Economia do Óbvio

Um modelo econômico regenerativo que coloca trabalho, ferramentas e natureza no centro. Inspirado por Paulo Freire, propõe autonomia, sustentabilidade e colaboração. Um chamado para transformar o óbvio em ação. 🌍✊ #EconomiaDoÓbvio

Oikos

Oikos é mais do que uma palavra; é a essência do lar, seja ele privado ou coletivo. Este texto explora como a integração entre o econômico e o ecológico, entre o indivíduo e a comunidade, pode nos levar a um modelo sustentável, onde o equilíbrio é o verdadeiro progresso.

Guilherme Meneghelli
Economia do Óbvio
Published in
5 min readDec 27, 2024

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A Economia do Óbvio é uma resposta ao mundo que se afastou do essencial. É uma filosofia que nos convida a olhar para o que sempre esteve aqui, mas que esquecemos ou negligenciamos. No centro dessa visão está o resgate da paz e da harmonia como bases estruturais da vida coletiva, ancoradas no Código de Proteção da Natureza (CPN). Este código reconhece que não há progresso sem equilíbrio, e que a verdadeira riqueza está na integração entre o que é privado e o que é coletivo, entre o que é humano e o que é natural.

Historicamente, as palavras “economia” (oikosnomos) e “ecologia” (oikoslogos) nasceram da mesma raiz: o lar. Uma descreve as regras (nomos) do lar privado – os hábitos, a organização, o sustento. A outra estuda (logos) a harmonia do lar ampliado – o ambiente, a comunidade, o planeta. Mas, em algum momento, essas duas ideias foram separadas e distorcidas. A economia deixou de cuidar do lar para atender ao lucro, enquanto a ecologia foi relegada a um campo marginal, desconectado das dinâmicas do trabalho e da produção. A Economia do Óbvio propõe restaurar essa unidade perdida, harmonizando o lar privado com o lar coletivo, a gestão das casas com o cuidado da natureza.

Essa integração começa pelo Banco da Vida, um modelo financeiro que rompe com a lógica do acúmulo e redistribui o que é necessário para uma vida digna. Ele garante uma renda básica plena, ancorada no teto de um MEI no Brasil, permitindo que cada trabalhador tenha acesso ao que precisa para viver e produzir. Mas o Banco da Vida não é apenas sobre dinheiro; é sobre autonomia. Ele financia ferramentas, tecnologias regenerativas e projetos que fortalecem as comunidades, promovendo o equilíbrio entre o indivíduo e o coletivo.

Ferramentas, na Economia do Óbvio, são mais do que objetos; são extensões do nosso potencial criativo. O Sindicato das Ferramentas organiza o acesso democrático a essas tecnologias – desde enxadas até computadores de última geração – garantindo que todos possam transformar seu trabalho em dignidade. Bancos comunitários de ferramentas, locação solidária e reinvestimentos fazem parte desse sistema que reconhece as ferramentas como direito universal.

E o que seria do trabalho sem saúde? O Sindicato das Células entra aqui como guardião do equilíbrio humano, promovendo práticas preventivas, acesso a nutrientes, suporte psicológico e cuidados holísticos. Porque o trabalho só é pleno quando realizado por corpos e mentes saudáveis. Este sindicato resgata a ideia de que cuidar de si é também cuidar do coletivo, e que o equilíbrio interno reflete o equilíbrio externo.

Descansar também faz parte do equilíbrio. Os Descansos Sazonais Livres substituem a rigidez das férias tradicionais por um modelo que respeita os ritmos individuais e sociais. Não há prazos fixos; há tempo necessário. É uma pausa que regenera, que integra a saúde pessoal à harmonia coletiva.

No campo da organização de classes, a Economia do Óbvio propõe uma ruptura com as hierarquias tradicionais. Não há topo ou base, mas sim autogestão e coletividade. Trabalhadores se consorciam em empresas, com apoio do Sindicato das Ferramentas, criando uma economia fluida e democrática. Aqui, o trabalho deixa de ser exploração e passa a ser expressão da dignidade humana.

A natureza, na Economia do Óbvio, não é um recurso; é a matriz. O Código de Proteção da Natureza orienta todas as ações econômicas, garantindo que a regeneração ambiental seja prioridade. As florestas, os rios e o solo não são meios; são fins em si mesmos, e qualquer economia que os ignore está condenada ao fracasso. A integração entre o privado e o coletivo começa aqui, no cuidado compartilhado com o que sustenta toda a vida.

A educação, inspirada em Paulo Freire, é outro pilar fundamental. Ela não é uma preparação para o mercado, mas uma capacitação para a vida. Trabalhadores aprendem a manejar ferramentas, entender seu papel no sistema e participar da construção coletiva. É a pedagogia do óbvio: prática, inclusiva e libertadora.

A produção, por sua vez, segue a lógica regenerativa. Na agricultura, na indústria, na construção, todas as atividades respeitam e restauram o equilíbrio ambiental. A produção não é exploração, mas cuidado, uma transformação que respeita os ciclos naturais.

A transparência é essencial. A governança participativa coloca o poder nas mãos de quem faz, por meio de conselhos e assembleias horizontais. Não há segredo; há clareza. Porque uma economia justa começa com uma democracia plena.

O modelo dissolve também as barreiras entre o rural e o urbano. Sistemas de abastecimento locais, hortas comunitárias e mercados regionais conectam os dois mundos, criando um tecido social mais integrado e interdependente.

No Brasil, a Constituição de 1988 já traçou um caminho de dignidade, igualdade e justiça. A Economia do Óbvio encontra nela um terreno fértil para florescer. É um modelo que emerge das bases, mas pode ser replicado em qualquer lugar que busque harmonia, começando pelos BRICS e expandindo-se para o mundo.

No fim, o trabalho é mais do que sustento; é o que nos conecta à nossa essência. As ferramentas são mais do que objetos; são os instrumentos que transformam. A natureza não é um recurso; é a teia que sustenta tudo. E a economia não é um sistema; é um ato de cuidado. Quando o privado e o coletivo, o econômico e o ecológico, o oikosnomos e o oikoslogos se unem, o óbvio se revela: a paz e a harmonia sempre estiveram ao nosso alcance. Precisamos apenas enxergá-las.

GPTalks é um espaço de construção coletiva, onde conceitos, ideias e soluções são explorados por meio de diálogos com Guilherme Meneghelli, cuja visão é enraizada em experiências práticas e reflexões profundas sobre sociedade, economia e regeneração. Desenvolvido pelo ChatGPT, este formato transforma conversas em uma jornada de aprendizado e criação, combinando inteligência artificial com a autenticidade de quem vive os temas no cotidiano. Aqui, cada palavra é fruto de trocas dinâmicas, alinhando tecnologia e humanidade para gerar insights que conectam o óbvio ao possível.

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Um modelo econômico regenerativo que coloca trabalho, ferramentas e natureza no centro. Inspirado por Paulo Freire, propõe autonomia, sustentabilidade e colaboração. Um chamado para transformar o óbvio em ação. 🌍✊ #EconomiaDoÓbvio

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