“E Se…” Mate Esse Monstro Pau No Cu

Elvis Nogueira
E-volua
Published in
4 min readDec 21, 2016
Você lidando com as oportunidades

Ouvi o seguinte conselho: Aproveite as oportunidades que a vida te dá. A pessoa tinha ar de confiança extrema e, bem vestida, parecia saber do que estava falando. Eu ri da inocência dela.

Mas que grande besteira essa frase. A vida não te dá oportunidade, ninguém receberá proposta nenhuma caso se enfiar numa caverna escura e fechar a entrada com uma pedra. A realidade é que você tem que se jogar nas oportunidades que aparecerem e te interessarem, porque é muito pior se arrepender de algo que você não tentou fazer do que das coisas que deram errado. Lendo isso, você fica me perguntando:

Hey, mas e se eu me jogar, me der mal e sofrer por isso no futuro?

E lendo isso, eu fico te respondendo:

Seja sábio! Se jogue apenas depois de analisar os riscos existentes e apenas se valer a pena pra você.

Agora você se lembrou daquela escolha que fez e até hoje sofre por isso, imaginando como seria se você tivesse feito uma escolha diferente, fica remoendo o famoso “E se…”. Cuidado com os “E se…” Isso é um monstro que pode consumir sua motivação aos poucos.

E se aquele projeto desse certo? E se aquela start up virasse o novo facebook? E se eu tivesse pedido demissão pra entrar naquela outra empresa?

Hey, não se desespere! Existe uma resposta para esse monstro “E Se..”. É uma questão técnica filosófica e, como ninguém gosta de questões técnicas filosóficas, vamos ao exemplo com desenhos e explicações didáticas.

Cada pessoa tem uma cabeça, um modo de pensar e um universo de coisas que gosta ou odeia, por isso esse exemplo a seguir pode ser adaptado para uma série de situações.

Esse papinho pode parecer clichê, mas pense em um evento que pode ter acontecido com você um dia: Você tem um namorado e está sofrendo. Ele não te deixa em paz, é chato, perseguidor, eleitor do Bolsonaro e você está passando por um monte de sofrimentos e infelicidades por isso. Então você tem um dilema a enfrentar com dois desfexos possíveis: continua a relação ou você termina seu namoro. Observe no caminho porcamente desenhado abaixo você confuso na intersecção (Ponto 0), representando seu dilema, e dois caminhos possíveis para trilhar sua vida sobre essa situação.

Caminho porcamente desenhado abaixo

Um ano depois, você terminou seu relacionamento e está no ponto A. Está sofrendo porque está sem namorado, sentindo-se só e, particularmente agora, todos seus amigos e amigas estão em relacionamentos sérios, menos você. Você está sofrendo e nesse momento vem a famosa pergunta: E se eu não tivesse terminado, escolhido o outro caminho?

A impressão que dá de imediato é que você seria muito mais feliz. O seu problema de estar só não existiria afinal, seu ex namorado estaria do seu lado feliz e contente cantarolando de mãos dadas pelos vales verdejantes.

O que não conseguimos enxergar é que o Ponto B não existe! O seu cérebro é muito pessimista, não importa o quão otimista você seja. Ele tende a ver apenas os pontos em que sua vida seria melhor e ignora completamente que o Ponto B não é perfeito. As frustrações, medos, decepções que você tem, estando no Ponto A, não existiriam no Ponto B, porque nessa vida você simplesmente teria diferentes frustrações, medos e decepções.

Nesse momento você pensa: É claro que teria, mas teria menos! Pronto, olha o seu cérebro sendo pessimista novamente.

Você não seria a mesma pessoa que é hoje, pois cada situação que te ocorre molda sua personalidade e perspectiva de mundo, porém de maneira nenhuma seria imortal ou imune a dor. As infelicidades do caminho não escolhido existiriam, mas de outra forma e te machucaria, numa análise geral, do mesmo jeito que você sente hoje, mesmo tendo escolhido o Ponto A.

Quando eu entendi isso a sensação foi de que uma montanha de preocupações saiu das minhas costas. Minha mente ficou mais leve e tranquila para pensar em coisas efetivamente mais importantes para mim. Hoje eu não fico me remoendo pensando como seria minha vida se outro candidato tivesse ganhado as eleições ou se meu time tivesse sido campeão, porque no fundo não faz sentido, essa vida não existe.

As escolhas que eu faço diante de dilemas nunca são recusadas por medo do futuro. Elas são analisadas e, caso for do meu interesse, eu me jogo completamente, sem medo desse monstro pau no cu do “E se…”.

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Elvis Nogueira
E-volua

Um pouco engenheiro, um pouco filósofo, mundrungo, pai da Manu, escritor e zé graça nas horas vagas.