Mulheres, saúde mental e aprendizados

DZ Estúdio
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2 min readMar 12, 2021

por Aline Bohn, Vibe Manager da DZ

Começo esse texto com o marcador de tempo mais famoso do momento: antes da pandemia. É, antes de tudo isso acontecer, chegar na DZ era mais do que ir trabalhar. Quando uma de nós entregava um bom trabalho, todas comemoravam. Quando uma de nós era promovida, batíamos palma. Quando uma de nós não estava tão legal, acolhíamos oferecendo uma conversa no almoço. E independente do dia, sempre havia uma chuva de elogios. Essa inclusive foi umas das primeiras saudades que sentimos: chegar na DZ e receber uma dose de autoconfiança, carinho e afeto diário entre mulheres. É bom sentir falta de algo tão bonito.

No formato remoto a partir do isolamento social, sabemos que cada uma vem enfrentando situações e necessidades completamente diferentes. Segundo uma pesquisa conduzida pela equipe do neuropsicólogo Antônio de Pádua Serafim, do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) as mulheres foram as mais afetadas pela pandemia, respondendo por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse. Foi a partir desse dado e da crescente preocupação com a saúde mental do nosso time que decidimos organizar um Dia da Mulher diferente com a ajuda da nossa parceira Vittude (plataforma que conecta psicólogos e pacientes).

Recebemos a Karina Beatriz Fraga, psicóloga, pós-graduada em Psicologia e Desenvolvimento Humano, Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde (UFP — Porto/Portugal), para falar sobre saúde mental, Dia da Mulher (8) e Dia Internacional contra a Discriminação Racial (21). Conectamos mais uma data, entendendo que parte da luta pela equidade de gênero também passa por entender as interseccionalidades do que é ser mulher. A falta de representatividade de pessoas não brancas dentro da DZ é um ponto latente para nós. Estamos agindo em projetos de recrutamento e seleção, nos propondo a criar mais espaços de reconhecimento da branquitude e afirmando nossa busca também escutando mulheres negras como protagonistas.

Esse Dia da Mulher não teve foto de todas, almoço especial, abraços e incontáveis elogios. Mas teve a lembrança de como a rede de apoio feminina é importante, como os espaços ocupados por mulheres nos permitem conexões fortes, e como a luta deve ser para todas. E enquanto não podemos estar fisicamente juntas, celebramos! Celebramos que somos 66% da toda a agência, 70% do board de lideranças, 57% da criação, 100% na Mídia. E seguimos lutando, juntas!

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