é dito que é dia que passa, é existir que, descontente, existe.

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Leopoldo Luiz Diniz Lopes
Disruptuose

Indagar o mundo é uma paixão, aprender compulsivamente um hobbie e compartilhar dúvidas uma tentação que espanta e exorciza monstros que não criei.