A COPA EM VINTE DIAS #18

Gracias Ecuador

Pela primeira vez na história a seleção equatoriana avançou às oitavas de final de uma Copa do Mundo, foi em 2006

Drible da Vaca
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Por: Beatriz Carvalho
Edição:
Vitor Magalhães

“Obrigado, seleção!” foi a manchete do jornal El Universo quando o Equador se despediu da Copa do Mundo de 2006. A equipe não levou a taça para casa (longe disso), mas foi recebida por todos os equatorianos com aplausos e ganhou o respeito do mundo inteiro. Em uma Copa do Mundo de poucas zebras, a seleção sul-americana foi considerada, ao lado de Gana, a principal surpresa entre as 32 seleções do torneio.

O Mundial de 2006 foi o segundo sediado pela Alemanha, que já havia recebido o evento em 74, e foi o primeiro após a reunificação do país em 1990. Ao longo de três anos, 198 países participaram das eliminatórias. 31 avançaram. A disputa do continente foi feita com as dez seleções se enfrentando em turno e returno. Uma das vagas ficou com o Equador, que assim ia para sua segunda Copa consecutiva, embalado no aproveitamento e entrosamento da equipe. Há quem diga que a altitude de Quito também embalou a classificação da seleção.

Contando com a experiência do artilheiro Delgado e o talento de Christian Lara e Luis Valência, a seleção equatoriana atingiu seu objetivo na competição: avançar para as oitavas de final. Foi a primeira vez que a equipe conquistou esse feito.

Os equatorianos estavam no Grupo A, e tinham como adversários as seleções da Alemanha, Polônia e Costa Rica. Os alemães levaram a melhor no confronto e conquistaram um 3-0, ganhando em definitivo a confiança da torcida da casa. Contra a Polônia, a seleção sul-americana saiu vitoriosa, com um resultado de 2-0. No duelo com a Costa Rica, 3-0.

Após o terceiro gol contra os costa-riquenhos, o atacante Kaviedes vestiu uma máscara amarela de Homem-Aranha e comemorou. Foi uma homenagem ao jogador Otilino Tenório, morto em um acidente automobilístico no ano anterior. Tenório era fã do araña.

Com o feito a euforia já tomava de conta, a meta havia sido cumprida, o que viesse pela frente seria lucro. Nas oitavas a seleção enfrentou a poderosa Inglaterra. O time inglês, no entanto passou com dificuldades pelo Equador, e salva por um gol de Beckham, em uma cobrança de falta, venceu por 1-0. Todo torcedor fica triste quando o time perde. Mas naquele dia, a tristeza deu lugar a euforia e a paixão de um povo guerreiro e louco por futebol. Toda a nação vestiu a mesma bandeira. Gritaram, riram e choraram com La Tri. Os jogadores dessa seleção viraram ídolos no país. Foi o momento em que o Equador sentiu seu futebol representado entre outros gigantes do esporte.

No retorno ao Equador, os jogadores desfilaram em uma carreata pelas ruas de Quito. Na procissão foram aplaudidos e saudados por uma legião de fãs e admiradores. Os torcedores carregavam cartazes e cantavam “Bem-vindos, guerreiros”. Não era uma comemoração de conquista de título mundial, era algo muito maior que não sou capaz de descrever.

Só um equatoriano poderia.

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Perfil destinado à divulgação do futebol sul-americano. Autor: Vitor Magalhães. E-mail: oficialdribledavaca@gmail.com