Como assistiremos TV no futuro ~próximo~
Você pode deixar de ser um telespectador para virar um "webspectador" em breve
Há uns 15 anos provavelmente você não tinha ideia do que era TV digital. Só aquela sua tia rica tinha um DVD Player e você assistia Matrix em VHS. Hoje, tudo é digital. E a maior parte desse conteúdo nem vem mais pelo ar, mas sim pelo cabo que passa nos postes da rua e entra na sua casa. Estou falando do streaming. Porém, até hoje, nem tudo o que você assiste vem da Internet. Mas isso está muito próximo de mudar.
Em 2012, quando eu ainda estava na faculdade e pensava em como seria o futuro da propaganda em um mundo onde as pessoas assistiriam somente àquilo que elas desejassem, na hora que elas quisessem, foi que eu cheguei à conclusão que o futuro da TV por assinatura ainda era o cabo, mas outro cabo, o da Internet.
Já faz algum tempo que canais de TV, tanto por assinatura quanto abertos, começaram a oferecer conteúdo on-demand (para você assistir quando quiser) e ao vivo, via Internet, por um site ou aplicativo para smartphone. Mas aí você se pergunta, “por que raios então eu preciso assinar um pacote gigantesco de TV para ter só aquele canal que eu gosto tanto?”. Essa é a mesma pergunta que eu me faço desde 2012, quando comecei a pensar sobre o assunto. Por isso, nos próximos parágrafos eu vou falar um pouco de como está o cenário hoje dentro e fora do Brasil, e como eu imagino o futuro disso para daqui a uns cinco anos (no máximo).
IPTV
IPTV nada mais é que Internet Protocol Television, ou no tupiniquim “Televisão via Protocolo de Internet”. Ou seja, é qualquer canal de TV que seja transmitido via Internet ao vivo. Aqui no Brasil, alguns canais de TV aberta fazem isso. A Globo, por exemplo, tem o Globo Play, que transmite o sinal da TV ao vivo para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo (durante as olimpíadas, eles exibiram canais que transmitiam o evento para todo o Brasil). Existem também aqueles canais de TV por assinatura que você precisa fazer login para assistir via Internet.
No fim do ano passado, a Directv lançou para o mercado americano o Directv Now, que praticamente é um pacote de assinatura de uma forma bem facilitada no qual, ao invés de ter um receptor da empresa em casa, você pode usar uma Apple TV, Amazon Fire TV ou um Roku. Não é muito diferente do que nós estamos acostumados aqui no Brasil. São Pacotes com uma lista de canais e preços tabelados. Nada de colocar os canais que você quiser e tirar aqueles que você nunca assiste. Por enquanto.
Por que isso acontece?
Eu não sou especialista no assunto e nem trabalho na área, mas o que dá para perceber é que existe uma guerra de interesses por meio das empresas de TV a cabo e também dos próprios canais. Isso é perceptível quando não existe nenhum aplicativo específico para Smart TVs ou Apple TV que faça streaming do conteúdo ao vivo (você pode usar via AirPlay), pois isso faria com que as pessoas assistissem por lá em vez de usar o receptor da empresa (???).
Também não existem planos das empresas de TV por assinatura para esse tipo de serviço via streaming. Não é possível nem comprar algum plano avulso dos canais para assistir somente online. Ah, sim, existe a HBO GO, mas para isso você tem que fazer uma assinatura do pacote na Oi.
Isso tudo ainda é muito confuso e com certeza não vai para frente porque as empresas ainda não encontraram uma forma efetiva de lucrar com esse tipo de serviço.
O que pode acontecer daqui para frente?
O Directv Now é considerado pela imprensa especializada como um divisor de águas para o futuro desse serviço. Até onde eu consegui usar, é tudo bem completo, mas ainda é pouco interativo e não permite fazer algum tipo de propaganda personalizada por enquanto.
No futuro, você poderá fazer o pacote como você quiser. O pessoal do MacMagazine comentou em um podcast recente algumas formas de como isso poderia ser feito. Eu achei duas ideias em particular bastante interessantes. A primeira é poder comprar a assinatura mensal de um canal por US$ 0,99 e montar o pacote como você quisesse, pagando pelos seus 15 canais favoritos mais ou menos US$ 15,00, por exemplo.
A outra ideia tem a ver com o problema que eu levantei no tópico anterior: a monetização de tudo isso. Poderiam fazer anúncios pop-up ou algo similar durante os programas, como por exemplo, durante um programa de gastronomia, sugerir algo para comer redirecionando o espectador para o aplicativo de delivery de comida. Além dessa forma, esplanada pelo Breno Masi, eu penso que propagandas direcionadas por geolocalização, interesses e gostos poderiam ser inseridas no horário comercial, como as propagandas do Google ou Facebook, mas em vídeo (eu sei, elas são chatas, mas geram dinheiro para as empresas).
Hoje as empresas que fornecem a TV a cabo geralmente também são provedoras de Internet. Uma tendência que pode acontecer é essas empresas oferecerem um serviço de Internet melhor (coisa difícil de imaginar no cenário atual) e também oferecer descontos para a criação desses pacotes atrelados à mensalidade da Internet. Isso, de certa forma, também reduziria custos com os receptores de TV por assinatura, já que você usaria uma Smart TV ou qualquer outro reprodutor de mídia digital, como a Apple TV.
Além disso, não seria necessário um técnico ir até a sua casa para fazer o serviço funcionar. Basta ter o cartão de crédito, uma Smart TV e Internet. A Directv inclusive vende isso como uma vantagem no Now.
A vantagem para o consumidor final é um pacote mais acessível e personalizado, serviço de internet melhor, conteúdo on-demand para assistir a hora que quiser e não precisar ficar esperando o técnico da NET chegar em casa para instalar a TV.
