A COPA EM VINTE DIAS #14

Valderrama: craque imortal

El pibe, foi um dos principais responsáveis pela ascensão da Seleção Colombiana no cenário do futebol mundial

Drible da Vaca
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Por: Eduarda Porfírio
Edição:
Vitor Magalhães

Arte: Daniel Nyari

O ex-futebolista colombiano Carlos Alberto Valderrama, ficou conhecido na década de 1980/1990 não somente pela sua cabeleira chamativa, mas também por ter sido um dos principais atletas à abrilhantar o futebol do país na Copa de 90. Nascido em 2 de setembro de 1961 em Santa Marta, uma cidade localizada na costa da Colômbia, o cabeleira foi desde cedo incentivado pela família a entrar no futebol, começando a jogar como atacante no Liceo de Celedón, equipe do colégio onde terminou os estudos, treinada por seu pai. Valderrama iniciou a carreira no Unión Magdalena aos 20 anos, em 1981. Três anos depois, foi para o Millonarios, mas acabou não se adaptando muito bem. Na temporada seguinte foi para o Deportivo Cali, onde voltou a ter destaque, sendo contratado em 1988 pelo clube francês Montpellier.

Nos dois anos seguintes, Valderrama conquistou seu primeiro título de importância por clubes, a Copa da França de 1990. Na mesma época, o jogador ganhou destaque na seleção colombiana que chegou até as oitavas de final da competição, ficando na memória dos torcedores. El pibe regressou à Colômbia para jogar no Independiente de Medellín, e em 1993 foi para o Atlético Júnior, onde conquistou dois campeonatos colombianos.

Individualmente o jogador ganhou vários prêmios, tais como: melhor jogador da Copa América (1987), Rei da América no mesmo ano, Esportista Colombiano do ano (1993), jogador mais valioso da Major League Soccer (1996).

Carlos Alberto Valderrama na Copa de 1990

Valderrama, liderava los cafeteros com maestria. Tinha velocidade, e um talento singular para carregar a pelota, sem falar na visão de jogo. Além dos lançamentos oportunos com profundidade, passes admiráveis e de muita precisão. O camisa 10 não encantava somente com seu futebol, mas também conquistava a torcida pelo seu carisma. Apesar de não ter tido muita sorte nas Copas que disputou, Valderrama não deixou de virar ídolo e lenda para o futebol. A Colômbia, havia disputado o seu último Mundial 24 anos antes, e retornaria em 90, para jogar a Copa na Itália.

Colômbia na Copa de 1990: Celeiro de craques vs Inexperiência

Pôster Copa Itália 1990

A Colômbia da Copa de 1990 surpreendeu a todos com sua qualidade técnica e estilo de jogo. Comandada por Francisco Maturana e com elenco composto por craques como Faustino Asprilla, o goleiro elástico René Higuita, o grande Óscar Córdoba, responsável por manter a defesa colombiana bem armada e o respeitável Freddy Rincón, que conseguia jogar de volante e fazer a função de meia se necessário.

O futebol colombiano começou a se mostrar em meados dos anos 80, com o investimento do narcotráfico em times como Atlético de Medellín, Independiente de Medellín e Envigado. Pablo Escobar era dono dessas três equipes. Tal investimento possibilitou que o futebol sul-americano crescesse em técnica e qualidade. O Atl. Medellín por exemplo, foi campeão da Libertadores em 1989. Francisco Maturana comandou a equipe vencedora, que tinha alguns dos craques da seleção colombiana em seu elenco: Higuita, Herrera, Perea, Escobar, Gildardo Goméz, Peréz, Alvaréz e Asprilla, chamando a atenção da federação colombiana que o contrataria.

A Colômbia estreou no Grupo D do Mundial, que tinha também Alemanha, Emirados Árabes e a Iugoslávia. No primeiro jogo, enfrentaram os árabes.

O primeiro gol dos colombianos demorou a sair, foi aos 50', quando Álvarez aproveitou o erro de colocação da defesa adversária e cruzou para Redín abrir o placar. Aos 86' foi a vez de Valderrama marcar para os sul-americanos, após receber um passe sublime na ponta esquerda, finalizando com um belo gol de fora da área. O resultado causou uma boa impressão da equipe.

Entretanto, no jogo seguinte contra a Iugoslávia o desempenho não foi o mesmo. Os colombianos perderam por 1-0 e se complicaram no grupo, precisando empatar com a poderosa Alemanha, para avançar às oitavas. Os céus ouviram as preces colombianas, em jogo duríssimo, los cafeteros buscaram o empate de 1-1 aos 92', garantindo a classificação.

Los Cafeteros — 1990

O torneio teve um infeliz fim para os colombianos, ainda nas oitavas de final quando enfrentaram a seleção de Camarões. O jogo foi duro para ambas as equipes, e foi à prorrogação. Na prorrogação, o “Leão Indomável” Milla, saiu da jaula para o aterrorizar o goleiro colombiano Higuita. O camaronês marcou duas vezes e eliminou a seleção sul-americana.

Alguns apontam a falta de experiência para explicar o fracasso colombiano, afinal eram 24 anos sem disputar o Mundial. Depois da derrota para os camaroneses, o treinador Maturana deixou o comando da equipe. Em 93, ele retornou para dar continuidade ao trabalho, encontrando uma seleção diferente, amadurecida. Com craques como Córdoba, Aristizábal e Valencia, a Colômbia mostraria a América e a todos, a qualidade do seu futebol.

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Perfil destinado à divulgação do futebol sul-americano. Autor: Vitor Magalhães. E-mail: oficialdribledavaca@gmail.com