Festival “Tocando a Alma” dá vida à Rua Coberta de Nova Petrópolis
Evento cultural traz música e dança ao espaço público no fim de semana na Serra Gaúcha
N a melhor expressão do clima da Serra Gaúcha, uma sorrateira neblina toma conta de um até então ensolarado sábado em Nova Petrópolis. À meia tarde, a brancura da cerração e o verde dos gramados da Praça das Flores constituem o pano de fundo para o evento “Tocando a Alma”. Produtos artesanais, comidas, bebidas, exposição de trabalhos artísticos, dança e música ganham a Rua Coberta, junto à praça, ao longo dos dias 30 de junho e 1 de julho.
O conceito de rua coberta é comum a outras cidades da região, sendo a de Gramado a de maior fama. Em Nova Petrópolis, o espaço abriga eventos de rua, como é o caso do “Tocando a Alma”. Alguns aspectos estão sempre presentes, como o chope da cervejaria local. Turistas registrando seus momentos no inverno da Serra em câmeras fotográficas e smartphones dividem espaço com moradores locais, que tradicionalmente ocupam a praça munidos de cadeiras de praia, garrafas térmicas e cuias de chimarrão.
No palco, uma das atrações musicais foi o “Acústico Preto e Branco”. Em uma terra de bandas tradicionais alemãs, o folk rock germina por meio de três jovens da cidade. “Não é fácil, pois não temos muito espaço por aqui. Encontramos uma certa resistência, mas vamos aos poucos mostrando nosso trabalho e sendo reconhecidos”, conta Éverton Garcia, que toca violão e faz vocal no trio. Também fazem parte da banda Jaqueline Adams (voz) e Thiago Koepsel (percussão).
No repertório apresentado no festival, a banda interpretou canções como “Radioactive”, da Imagine Dragons e “O Sol”, de Vitor Kley. O trio toca junto nesse formato acústico apenas desde fevereiro, mas já tem uma música autoral no repertório: “Siga”, composição da vocalista Jaqueline. “Sobre o repertório, vamos escolhendo as bandas que gostamos e aquilo que ficaria bom para o nosso estilo, incluindo o que se encaixa”, explica Jaqueline.
A jovem de 18 anos acredita que sempre há possibilidades se abrindo, desde que se faça o trabalho da melhor forma possível, como é o caso de poder mostrar o trabalho na Rua Coberta. Sobre o que gosta de ouvir, Jaqueline destaca o ecletismo. “Eu dificilmente não curto algo, desde que seja música. Mas o estilo que tocamos, folk/rock é o que mais gosto. Cada música tem um significado único”, afirma ela. O trio teve suas raízes a partir do Colégio Padre Werner, onde Thiago estuda. Jaqueline, por sua vez, já concluiu o ensino médio e Éverton trabalha.
Outro evento que ocorrerá em breve na Praça das Flores de Nova Petrópolis é o Festival Internacional do Folclore Alemão, que reúne mais de 40 grupos folclóricos do Brasil e de outros países no período de 13 a 29 de julho.