Papel do Designer: Como esse profissional atua no agilismo?

Vinícius Vieira
dtidesign
Published in
4 min readAug 31, 2021

No seu time tem designer? Você sabe como esse profissional pode elevar seu produto? Venha que hoje vou te contar como esse papel atua não só na qualidade visual da entrega, mas em vários pontos da geração de valor.

É um pessoal aí que faz tela né?

De cara, já te digo que sim, fazemos telas bonitas! Se é provado que um produto agradável aos olhos é mais convidativo, gera uma experiência superior e até mesmo a sensação de ser mais fácil de usar, por que não faríamos? E, para isso, estudamos as melhores práticas de design visual, hierarquia da informação, micro-interações, heurísticas de Nielsen, acessibilidade e etc, levando o usuário do ponto A ao ponto B de forma rápida e satisfatória.

E entregar ganho ao usuário através de um fluxo de interação não é somente pelos pixels da tela, estamos presentes naquilo que você ouve (sound design da nova mensagem no whatsapp) e o que fala (design conversacional para tocar a próxima música com a Alexa).

Mas isso tudo é somente a ponta do iceberg.

Tá, mas então quando o designer entra?

Imagine que um cliente vislumbra uma solução digital para uma necessidade de seu negócio e procura uma parceria com a dti. Mas…para quem é voltada essa solução? Quem sofre essa necessidade no dia-a-dia? É uma necessidade real e atual? Essa solução aí é única e de fato sana aquela necessidade? Tem certeza que você vai gastar tempo e dinheiro com essa proposta pouco explorada? Nesse momento, entram os primeiros atributos do designer no processo: diminuir as incertezas e consequentemente os riscos de uma empreitada dessas.

Utilizando ferramentas investigativas de Design Thinking, damos um passo atrás para tentar responder as perguntas que cercam a necessidade levantada, identificando as pessoas que a sofrem, em que momento de suas jornadas e porquê. Com essa representação mais palpável do cenário, derrubamos ou exaltamos as crenças iniciais e partimos para a confecção de uma proposta de valor menos nebulosa.

Se entendemos bem o problema, fica muito mais fácil resolvê-lo, não é mesmo? Mas isso não significa que existe somente uma única solução possível, por isso exploramos várias opções em sessões de ideação conjunta e selecionamos a ideia favorita.

Agora é só produzir, né? Calma! Ainda podemos reduzir mais incertezas dessa aposta ao transformar essa ideia em um experimento, um teste com poucos recursos (muitas vezes um protótipo simples mas que carrega a essência da proposta de valor) que vai pras mãos dos usuários e seu resultado trará mais insights e menos dúvidas.

Importante frisar, que esse processo (que está na moda chamar de Discovery) não é uma garantia de um produto de sucesso, mas sim um levantamento de evidências que ajudam o cliente na assertividade da aposta (se o resultado apontar para o fracasso, pelo menos economizamos seu dinheiro!).

Todo esse trabalho antes sequer de pensar em criar uma tela.

Designer e o Squad

Agora sim! Com uma maior segurança dos porquês de fazer telinhas que vão gerar valor para os usuários, é hora de sentar com o time de desenvolvimento e construir a primeira versão do produto que será lançado. Nesse momento, o designer assume um papel de guardião da experiência do usuário dentro do time, conciliando limitações técnicas com desejos de negócio e validando o andamento deste produto.

Nosso papel no time é compartilhar o “porquê” e o “para quem’’, desenvolvendo a motivação dos integrantes, para que em seguida a gente coloque a mão no “como”. Bons designers não só se preocupam com os detalhes de toda a interação do produto, mas abrem espaço para que todo o time compartilhe ideias.

Discovery Contínuo

Então depois que o produto é lançado, o designer some? Felizmente, não. Devemos entender que mesmo o produto lançado — já em uso e gerando valor — é uma hipótese em constante validação.

Construímos produtos que vão se expor ao dinamismo do mundo, novos comportamentos e necessidades imprevisíveis podem emergir de um dia para o outro e, para isso, o designer acompanha a vida daquele produto e seu meio — como se fosse um cientista — através de pesquisa, testes e métricas que vão apoiar na criação de insights para conferir continuamente àquela iniciativa o seu propósito de existir. Em outras palavras, se o produto é uma aposta contínua do negócio, o Discovery também é!

Então assim segue o ciclo do squad de descobrir oportunidades de valor para acoplar no produto, implementar, testar e descobrir de novo.

É um pessoal que entrega valor!

Espero que, ao final desse texto, eu tenha te mostrado um pouco mais da nossa rotina e todos os elementos técnicos, de negócios e de pessoas que temos que amarrar para finalmente traduzir em uma interação.

A tela é aquilo que normalmente você vê se não está acompanhando de perto, mas 80% do nosso trabalho está nos bastidores, garantindo que o contato com essa interface gere valor.

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