A COPA EM VINTE DIAS #20

Yo soy colombiano, me llame de James

Los Cafeteros chegaram com moral ao certame e fizeram bonito, com direito ao prêmio Puskás de gol mais bonito do ano

Drible da Vaca
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Published in
4 min readJun 13, 2018

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Por: Luciano Rodrigues
Edição:
Vitor Magalhães

Depois de 36 anos sem uma Copa na América do Sul — A última havia sido na Argentina em 1978 — , o continente foi agraciado com o rodízio da FIFA, e em 2007 o Brasil foi escolhido para ser sede da “Copa das Copas”, como ficou conhecida nacionalmente o Mundial de 2014. As doze arenas (Amazônia, Castelão, das Dunas, Pernambuco, Fonte Nova, Pantanal, Mané Garrincha, Mineirão, Corinthians, Maracanã, da Baixada e Beira-Rio) foram palcos de grandes jogos de futebol, como Espanha x Holanda, reeditando a final de 2010, e Alemanha x Argentina, finais em 1986, 1990 e também em 2014.

Tivemos a participação de seis seleções sul-americanas, a maior da história. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Uruguai chegaram com força ao Mundial, e não decepcionaram. Somente os equatorianos foram eliminados na primeira fase. Nas oitavas de final, dois confrontos locais: Brasil x Chile e Colômbia x Uruguai. Brasileiros e colombianos avançaram às quartas de final.

O jogo Brasil x Colômbia, aconteceu em Fortaleza. A partida trouxe muita emoção e sentimentos aos torcedores, melhores para a seleção brasileira, que passou para a semifinal e encerrou a imponente participação colombiana na Copa (um quinto lugar), a melhor classificação de sua história.

Mas a Colômbia sim, chegou à Copa com muito respeito. Cabeça de chave no sorteio dos grupos, juntou-se a Brasil, Espanha, Uruguai, Suíça, Argentina, Alemanha, Bélgica. Los Cafeteros foram uma máquina na primeira fase e nas oitavas de final, com quatro vitórias e onze gols marcados.

Colômbia na Copa de 2014

A ausência brasileira nas eliminatórias era explicada pelo fato de o país ser sede do Mundial. Com isso, as outras nove seleções afiliadas à CONMEBOL disputaram acirradamente as eliminatórias. A Argentina ganhou simbolicamente a competição, com míseros dois pontos de vantagem sobre os colombianos, que assim como a albiceleste, garantiram classificação antecipada, após dezesseis anos sem participar de mundiais.

A histórica 4ª posição no ranking da FIFA rendeu à Colômbia a oportunidade de ser cabeça de chave, mais especificamente do grupo C, juntamente com Costa do Marfim, Grécia e Japão. E, de cara, o favoritismo dos colombianos se sobressaiu. A escalação titular era a seguinte:

Ospina (goleiro), Zúñiga e Armero (laterais), Yepes e Zapata (zagueiros), Sánchez e Aguillar (volantes), Cuadrado, Ibarbo e James Rodríguez (meias) e Teófilo Gutiérrez (atacante).

O futebol rápido, ofensivo e contagiante levou a Colômbia a se classificar para as oitavas de final com a segunda melhor campanha do torneio, perdendo apenas para a Holanda na quantidade de gols marcados. Um 3-0 contra a Grécia em Belo Horizonte, 2-1 contra a Costa do Marfim em Brasília e 4-1 contra o Japão em Cuiabá foram os caldos que a amarelinha colombiana mostrou na Copa. James Rodríguez foi a estrela do time, e o único a marcar gols em TODOS os jogos de sua seleção. Além disso, foi o artilheiro do torneio com seis gols.

O meia, sensação daquela Copa, ainda guardou o melhor para depois, na cancha contra os uruguaios pelas oitavas de final. Queria eu poder ser o Muslera, goleiro celeste, e levar aquele gol, que pintura meus amigos. Na narração do grande Luís Roberto de Múcio, Aguillar lançou “bola em profundidade para James Rodríguez, Álvaro Pereira cortou, a bola voltou no Aguillar, pro James, AJEITOU, ARRUMOU, BATEU, GOOOOL…..LAÇO DE JAMES RODRÍGUEZ!”

Comemoração após o golaço que rendeu o prêmio Puskás

O que aconteceu, meus caros leitores, foi uma jogada aérea típica de craque. A bola não tocou o chão em nenhum momento antes de cruzar a linha do gol, e o menino com então 22 anos matou no peito e mandou uma bomba, abrindo o placar aos 28'. Fusão de dom e arte. O danado colombiano ainda faria o segundo aos 50' e mandaria a seleção de Cavani, Forlán e cia. de volta para Montevidéu sem ter brilhado nem um pouco.

O momento histórico de participar das quartas de final infelizmente encerrou a brilhante participação de los cafeteros na Copa. O Brasil dominou a partida em Fortaleza, e com gols de Thiago Silva aos 7' e David Luiz aos 69', decretou a vitória canarinho. James ainda diminuiu de pênalti aos 80'.

A Colômbia não venceu, mas convenceu com o belo futebol apresentado em 2014. O país colheu os frutos por aquele Mundial inesquecível, e está novamente classificado para a Copa de 2018, no grupo H ao lado de Polônia, Senegal e outra vez o Japão. Menos badalada que no torneio do Brasil, os colombianos apostam no coletivo e na genialidade de alguns jogadores para serem o elemento surpresa e irem mais longe desta vez.

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Perfil destinado à divulgação do futebol sul-americano. Autor: Vitor Magalhães. E-mail: oficialdribledavaca@gmail.com