Principais dados da Podpesquisa 2019–2020 sobre consumo de podcast
A Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), realiza todo ano uma importante pesquisa sobre o consumo de podcast no Brasil. Este ano, mais uma edição foi publicada trazendo dados interessantes sobre o boom do formato, que já se mostrava promissor há alguns anos, mas que nesse momento está saindo do nicho e chegando a um público maior.
Há dois indicadores que considero importantes em relação a comprovação do cenário positivo para os podcasts. O primeiro, foi a adoção do formato pelo grupo Globo, maior conglomerado de veículos de comunicação do Brasil e um dos maiores do mundo, que já promove uma série de conteúdos do gênero desde o ano passado. Outro indicativo é o investimento dos grandes players de streaming. Só o Spotify destinou 500 milhões para investir no formato, comprando grandes players de distribuição. Segundo informações divulgadas pelo portal B9, dados do quarto trimestre do Spotify mostravam que a rede já havia aumentado em 200% o número de ouvintes de podcast.
Tendo em vista esta crescente adoção, mais do que nunca, é importante entender o perfil e as expectativas do público que consome podcast. Por isso, vamos aos dados da Podpesquisa, que teve 16.713 respostas válidas através de um formulário digital no período de 21/10/2019 a 15/12/2019.
Consumo de podcast no Brasil por sexo
Na pesquisa feita pela mesmo entidade em 2018, em parceria com a Rádio CBN, os dados indicavam que homens eram os que predominavam na adoção do formato. Os mesmos representavam 84%, enquanto as mulheres representavam 15% dos consumidores. Na atual pesquisa, o número de mulheres ouvintes saltou para 27%, diminuindo o percentual de homens, que hoje é de 72%. Os outros 1% se dividem entre pessoas que se denominam panssexual, androssexual, assexual, bissexual, ginessexual ou homossexual.
Consumo de podcast no Brasil por escolaridade
Outro dado importante é o nível de escolaridade. Segundo a pesquisa, 31% dos ouvintes têm superior completo e 30% têm superior incompleto. Em relação a 2018, a única mudança visível é que os ouvintes com pós-graduação completa passaram de 14% para 19%.
Renda por faixa, etnia e região de ouvintes de podcast no Brasil
Neste gráfico, conseguimos extrair mais do que uma informação. Nele, vemos a predominância de participantes que se autodenominam brancos, seguida de participantes pardos. Quanto à renda, podemos perceber que os maiores salários também são de Brancos, seguidos de pardos. Esses dados reafirmam a desigualdade salarial apresentada em uma pesquisa aplicada em 2018 pelo IBGE, onde indicadores apontaram que brancos recebiam até 75% a mais que pretos e pardos no Brasil.
Spotify já é o principal player entre os usuários
Outro dado interessante é que mais de 40% dos participantes afirmam utilizar o Spotify como agregador para escutar conteúdo em podcast. Na pesquisa do ano passado, a empresa era a quinta colocada, empatada com a Pocket Casts, Castbox e Podcast Player. Isso significa que todo o investimento da rede no formato está dando o retorno esperado. Em 2018, os principais agregadores eram o Podcasts Addict e o Itunes.
Outros dados interessantes mostram que os dez assuntos mais buscados são cultura pop, humor e comédia, ciência, história, política, TV e filmes, sociedade e cultura, tecnologia, educação e games. Destaque para o tópico ‘feminismo’, que apesar de não aparecer entre os dez, foi o tópico que mais cresceu no interesse do público na comparação com a pesquisa feita em 2018.
Para ver a Podpesquisa completa e ter outros insights, basta acessar aqui.
