ORIENTAÇÕES SOBRE OS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

Dr. Eduardo N. Takeyama
Dr. Eduardo Nishimiya Takeyama
5 min readJun 20, 2020

Para fazer um medicamento homeopático podemos utilizar praticamente qualquer coisa. A matéria prima utilizada pode pertencer aos reinos mineral, vegetal ou animal.

Antes de podermos prescrever um medicamento com segurança, ele deve passar por uma cuidadosa experimentação em pessoas que não estejam doentes, pois poderia se confundir os sintomas despertados pelo medicamento com os de alguma doença.

O nome da lista dos sintomas despertados nos voluntários pelo medicamento experimentado é “matéria médica”. Com a colaboração de várias pessoas, a matéria médica fica mais completa, pois cada um possui uma constituição diferente. Por exemplo, homens podem manifestar sintomas que as mulheres não podem (e vice-versa). Alto, magro, baixo, em cada um o medicamento desperta mais facilmente um grupo de sintomas.

A grande maioria das experimentações já foi realizada no passado e possuímos um considerável número de medicamentos disponíveis para prescrevermos com segurança.

É muito importante que na hora de fazer o medicamento, a farmácia use uma matéria prima igual ou o mais semelhante possível à utilizada na experimentação. Só assim podemos ter certeza que o medicamento que prescrevemos para o paciente corresponde à matéria médica que estamos consultando para escolher o remédio mais apropriado ao caso.

Quando a matéria prima é do reino mineral, isto é mais simples. O cobre, por exemplo, é o mesmo em qualquer parte do mundo.

A partir do reino vegetal as dificuldades aumentam, pois dependendo do solo, ambiente e clima em que a planta foi cultivada, podem haver diferenças significavas na composição de sua raiz, caule, flor, etc. Então é mais seguro usar uma planta cultivada no mesmo local em que a experimentação foi feita.

No reino animal isto se torna ainda mais complicado. Pode ser mais fácil se obter um animal relativamente simples como um inseto, onde seus indivíduos são mais semelhantes entre si. Mas o cuidado deve ser cada vez maior conforme se lida com animais mais evoluídos, porque a chance de se utilizar uma matéria prima diferente da que foi experimentada aumenta. Nos animais mais complexos, as diferenças e a individualidade se fazem cada vez mais presentes. Abelhas são mais semelhantes entre si do que cachorros, por exemplo.

Entramos em um terreno muito controverso e inseguro quando um medicamento é preparado a partir de secreções humanas. Deve-se questionar se a matéria prima utilizada para se fazer o remédio é ao menos semelhante àquela com que a experimentação foi feita.

Quando se utiliza qualquer insumo não experimentado, a segurança é praticamente nula.

O NOME, A ESCALA E A POTÊNCIA

Os medicamentos podem ter um nome simples, como Causticum, ou “nome e sobrenome”, como Pulsatilla nigricans, Kali carbonicum, Kali bichromicum, etc.

Após o nome do remédio, escrevemos a escala, ou seja, com qual método o medicamento deve ser preparado. Em seguida em qual potência desta escala queremos que a preparação seja interrompida.

Apenas para tentar explicar a escolha da escala e da potência, poderíamos comparar à escolha de uma faca que queremos utilizar para cortar algum objeto. A escolha do tipo de lâmina corresponderia à escala. O quão amolada estaria a lâmina, à potência. Para cortar uma madeira será melhor um facão. Sua lâmina deve ser robusta e afiada, mas um fio mais fino e uma lâmina mais delicada deve ser escolhida para se cortar um papel.

Ainda há a escolha da quantidade e frequência das doses a serem tomadas. Seguindo o exemplo acima, poderíamos dizer que isto corresponderia à força utilizada por nós ao utilizarmos as facas. Podemos querer fazer um corte profundo e único ou vários, mas mais superficiais.

Os medicamentos geralmente são tomados por via oral. Em algumas situações específicas a olfação pode ser utilizada. Na verdade o medicamento pode ser administrado até pela pele. Mas como a intenção não é que tenha uma ação local e sim no organismo como um todo, neste caso o remédio deve ser aplicado em uma região do corpo onde a epiderme esteja sã, sem lesões.

Pomada, creme e loção com o intuito de se suprimir uma afecção cutânea local constitui conduta que não prioriza a totalidade do paciente e vai contra os princípios da medicina homeopática.

Todas estas escolhas: qual medicamento, escala, potência, dose, repetição e via a ser administrada, serão feitas dependendo de seu quadro clínico. Então siga à risca o recomendado e entre em contato no prazo orientado. Tomar um remédio e interrompê-lo antes do desejado pode não ser suficiente para que seu organismo sinta o estímulo medicamentoso. Tomá-lo em demasia aumenta significativamente a chance de efeitos colaterais.

As escalas utilizadas há mais tempo, que os médicos homeopatas historicamente possuem maior experiência e, portanto, são mais seguras, são a centesimal (indicada pela letra “C”) e a cinquenta milesimal (indicada por “/50.000”).

CUIDADOS COM OS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

- Mantenha o medicamento fora do alcance das crianças

- Guarde-o em local fresco e ventilado

- Guarde-o longe de radiações (TV ligada, aparelho de RX, rádio relógio, celular, etc)

- Guarde-o longe de perfumes, inseticidas, medicamentos alopáticos e outras substâncias de cheiro forte.

- Separe os glóbulos numa colher seca e limpa e jogue-os na boca sem contato com as mãos.

- Para armazenamento, em domicílio ou para transporte, use uma cesta de vime (sem pintura ou verniz) ou outro tipo de embalagem sem cheiro, ventilada, resistente ao choque e que proteja da luz direta

- Ao preparar o plus, não se utilize do mesmo recipiente para outras finalidades ou para um novo plus sem antes lavá-lo com água fervente.

- Nunca repita o medicamento sem antes consultar seu médico.

- Não utilize o frasco de um para outro medicamento ou potência.

- Não reutilizar frascos e conta-gotas, trazê-los até a farmácia para serem dispensados corretamente.

(fonte: Cuidados a serem observados com os medicamentos homeopáticos da Farmácia Bento Mure)

MODOS DE TOMAR

- Dose única: Chupar os 02 glóbulos ou tomar a solução no horário orientado.

- Soluções II/XX/15 ou X/XXX/15 — Tomar uma colher das de chá do medicamento durante três manhãs seguidas, em jejum. Agite bem o frasco antes de cada tomada.

- Gotas: Pingar duas gotas diretamente sobre a língua na frequência e horários orientados. Agitar o frasco de 5 a 6 vezes antes de cada tomada.

- Método Plus: 1)Dissolva dois glóbulos ou dilua duas gotas em meio copo de água. 2)Tome uma colher das de chá desta solução na frequência indicada. 3) Misture bem a solução antes de cada tomada. 4) Deve-se fazer uma nova solução a cada 24 h.

- Em todos os casos: 1) Permaneça sem ingerir alimentos ou higienizar os dentes e a cavidade oral por trinta minutos antes e após tomar o medicamento; 2) Quando estiver tomando o medicamento na forma líquida, agite bem o frasco ou misture a solução antes de cada tomada.

PRAZOS DE VALIDADE

- Glóbulos/ pós: 2 anos

- Gotas e poções acima de 20% de álcool — 1 ano

- Poções a 5% de álcool — 3 meses

- Medicamentos em água destilada: 2 dias

- Plus — até 2 dias

TOME UM ÚNICO MEDICAMENTO DE CADA VEZ!

Não tome dois ou mais medicamentos homeopáticos ao mesmo tempo. Caso eu prescreva um medicamento diferente do que você esteja tomando, interrompa seu uso assim que iniciar o novo.

Dr. Eduardo N. Takeyama

Membro do IHGG

Facebook: @dreduardontakeyama

Youtube: Dr. Eduardo Nishimiya Takeyama

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Dr. Eduardo N. Takeyama
Dr. Eduardo Nishimiya Takeyama

Médico Homeopata, membro do Instituto Hahnemanniano George Galvão. End: Av Angélica, 2491, Espaço Livance, 9o andar‪. WhatsApp (11) 97105–2014.