Minipod Especial | Dicas para jogadores de RPG

Eduardo Spohr
Eduardo Spohr
Published in
6 min readApr 30, 2019

Salve, salve, galera!

É relativamente comum encontrarmos artigos, vídeos e podcasts oferecendo dicas aos mestres de RPG, em especial aos novatos. Mas, e quanto aos jogadores?

Neste Minipod Especial, eu e o Thiago Cabello fazemos um "compiladão" sobre o assunto. Confira.

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TRANSCRIÇÃO

Um grupo de RPG deve, antes de tudo, buscar o entrosamento. Se os jogadores não se dispuserem a entrar de cabeça na brincadeira, a aventura naufragará, independentemente da competência (e da experiência) do narrador. Por outro lado, excelentes jogadores sabem como tirar o melhor de cada partida, mesmo se a proposta for um típico hack n’ slash.

Desse modo, jogar bem faz, SIM, TODA a diferença, e esteja certo que isso não tem absolutamente nada a ver com conhecer as regras, os combos ou as diretrizes do sistema.

Criando o plano de fundo

O plano de fundo é a história da vida do personagem até o momento em que ele começa a jogar. Essa tarefa muitas vezes é desempenhada pelo narrador, especialmente quando os jogadores são iniciantes, mas nem sempre é assim. Alguns mestres acreditam que os jogadores ficarão mais à vontade se criarem eles próprios o passado de seus personagens.

Estalagem do Último Lar, em Krynn (Dragonlance). Ponto de início da aventura.

Inventar o plano de fundo é uma das partes mais divertidas de jogar RPG. No entanto, você deve, antes, conversar com o mestre para conhecer não só o cenário da campanha (terror, punk-gótico, espacial, fantasia), mas o estilo do jogo. Uma aventura na terra punk-gótica, por exemplo, pode ter como foco vários estilos: policial, suspense, aventura, espionagem, etc. Sabendo isso, você deve criar um personagem que esteja de acordo com a proposta. Para tal, busque inspiração em filmes, livros, quadrinhos, ou até mesmo na vida real.

Aproveite a oportunidade para estar na pele daquele piloto de espaçonave de um filme que você adorava (no caso de uma aventura sci-fi), ou do capitão Ettiene Navarre de O Feitiço de Áquila, se quiser fazer um guerreiro em um mundo medieval. Ninguém vai lhe cobrar direitos autorais por isso. É claro, você deve dar o seu toque pessoal.

Poderes e fraquezas

Durante o jogo, você vai perceber que o seu personagem ficará mais interessante se ele também tiver fraquezas. Todos nós temos nossos pontos fortes e pontos fracos. Personagens que são essencialmente super-homens têm poucos desafios à frente.

Dritz Do’Urden, famoso drow do cenário de Forgotten Realms.

Uma família assassinada, um amante desaparecido, uma pontuação baixa de Força, um grupo de inimigos em seu encalço, todas essas são fraquezas, físicas ou psicológicas, que tornam os personagens verdadeiramente únicos. Qual é a graça de jogar com alguém que pode tudo?

Saiba a diferença entre jogador e personagem

Quando a partida começar, saiba que quem está ali é o seu personagem, e não você (o jogador). Portanto, ofensas, brigas e discussões dentro do jogo nunca podem ser levadas para fora da mesa. Mesmo que os personagens se odeiem, lembre-se que isso não deve influenciar a sua vida pessoal e nem a sua amizade com os outros jogadores. O objetivo do RPG é a diversão. Se ele começar a causar brigas de verdade, então o jogo perde o sentido. Um bom jogador sabe diferenciar o mundo de fantasia do mundo real.

Cuidado com o metajogo

O que você sabe não é o que o seu personagem sabe. Não importa se você já leu o Livro de Monstros trocentas vezes. Se o seu personagem acabou de deixar a vila onde nasceu, terá poucas chances de saber o que é um beholder, e que ele possui um raio anti-magia.

O famoso observador (em inglês, beholder). Capa do Manual dos Monstros da 5ª edição do D&D.

Da mesma forma, um vampiro neófito não tem a mínima ideia do que seja a Jyhad, mesmo que você já tenha comprado todos os livros da White Wolf. O que você deve fazer é interpretar o seu personagem e ter o bom senso de saber o que ele conhece sobre o mundo à sua volta. Na dúvida, consulte o mestre.

Saiba esperar a sua vez

É claro que você pode se intrometer na conversa ou nas ações dos outros personagens, mas só faça isso quando houver coerência. Por exemplo: o grupo para na beira de uma estrada e dois personagens, mais ágeis, vão investigar alguma coisa no mato. Você está ferido. Inicialmente, não há motivo para acompanhá-los. Deixe que o mestre jogue a ação dos dois separadamente.Você não precisa ir junto só para fazer alguma coisa. Pode estar certo de que você terá a sua vez de agir. Saiba esperar.

Capa do D&D Started Set. Heróis agindo de acordo com a ordem da rodada, cada um em seu turno.

Brincadeiras à parte

Uma sessão de RPG é, acima de tudo, uma confraternização com ao amigos, uma reunião social. Brincadeiras, piadas e coisas do tipo não só devem ser permitidas como estimuladas. Entretanto, há um limite. Quando as palhaçadas e as conversas em OFF (fora do jogo) começarem a atrapalhar a concentração, é hora de parar. Para se jogar RPG, é necessário entrar no clima da aventura, incorporar o personagem. Se as interrupções forem constantes, perde-se a chamada “imersão”, tão importante e tão cara ao hobby.

Não roube!

O RPG não é um jogo competitivo, então não há por que roubar. Mesmo que um monstro o derrote, não quer dizer que você tenha se divertido mais ou menos com isso. Ao contrário: a ideia não é que você vença sempre. A diversão também está em ser derrotado, em perder, em ter de fugir e, às vezes, em morrer!

Seja honesto. Se o mestre sabe que você não se importa em perder, ele lhe dará cada vez mais possibilidades de vencer.

Imagine

Quando o mestre estiver narrando, você deve se concentrar e imaginar o que está acontecendo — cenário, personagens, objetos. Se você fizer uma representação clara da cena em sua cabeça, perceberá (acredite) que muitas alternativas vão aparecer espontaneamente.

Imagine. É como ler um livro, com a diferença que você pode interferir na história ;-)

Represente

Você não precisa ser ator para jogar RPG, mas deverá se esforçar para representar o personagem da melhor forma possível. Aja como ele agiria, fale como ele falaria. Deixe a vergonha fora da mesa. Isso ajudará você a respirar a atmosfera do jogo e a se transportar para esse mundo imaginário.

Antes de terminar, mais algumas dicas (em vídeo)

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Eduardo Spohr
Eduardo Spohr

Escritor, jornalista, professor universitário (curso de extensão, mas tá valendo), blogueiro, podcaster, filósofo de botequim e PHD em contar piadas sem graça.