5 dicas para facilitar a leitura e entendimento de gráficos — DataViz Basics: 4 de 4

DP6 Team
Blog DP6
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7 min readAug 15, 2018

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Série completa:

1- https://blog.dp6.com.br/dataviz-basics-7876d950ee1f

2-https://blog.dp6.com.br/como-escolher-o-melhor-gr%C3%A1fico-para-meus-dados-dataviz-basics-2-de-4-6b97d95c2dd0

3-https://blog.dp6.com.br/guia-de-gr%C3%A1ficos-b%C3%A1sicos-dataviz-basics-3-de-4-21a2d18f1f0

“DataViz não é fácil de fazer. A DP6 consegue garantir que as pessoas de qualquer cultura ou país tenham um entendimento claro para tomar as melhores decisões com base nas visualizações que criamos em conjunto.” — Cliente DP6

Seu chefe, cliente ou colegas entendem logo as informações que você mostra nos seus gráficos? Seus relatórios costumam gerar dúvidas quanto à leitura dos dados? Você sente que consegue passar a mensagem, mas acha que poderia fazer isso de uma forma mais eficiente?

Nos artigos anteriores desta série, debatemos os desafios e tendências de visualização de dados, ensinamos o passo-a-passo para escolher o melhor gráfico para cada tipo de informação e preparamos um guia de gráficos básicos. As 5 dicas abaixo trazem conhecimentos complementares que podem facilitar a leitura e entendimento das informações:

1. É mais fácil entender comprimento do que área

Quando é necessário comparar valores individuais, o gráfico de colunas funciona melhor que o de pizza, pois nossa percepção visual de comprimentos (como em barras ou colunas) é melhor do que a de áreas (como na pizza).

Adaptado de Steve Fenton, Pie charts are bad

O gráfico de barras também torna as informações mais claras para comparar valores combinados: o exemplo acima mostra votos em uma eleição e é difícil ver no gráfico de pizza se uma aliança entre C e D supera os votos de A, mas no gráfico de colunas a comparação é possível.

Além disso, a percepção de áreas e comprimentos também é importante se estamos analisando um gráfico de tamanho pequeno ou grande. Um gráfico de colunas de tamanho pequeno mostra melhor as diferenças entre cada elemento do que um gráfico de pizza. Se aumentarmos o tamanho do gráfico de colunas, as diferenças ficam ainda mais claras. Por outro lado, aumentar o tamanho de um gráfico de pizza não facilita a leitura nem traz mais informações.

2. Gráficos 3D podem distorcer os dados

Além de nossa percepção visual de comprimentos ser melhor do que a de áreas, precisamos ter muito cuidado com a percepção de áreas 3D ao escolher um gráfico. É comum as pessoas pensarem que os gráficos 3D são um recurso moderno que deve ser usado sempre que possível. Contudo, se refletirmos sobre a interpretação dos dados, esse posicionamento é inadequado.

A versão tridimensional dos gráficos normalmente distorce a noção das áreas e comprimentos. No caso do gráfico de pizza, pode fazer uma fatia que deveria ter o mesmo tamanho parecer menor, em razão da perspectiva, como acontece no exemplo abaixo. Na versão 3D, tanto o ângulo das fatias quanto a área que as fatias ocupam na tela fica distorcida, o que estimula que os dados sejam interpretados de forma incorreta.

3. Informações visuais devem ser apresentadas primeiro

Para que as pessoas entendam rapidamente as informações transmitidas, é preciso pensar na ordem de exposição das informações. A ordem de leitura em português é da esquerda para a direita, portanto se temos informações visuais e um texto de apoio, é razoável que as informações visuais sejam colocadas primeiro, pois em geral são mais fáceis de entender.

É interessante notar que, em geral, a leitura segue diferentes padrões para texto e imagem. Isso é relevante para posicionar melhor as informações mais importantes, facilitando que as pessoas entendam a mensagem.

Quando uma página apresenta mais texto que imagens, a tendência é que nossos olhos percorram as informações seguindo um padrão semelhante a uma letra “F”, como mostram os mapas de calor abaixo. Esse padrão é comum em páginas da web que possuem artigos e também em páginas de resultados de busca.

Já para páginas que apresentam mais imagens do que texto, a tendência é que nossos olhos percorram as informações seguindo um padrão semelhante a uma letra “Z”, como mostra o esquema de ordem de leitura abaixo.

Pensar na ordem de leitura em apresentações e relatórios pode facilitar muito a leitura e entendimento das informações presentes nos seus gráficos e da mensagem como um todo.

4. A imagem importa, mas as letras também

Ao criar gráficos, é sempre necessário informar a escala dos dados em cada eixo, além de informações complementares nos rótulos de dados, títulos de eixos e do gráfico, legendas, entre outros elementos. Portanto, sempre temos palavras e números escritos para dar significado ao que é mostrado no gráfico.

Dessa forma, além de pensarmos em qual é o tipo de gráfico mais adequado para nossos dados, precisamos pensar na Tipografia, que é o processo de dar ordem e forma para a comunicação escrita. É preciso que as informações escritas sejam legíveis e agradáveis de ler, considerando ainda o contexto em que elas são lidas.

A escolha de fonte para o título, rótulos e legendas do gráfico deve ser:

  • Consistente: formatar do mesmo modo elementos semelhantes do gráfico
  • Legível: variações no tipo, cor e tamanho da letra podem ajudar a leitura

Usar fontes compatíveis com várias plataformas ou sistemas evita que o arquivo perca a formatação quando for enviado para outras pessoas. Exemplos dessas fontes são: Verdana, Arial, Georgia e Times New Roman.

Em tipografia, as fontes podem ter ou não serifa, que são as pequenas linhas no canto das letras e símbolos:

As fontes com serifa são melhores para versões impressas, pois as serifas ajudam a guiar os olhos na direção horizontal, por criarem uma ilusão de “linha” sob as letras, e aumentam o contraste e espaçamento entre diferentes letras. As fontes sem serifa são melhores para versões digitais, pois o formato mais simples, sem serifa, funciona melhor para resoluções menores (menos pontos por milímetro) e letras pequenas.

Também é recomendável não alterar mais de um atributo (cor, tamanho, negrito, itálico) em fontes adjacentes (palavras próximas uma da outra):

5. Informações visuais também precisam de uma pausa para respirar

O espaço negativo, também conhecido como “espaço em branco”, fica em volta dos elementos gráficos principais. É muito usado para criar efeitos gráficos e dividir informações visuais, seja no layout de um site, na diagramação de uma revista, em um desenho ou fotografia, ou em um painel de gráficos. Esse papel de “intervalo” feito pelo espaço negativo funciona como as vírgulas em um texto ou as pausas em uma música, ou seja, oferecem um tempo para processar uma informação e começar a entender a informação seguinte. Por isso o espaçamento é tão importante quando apresentamos informações visualmente.

Adaptado de Piktochart

O excesso de informações agrupadas torna o conteúdo difícil de ler e quase impossível de focar nos dados importantes. Por outro lado, o excesso de espaços em branco pode fazer a visualização parecer incompleta.

No caso do espaçamento em gráficos, a recomendação principal é manter a visualização simples e “limpa”, estimulando o engajamento do leitor com o conteúdo.

Essas são apenas algumas dicas que podem ser usadas no dia a dia para facilitar o entendimento dos seus gráficos. Quais outras práticas você aplica para facilitar a leitura dos seus gráficos em apresentações, relatórios e dashboards? Compartilhe conosco comentando abaixo!

Não deixe de ler os outros artigos da série:

1. Desafios e tendências da visualização de dados

2. Como escolher o melhor gráfico para meus dados?

3. Guia de gráficos básicos

Perfil do autor: Ingrid Pino | Atua desde 2012 com Inteligência de Negócios na área de Marketing, com foco em Digital Analytics e Análises de Mercado, e participou de projetos de Data Science e Data Visualization em cinco países.

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