Como a DZ implementou a metodologia de OKRs

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5 min readJun 18, 2020

por Aline Bohn, Vibe Manager da DZ

Não é à toa que um dos valores da DZ é a adaptabilidade. Faz parte do nosso DNA a motivação pela mudança constante, a habilidade de pensar e agir por novos processos, e a capacidade de aprender. Atualmente seguimos um ritmo tão constante de melhorias que de três em três meses implementamos algo novo em nossa gestão de pessoas ou processos.

O ano de 2018 foi um grande catalisador para promoção de mudanças constantes. Nessa época, o Davi e o Zé Pedro (sócios fundadores da DZ) estavam consumindo muito conteúdo sobre novos formatos de gestão e metodologias ágeis. Livros como “O que a Google faria?, “Sprint” e “Organizações exponenciais” abriram espaço para vários novos conhecimentos e provocações. Foi nesse período que a metodologia OKR começou a aparecer em discussões no board de heads da DZ.

De primeira, implementamos métodos ágeis e começamos a trabalhar no formato de Squads. Em 2019, nos organizamos em unidades de negócio, formatando melhor a nossa entrega em quatro frentes: estratégia, comunicação, tecnologia e produção. A mudança seguinte, que está em total convergência com as anteriores, foi a implementação das OKRs. Entrevistei Davi Neves, CEO da DZ, para entender as motivações desta decisão.

Primeiro, o que é OKR?

OKR é a sigla de Objectives and Key-results (objetivos e resultados-chave). É uma metodologia de gestão criada pelo ex-CEO da Intel, Andrew Grove. A Google usa desde 1999 e o Vale do Silício assina embaixo. É uma maneira muito simples de planejar e executar tarefas. ‘Objetivos’ são aspectos do negócio que precisam ser atacados e ‘KR’ são indicadores mensuráveis para atingir esses objetivos. Quando conheci a metodologia achei muito potente porque, além da comprovação prática que funciona — afinal as gigantes de tecnologia já utilizam -, acredito muito em métodos simples de se executar. Quando a metodologia é cheia de passos e camadas, fica muito mais difícil implementar e fazer com o que o time engaje. Já temos muitas ferramentas e processos, tudo que fizer parte desse conjunto de instrumentos precisa ser prático e adequado ao nosso dia-a-dia.

E na prática, como funciona?

Sabe a lógica da programação que diz “quando a gente tem um problema grande, devemos quebrar em vários pequenos problemas”? É mais ou menos isso que pregam as OKRs. O ponto de partida é a Visão da empresa, o que demonstra que os objetivos precisam estar em linha com os direcionadores do negócio. A partir disso, criam-se as OKRs estratégicas, com vigência de 3 anos, as anuais e as trimestrais. Diferentemente dos planejamentos estratégicos tradicionais, usando as OKRs conseguimos mudar de curso muito rapidamente, ajustando as OKRs trimestrais, mas sempre respeitando as OKRs guarda-chuvas, as anuais e trienais. Nessa metodologia, os Key-Results são metas SMART (acrônimo para Specific, Measurable, Attainable, Relevant and Time-bound, ou seja, específica, mensurável, atingível, relevante e temporal) o que facilita muito a operação. Uma vez definido as OKRs, a gente parte para a montagem de um plano de ação, através de um processo de escalonagem simples, mas que conecta tudo.

Quais os motivos que fizeram a DZ implementar essa metodologia?

A DZ sempre trabalhou com planejamento estratégico na gestão empresarial. Antes usávamos um caminho mais comum de formatação de metas, o Balanced Scorecard. Em alguns aspectos, as OKRs seguem uma lógica semelhante a essa, porém com um estilo de execução que torna mais fácil a aplicação nos dias de hoje. Por muitos anos alcançamos metas bacanas seguindo outros processos, mas sempre olhamos para o que está funcionando com o entusiasmo de testar. E o que me chamou muito atenção nas OKRs é que poderíamos mesclar metas de negócio, gestão de pessoas e ainda indicadores financeiros. Queríamos um caminho mais unificado com outras iniciativas. Já estávamos bastante inclinados pela mudança até que conversamos com a Qulture Rocks com a ideia de ser a nossa ferramenta de gestão de pessoas, e descobrimos que eles possuem um módulo para gestão de OKRs. Tudo fechou e fez sentido para a gente. Outro ponto importante é que somos nativos digitais e percebemos todos os dias como esse contexto é dinâmico. Compreendendo que a nossa vida é o digital e tudo muda o tempo todo, precisamos de processos que nos contemplam nesse sentido. No trabalho que realizamos para nossos clientes mensuramos tudo, sendo assim, esse formato também se conecta com a nossa entrega e jeito de operar.

Quais os principais ganhos que a DZ já vem colhendo?

A primeira coisa que ganhamos foi uma reunião de planejamento anual muito mais objetiva e focada. Depois de realizarmos um processo de treinamento interno para gestão de OKRs, começamos a colocar a mão na massa e rapidamente percebemos outro ganho: o alinhamento entre todas as pessoas da empresa. Antes disso, muitas vezes as metas eram restritas ao board e com as OKRs estávamos abrindo para todos os colaboradores para onde a DZ estava mirando. Sempre fomos extremamentes transparentes com a nossa equipe, mas esse foi um passo a mais, afinal abrimos todas as nossas expectativas para daqui 3 anos, 1 ano e 3 meses. Assim, todos podem saber onde queremos ir e também entender se querem seguir esse caminho conosco. Isso traz um pertencimento maior quando a equipe se identifica, e pode resultar numa motivação extra. As OKRs descentralizaram mais o processo de gestão, trazendo uma cultura de resultados com foco e priorização.

Quais são as expectativas daqui para frente?

Estamos rodando o segundo quarter com as OKRs. Está funcionando. Estamos progredindo e atingindo metas positivas. Queremos que a metodologia fique ainda mais consolidada na DZ e que siga nos dando a oportunidade de entender o todo, mas com o olhar micro e dinâmico do agora. Nesta situação pandêmica, por exemplo, conseguimos mudar rapidamente os objetivos do segundo trimestre, afinal o contexto global trouxe outros desafios. A expectativa é que a gente possa tirar o melhor proveito da simplicidade e flexibilidade dessa metodologia.

Essa é uma das metodologias e processos que conferem à DZ uma estrutura forte para enfrentar novidades constantes. Mais do que preparados, somos entusiastas da mudança e navegamos junto com ela.

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