Análise dos locais pela IGF

Prefeitura do Rio
Dossiê Campo de Golfe
4 min readMar 18, 2015

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Confira abaixo a íntegra da análise feita pela Federação
Internacional de Golfe dos campos da cidade

Itanhangá Golf Clube

O Itanhangá é um clube de golfe privado localizado em um vale na zona leste da Barra da Tijuca. O campo, originalmente construído na década de 30, possui 18 buracos com a extensão total de aproximadamente 6 quilômetros, além de um campo contiguo, com menor dimensão (9 buracos). De acordo com estudo técnico da IGF, o Itanhangá foi considerado uma opção inviável do ponto de vista operacional. Sob uma perspectiva de competição e de infraestrutura, o campo também não foi avaliado como adequado para receber competições olímpicas, uma vez que não possui a extensão suficiente, não disponibiliza as condições agronômicas necessárias, tem um sistema de drenagem deficiente e problemas de inundação. Em condições meteorológicas desfavoráveis, como dias de chuva, as competições poderiam ser canceladas. Além disso, uma renovação de grande dimensão seria necessária numa escala que se assemelharia à criação de um novo campo. Há também a topografia do vale onde está localizado, que resulta em acesso limitado através de uma rua estreita e ao espaço insuficiente de suas instalações. Por ser um clube privado, não possibilitando acesso público após os Jogos, a instalação não seria um legado para a população do Rio de Janeiro.

Entre as modificações, a IGF recomenda que a área de localização do terceiro circuito de nove buracos seja utilizada para a construção de três buracos “de torneio”, para ampliar outros 15 buracos modificados no campo existente. Com a renovação proposta do campo e utilização de três novos buracos, o campo poderá ter a extensão de quase 7 quilômetros com um par de 71 (o Itanhangá tem um par de 72), o que pode ser adequado para uma competição olímpica masculina. Também foram sugeridas a reconstrução do sistema de drenagem, instalação de novos sistemas de irrigação e retirada de árvores próximas aos buracos.

O estudo técnico constatou ainda que os custos para reformar o Itanhangá Golf Clube seriam tão elevados quanto à construção de um novo campo de golfe padrão olímpico.

Tabela com estimativa dos custos da readequações

Para a possível reforma do Itanhangá Golf Clube e a realização das competições de golfe, o relatório da IGF destacava que isso implicaria na paralisação das atividades do clube para reforma total do campo de golfe e sede, em um primeiro momento, no período de outubro de 2011 a janeiro de 2014 e, posteriormente, para real realização dos eventos testes em 2015 e dos Jogos Olímpicos em 2016.

“Considerando a estrutura jurídica do clube, questões como: a paralisação para as obras, fechamento do campo para eventos testes e realização das competições, conforme descrito em cronograma (…), serão um óbice para a escolha do clube como instalação olímpica”, (Dados do estudo técnico da IGF).

A escolha do local: Riserva Uno

A escolha da área — num total de 97 hectares — para a localização do Campo de Golfe Olímpico, no Riserva Uno, na Barra da Tijuca, levou em consideração, principalmente: a proximidade da Vila Olímpica e a existência de licenças ambiental (LMP n000146/2008 do proc. 14/001.947/2005) concedida em 30 de julho de 2008 pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de obras pela Secretaria Municipal de Urbanismo (n24/0798/2009 do proc. 02/371.374/2008) que data de 10 de setembro de 2009 para implantação de um Campo de Golfe no local, sob a premissa que a atividade poderia ser a indutora da recuperação ambiental da área, então bastante degradada.

Em relatório, a IGF também considerou que o terreno seria a melhor opção para atender aos requisitos esportivos, operacionais, logísticos e de abertura ao público em geral, uma das premissas do projeto. O Riserva apresentava ainda solo e fonte de irrigação adequados. O local foi considerado plano e arenoso na sua generalidade, o que o torna ideal para a construção de um campo de golfe. Segundo o estudo, “Esse tipo de terreno é ideal para o golfe, uma vez que dá ao designer uma grande flexibilidade em planejar o campo e para utilizar as características naturais do solo para elaborar o projeto final. De fato, os relatórios técnicos até a data indicam que o local é aceitável para a construção de um campo de golfe”.

Por ser um projeto de instalação esportiva de acesso público, com área de ensino para a prática, o legado que ficará para a população também foi um diferencial na escolha do local. Será o primeiro campo de golfe do Rio de Janeiro com enfoque na promoção do esporte na cidade e potencial facilitador de turismo direcionado ao golfe. Após os Jogos Olímpicos, o espaço será público por 20 anos. Este fato não seria possível com a utilização dos campos existentes na cidade, que são privados e possuem estatutos que restringem o uso das instalações a sócios e convidados. As características olímpicas do campo de golfe ainda permitirão que, após os Jogos, sejam realizadas competições de nível internacional na nova instalação.

A logística e acesso ao local também pesaram na escolha do terreno, por haver área suficiente para os raios mínimos de giro para carga e descarga, disponibilidade de acesso de ônibus e caminhões e, com o BRT Transoeste próximo, o público poderá chegar à instalação a pé.

Ao final, podemos digitalizar e colocar o estudo técnico da IGF na íntegra em um link para download.

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