Aprendizados sobre construir uma nova feature como uma product designer júnior na Dito

Sara Giovana
Dito Tech
Published in
5 min readJan 18, 2023

Aprendizados e os desafios ao tocar o meu primeiro processo de produto de ponta a ponta e dicas para quem também está passando por isso.

Meus aprendizados como uma padawan em processos de produto.

A parte legal de ser júnior em uma área e estar em uma nova empresa é que os desafios também são sempre novos e (a̶s̶s̶u̶s̶t̶a̶d̶o̶r̶es) empolgantes.

Quando comecei na área de produto, a parte mais difícil pra mim era defender e possuir argumentos suficientes para que outros times e a própria empresa enxergassem valor no que eu entregava. Nesse período eu ainda não havia participado de nenhum processo de discovery, não tinha feito nenhum tipo de pesquisa ou conversado com ao menos um usuário e não tinha a menor ideia sobre regras de negócio ou algo do tipo. E isso, dificultou muito o meu desenvolvimento como PD.

Depois de passar tanto tempo 'apenas' desenhando telas sem entrar muito a fundo nas tantas outras etapas (essenciais) que o processo compreende, eis que me deparei com o desafio de desenvolver minha primeira feature e participar de todo o processo desde a pesquisa até o lançamento, o que me rendeu diversos aprendizados que adquiri por meio de (vários) erros e acertos que venho compartilhar com vocês:

1 — Não ter medo de dizer que não entendeu alguma coisa

Quando eu recebi esse desafio de tocar a criação de uma nova feature confesso que o medo tomou conta de mim, pois se tratava de uma feature bem complexa. Me lembro de participar de inúmeras calls para que me explicassem mais sobre como tudo iria funcionar e me lembro de ficar ainda mais confusa a cada explicação que eu recebia. O motivo? Vergonha de dizer que não tinha entendido. Com isso, fiquei bem travada logo na etapa inicial do processo, afinal, eu não tinha claro em mente o que exatamente eu estava buscando e qual o problema eu deveria resolver.

Isso me gerou muita frustração e perda de tempo: levei meses para uma entrega que poderia ser facilmente feita em metade do tempo se eu tivesse sido mais transparente em relação ao meu entendimento sobre o projeto.

2 — Não existe receita de bolo quando se trata de pesquisa

Beleza, problema entendido… e agora, por onde começar?

Um aprendizado que levo pra vida desde que iniciei os estudos para me tornar PD: ter um problema definido já é meio caminho andado. E não existe um passo a passo para se seguir a risca quando se trata de discovery, porque tudo depende. É normal ficar um pouco perdido com tantas possibilidades como eu fiquei, então expor minhas dúvidas e buscar apoio de designers mais experientes me ajudou muito a destravar e a começar a entender como o discovery funciona. Com o tempo e com a prática você vai se familiarizando e entendendo quais métodos utilizar, confie no processo!

3 — Não tenha vergonha… levantar a mão para pedir ajuda é extremamente produtivo!

Bibliografia e conteúdos é o que não faltam na internet, mas para ser muito sincera, buscar inúmeras referências me deixou ainda mais confusa. Isso porque eu consumia tanto conteúdo para tentar resolver as coisas sozinha que eu acabava ficando ansiosa por não saber o que fazer com tudo aquilo. Como eu disse anteriormente, pedir ajuda e levantar a mão é extremamente produtivo. Pedindo ajuda para alguém da equipe (ou fora dela) você:

  • Aprende muita coisa nova;
  • Conhece novas pessoas e faz o famoso networking;
  • Tira dúvidas;
  • Otimiza seu tempo, pois não fica agarrado por horas/dias tentando resolver algo sozinho;
  • Melhora suas habilidades de comunicação (uma soft skill importantíssima na nossa área de atuação!).

Ah, e um lembrete muito importante: tudo bem não saber de tudo! Não se acanhe ao pedir ajuda para destravar alguma tarefa na sprint que simplesmente não tá rolando. Isso vale não só para etapas de discovery mas para todo o tipo de tarefa que você tiver. Mantenha-se próximo da sua equipe e você vai aprender e absorver muita coisa legal que você pode levar para sua carreira, além de poder fazer amizades.

Faz parte da vida de um PD se comunicar com muita gente durante todos os processos — de início pode parecer bem assustador pra quem é tímida/introvertida como eu — e se você der uma chance pra si mesmo você vai ver o quanto isso ajuda a crescer e a ganhar autonomia. Comunicação é a chave! E depois que finalmente aprendi isso, consegui amadurecer, criar mais autonomia e melhorar minhas entregas.

4 — Insegurança é normal, mas não deixe ela te calar.

Quando comecei a trabalhar na Dito, fui apresentada a diversos ritos e reuniões com bastante gente, e eu costumava apenas participar como ouvinte e raramente abria a boca para dar uma opinião — salvo momentos em que me pediam para falar alguma coisa.

Como sempre fui muito tímida e insegura, eu tinha muito medo de falar alguma besteira ou de parecer que não entendi nada, e isso causou o que eu falei lá na primeira dica: não me expressar sobre não ter entendido ou não ter concordado com algo dito nas reuniões.

Por sermos profissionais júnior, a insegurança praticamente grita quando vamos realizar uma entrega, dar uma opinião ou tomar uma decisão… E isso é perfeitamente normal. Porém se calar e não expressar o que você pensa ou o que você entendeu do assunto, dá margem para que as pessoas achem que você entendeu ou concorda com o que está sendo tratado. Quem cala consente, lembra?

Então a dica que eu dou é: seja participativo em reuniões, por mais tímido e inseguro que você seja. Falar em público é uma skill que você vai adquirir com o tempo, então simplesmente comece! Não tenha medo de perguntar, dar sua opinião (quando convém) e/ou concordar/discordar de algo. Ser participativo em reuniões gera discussões muito interessantes — em sua maioria — que podem te ajudar a coletar insights, aprender coisas novas e a ganhar mais confiança ao falar com as outras pessoas.

Conclusão

"Faça ou não faça, a tentativa não existe"- Mestre Yoda

A comunicação é uma ferramenta poderosíssima. Erros irão acontecer, muitos deles — principalmente no início. O que nos resta é aprender com eles. Se permita errar, não saber de tudo e de não deixar o orgulho te vencer ao pedir ajuda. Ninguém não sabe nada a ponto de não poder ensinar algo e nem sabe tanto a ponto de não poder aprender mais nada.

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Sara Giovana
Dito Tech

Porduct designer, libriana, aspirante a guitarrista, geek de carteirinha e viciada em café