Como o blockchain vai revolucionar a filantropia?

Rastreabilidade, transparência e um novo conceito de confiança

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4 min readJun 2, 2017

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Se você ainda não ouviu falar de blockchain, provavelmente deve ter ouvido falar do bitcoin, uma moeda virtual que promove transações de indivíduo para indivíduo idealizada pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto e que hoje (no dia de publicação deste post) vale quase R$ 8.000. O blockchain é, inicialmente, a tecnologia desenvolvida para tornar o conceito do bitcoin possível, ou seja, transações financeiras realizadas de forma online de pessoa para pessoa sem nenhum intermediário.

O que mais nos intriga nisso tudo é o funcionamento dessa tecnologia: o blockchain. De forma literal, blockchain significa cadeia de blocos e esse nome explica muito sobre o seu funcionamento. Não somos especialistas no assunto (ainda :D), mas o blockchain, em sua essência, é uma rede distribuída do registro das transações realizadas através da plataforma.

“A cadeia de blocos, ou blockchain, é um grande banco de dados, público, remoto e inviolável, no qual podem ser registrados arquivos digitais de todo tipo. Cada item guardado ali é datado e dá origem a uma espécie de assinatura, formada por uma sequência de letras e números.” Leia mais aqui.

Todas as transações (transferência de dinheiro entre dois indivíduos ou organizações) são registradas em um bloco e, ao invés de serem validadas por bancos ou outras instituições centrais, a rede de computadores que possui o histórico completo de todas as transações já realizadas valida e dá credibilidade à transação. Essa transação, junto com outras que ocorreram em um espaço de tempo pré-determinado, é criptografada e, então, junta-se à famosa cadeia de blocos, concluindo a operação.

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O seu funcionamento é muito interessante, pois tem como consequência diversas alterações no sistema de transações financeiras como o conhecemos. Mas hoje, estamos aqui para falar no possível impacto (diga-se de passagem: incrível!) que essa tecnologia ainda em fase inicial pode ter na forma como realizamos doações. Conheça a seguir.

Rastreabilidade

A cadeia de blocos é constituída por todas as transações já realizadas através da plataforma do blockchain e, com isso, é possível rastrear todas as transações feitas desde o início. No mundo da filantropia, doações e ajuda humanitária, isso irá permitir que doadores saibam de que forma a sua doação foi gasta, proporcionando, assim, um maior conhecimento do resultado e impacto da ajuda realizada.

A tecnologia também está intrinsecamente relacionada à implementação de contratos inteligentes para estabelecer a relação entre duas partes que realizam transações financeiras. Por exemplo, um doador pode estabelecer um contrato inteligente para viabilizar a sua doação para uma organização no momento em que o saldo de caixa estiver abaixo de um determinado valor ou no momento em que um determinado indicador for atingido.

Blockchain, literalmente, significa cadeia de blocos

Transparência

Outro ganho dessa tecnologia é o seu mecanismo à prova de fraudes. Todas as transações presentes na cadeia de blocos estão em todos os computadores que fazem parte da rede que valida as novas transações. Dessa maneira, caso houvesse uma tentativa de alterar algum valor ou o destinatário de determinada transação, isso deveria ser feito em todos os computadores antes que um bloco fosse criptografado. Da maneira que a tecnologia funciona, isso é fisicamente impossível.

Essa qualidade da solução fornece ainda mais transparência ao processo filantrópico, de ajuda e de doação, e a certeza de que o seu dinheiro será direcionado de forma segura para quem mais precisa.

Intermediação

O blockchain traz um novo conceito sobre “confiança”. Hoje, para comprarmos alguma coisa, usamos nossos cartões de crédito que, através dos nossos bancos, validam se realmente temos o dinheiro ou o crédito para realizar determinada transação. Com isso, o banco ou instituição financeira (ex. PayPal) cobra uma taxa mensal, anual ou por transação, dependendo do caso, para prestar esse serviço e conectar dois indivíduos e/ou organizações.

O blockchain elimina completamente essa necessidade. Toda plataforma constituída no blockchain possui uma rede de computadores responsável pela validação das transações com base na informação da carteira de cada indivíduo e de transações históricas na cadeia.

Isso representa um ganho enorme para a filantropia e ajuda humanitária, já que elimina a necessidade de bancos como intermediários de transações de doações ou direcionamento de recursos e, assim, os valores das taxas administrativas que pertenciam aos bancos e instituições financeiras seriam destinados às causas. No Brasil, essas taxas representam centenas de milhões de reais para organizações, causas e intervenções eficientes, com o poder de mudar o nosso país.

A doebem, ao promover uma cultura de doação eficiente, busca e estuda também tecnologias que possam ser capazes de reinventar a forma como doamos e ajudamos. O blockchain é uma delas. Visite o nosso site e nos acompanhe nas redes sociais para saber nossas novidades e como estamos trabalhando nesse caminho. Este post foi escrito por Elisa Mansur e revisado por Guilherme Samora.

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doebem é uma plataforma online que conecta pessoas dispostas a realizarem doações financeiras com ONGs sérias e eficientes — uma nova experiência de doação.