O futuro de quem gere pessoas deve ser (re)humanizado
Por Mariana Barbosa, editora da Revista Pessoas.
Este texto foi originalmente publicado no site da Revista Pessoas.
A empresa é o reflexo da sociedade. Por isso, é urgente refletir sobre as responsabilidades de uma gestão sustentável e inclusiva, que se adapte e evolua com os desafios exteriores, como está a ser o da pandemia Covid-19. Para quem gere pessoas nas organizações, o período pós-pandemia deve servir para analisar os meses que passaram e para estar mais próximo dos trabalhadores e garantir a retoma.
É preciso (re)humanizar a profissão de gestão de recursos humanos e, para isso, é crucial saber ouvir, apoiar e valorizar o maior ativo das organizações: as pessoas.
Preparar a retoma: os propósitos e as pessoas
“Não continuaremos os mesmos. É impossível as pessoas, retomando ao trabalho, não terem sofrido todos os impactos”, realça Leyla Nascimento, presidente da World Federation of People Management Associations. As organizações devem pensar em si como partes integrantes de uma sociedade que enfrenta desafios e ter duas prioridades: estar próximas do seu propósito e dos seus trabalhadores. Na retoma, os profissionais de recursos humanos devem dar importância à partilha de experiências e procurar padrões sustentáveis, garantindo igualmente uma “retoma de valorização de pessoas na organização”.
“Ouvir ainda é a melhor solução para todas as questões”, destaca Leyla Nascimento. Quem gere pessoas deve saber ouvir, quando e como comunicar, estar próximo dos trabalhadores e apostar numa comunicação transparente, fluida, e garantir o apoio emocional, tendo como objetivo um bem comum.
É importante integrar as pessoas mais velhas e valorizar o contributo das novas gerações, “desmistificar organigramas”, adaptar a cultura organizacional às necessidades de gestão sustentável e às exigências da sociedade e de um novo modelo de liderança, assente na proximidade.
Home office: “O que temos hoje é adaptação”
“Temos a obrigação de criar ambientes na casa dos trabalhadores para o teletrabalho. Podemos gerar melhores resultados, mas também precisamos de cuidar da qualidade de trabalho em home office“, ressalva. Empatia, humanidade, troca e decisões partilhadas e concertadas.
É preciso (re)humanizar a profissão de gestão de recursos humanos e, para isso, é crucial saber ouvir, apoiar e valorizar o maior ativo das organizações: as pessoas.