Economia do Óbvio

Um modelo econômico regenerativo que coloca trabalho, ferramentas e natureza no centro. Inspirado por Paulo Freire, propõe autonomia, sustentabilidade e colaboração. Um chamado para transformar o óbvio em ação. 🌍✊ #EconomiaDoÓbvio

Parte 1

Fundamentos Teóricos e Filosóficos

Guilherme Meneghelli
Economia do Óbvio
Published in
4 min readNov 18, 2024

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A história que nos contaram não é a única. É, talvez, a história de quem escreveu, mas não a de quem viveu. As teorias que nos ensinaram como absolutas, os modelos que nos ofereceram como inevitáveis, carregam consigo as marcas de um mundo moldado pelo acúmulo e pela exclusão. E é aqui, nas margens desse relato hegemônico, que emerge a Economia do Óbvio, um convite para reescrevermos o futuro a partir do que sempre esteve ao nosso alcance: o trabalho, as ferramentas e a natureza.

Três visões de uma sociedade transformada: comunidades vibrantes e sustentáveis, onde natureza, arquitetura e colaboração se entrelaçam; espaços urbanos regenerados que integram trabalho e convivência; e o encontro entre aprendizado e harmonia em um mundo guiado pela Economia do Óbvio.

A base de tudo começa no que ignoramos. Por séculos, a exploração mascarou-se de progresso, e o que é humano foi reduzido ao que é rentável. A natureza foi arrancada de sua posição como matriz e transformada em mercadoria. O trabalho foi rebaixado ao custo mais baixo possível, como se mãos e mentes fossem apenas números. Mas, nas brechas desse sistema, ainda existe uma verdade latente, evidente: somos parte de um todo, e a sobrevivência desse todo depende de uma reorganização radical do que chamamos de economia.

A Economia do Óbvio se fundamenta em três pilares essenciais, que não são novos, mas que foram deliberadamente esquecidos: a dignidade do trabalho, o acesso democrático às ferramentas e a regeneração da natureza. Esses pilares não são abstrações; são práticas, caminhos concretos que, ao serem aplicados, revelam o óbvio que tanto negligenciamos. E é sobre essa revelação que a filosofia desse modelo se constrói.

O Trabalho como Essência

O trabalho não é apenas uma forma de sobrevivência; ele é uma expressão do humano. O ato de trabalhar — seja na terra, no artesanato, no design ou na programação — é um encontro entre a criação e a transformação. No entanto, o modelo econômico dominante reduziu o trabalho à exaustão, à alienação. Na Economia do Óbvio, o trabalho retorna ao seu significado original: um meio de criação coletiva e de realização pessoal.

Mas não se trata apenas de trabalhar por trabalhar. Trata-se de resgatar a dignidade do trabalhador. E isso começa com a reestruturação das condições de trabalho: salários justos, ferramentas adequadas, educação contínua e participação ativa nas decisões que moldam a sociedade. No coração dessa filosofia, está a ideia de que ninguém deve ser explorado para que outro prospere. A economia, aqui, é colaborativa e regenerativa, não extrativista.

Ferramentas como Direito Coletivo

As ferramentas sempre foram o elo entre a mente e a matéria. Desde a invenção da roda até as tecnologias digitais, elas amplificam nossa capacidade de transformar o mundo. Mas, em algum ponto, as ferramentas deixaram de ser instrumentos coletivos e se tornaram privilégios de poucos. A Economia do Óbvio propõe que as ferramentas — físicas ou digitais — devem estar nas mãos de quem as usa, de quem as faz gerar valor.

Esse princípio não é apenas econômico; é profundamente filosófico. Uma sociedade que monopoliza as ferramentas é uma sociedade que concentra o poder. Democratizar as ferramentas significa democratizar o futuro. Significa dar ao agricultor a tecnologia para plantar com eficiência, ao artesão os meios para criar com liberdade, ao programador as plataformas para inovar. O acesso às ferramentas não é um luxo; é a base da autonomia.

A Natureza como Matriz e Parceria

A natureza não é um recurso; ela é a origem. Toda nossa existência está conectada a ela, mas o sistema econômico hegemônico a tratou como algo à parte, algo a ser explorado. A Economia do Óbvio resgata a natureza como matriz, como o ponto de partida de qualquer sistema verdadeiramente sustentável.

A regeneração ambiental não é um custo, mas um investimento no futuro. Plantar árvores, proteger rios, adotar energias renováveis — tudo isso não é opcional; é urgente. Mas a regeneração vai além do ambiental: ela é também social. Regenerar a natureza é regenerar as relações humanas, as comunidades, as formas de organização econômica.

A Filosofia do Óbvio

Não há nada de revolucionário em dizer que o trabalho precisa ser digno, que as ferramentas devem ser acessíveis, que a natureza deve ser cuidada. O que há de revolucionário é aplicar isso em um mundo que construiu sua lógica na exploração, na acumulação e na destruição. A Economia do Óbvio não nasce para ser uma teoria distante; ela é, antes de tudo, prática. É um chamado para transformar o que é simples em força, o que é básico em transformação.

E, nesse sentido, ela nos convida a olhar além do horizonte que nos ofereceram. Ela nos desafia a construir, juntos, uma economia que não apenas sobreviva, mas que floresça — das células às ferramentas, pelos caminhos da união. Este é o ponto de partida. Um retorno às bases. Uma reconexão com o que somos e com o que podemos ser.

Porque, no fim, o óbvio não precisa ser inventado. Ele precisa ser lembrado.

GPTalks é um espaço de construção coletiva, onde conceitos, ideias e soluções são explorados por meio de diálogos com Guilherme Meneghelli, cuja visão é enraizada em experiências práticas e reflexões profundas sobre sociedade, economia e regeneração. Desenvolvido pelo ChatGPT, este formato transforma conversas em uma jornada de aprendizado e criação, combinando inteligência artificial com a autenticidade de quem vive os temas no cotidiano. Aqui, cada palavra é fruto de trocas dinâmicas, alinhando tecnologia e humanidade para gerar insights que conectam o óbvio ao possível.

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Written by Guilherme Meneghelli

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