A COPA EM VINTE DIAS #08

Nasce uma rivalidade: Argentina x Inglaterra

Ingleses eliminaram argentinos por 1 a 0 em 1966 e deram início a uma grande rivalidade entre os países

Drible da Vaca
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3 min readMay 31, 2018

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Edição: Vitor Magalhães

Pôster da Copa de 66

A rivalidade futebolística entre Argentina e Inglaterra é antiga. O primeiro capítulo data da Copa do Mundo de 1966, mas precisamente do confronto no dia 23 de julho daquele ano, no Estádio de Wembley. Jogo que marcou um dia inesquecível para o futebol mundial.

Os ingleses jogavam a competição em casa e eram favoritos ao título, mas nas quartas de final teriam que passar pela boa equipe argentina. Mordida pelos fracassos de 1958 e 1962, a albiceleste havia se preparado para fazer diferente em 66. O técnico Juan Carlos Lorenzo montou um time repleto de bons jogadores, que representavam uma excelente geração de atletas da nação.

A primeira etapa do objetivo foi cumprida. Com dois gols de Artime, a Argentina venceu a Espanha por 2 a 1 na estreia. Depois segurou o 0 a 0 contra a poderosa Alemanha, e bateu sem maiores problemas a Suíça por 2 a 0. Era a primeira vez desde o Mundial de 1930 que a seleção argentina conseguia superar a fase inicial do torneio.

Chegaram as quartas de final e o adversário seria complicado. O ingleses, mesmo sem grande destaque, tinham conquistado a primeira colocação em uma chave difícil, que contava com Uruguai, França e México. Possuíam jogadores que estavam entre os melhores do mundo e a vantagem de jogar em casa. Seria parada dura para a albiceleste.

Mas a Argentina começou bem a partida e não permitiu o domínio inglês. A defesa sul-americana conseguia conter o poderoso ataque britânico, enquanto o excelente quarteto ofensivo formado por Onega, Rattín, Artime e Más preocupava o sólido sistema defensivo do time da casa. Mas aos 35' de partida ocorreu o lance que mudou a história do jogo.

Começou quando Rattín reclamou de uma marcação do árbitro alemão Rudolf Kreitlen, que não entendeu o que dizia o craque argentino, mas não gostou de sua expressão facial e de prontidão o expulsou. Rattín se desesperou pedindo um tradutor, mas o juiz da partida se mostrou inflexível. Passados vinte minutos, o atleta argentino saiu de campo, e amassou uma pequena bandeira inglesa. Ato que levou a torcida da casa a vaiá-lo de maneira eufórica.

Rattín foi expulso injustamente e comprometeu a partida dos argentinos.

A expulsão de Rattín

O restanteda partida foi previsivelmente dominado pelos ingleses. A defesa europeia mostrava segurança e o ataque do time da casa obrigou o goleiro argentino Antonio Roma a fazer defesas memoráveis. Aos 33' do 2° tempo, a partida foi decidida. Um centro da esquerda encontrou o atacante inglês Geoff Hurst, que cabeceou a bola para estufar o fundo dos redes do goleiro Roma. A história estava sendo construída, seria o fracasso da missão argentina e um prelúdio para a conquista do título inglês.

Até hoje, o mundo lembra do jogo com extrema vergonha, uma vez que a tão bem montada argentina teve um sonho destruído — em grande parte, pela arbitragem — . O país sul-americano voltou da Europa mordido e com fome de revanche. Nascia a rivalidade entre argentinos e ingleses, uma das maiores e mais emblemáticas na história do futebol, que ainda promoveria muitos instantes eternos.

Expulsão de Rattín e sua repercussão

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Perfil destinado à divulgação do futebol sul-americano. Autor: Vitor Magalhães. E-mail: oficialdribledavaca@gmail.com