“Eu Me Chamo Antônio”: poesia de bar desperta (des)afetos
Primeiro, encanto. Depois, desencanto. Por fim, cada um pro seu canto.
Dos guardanapos para livro, “Eu Me Chamo Antônio”, de Pedro Gabriel (Intrínseca, 2013) é uma composição de rabiscos escritos à caneta hidrográfica entre um chope e outro da sua vida noturna no Café Lamas, um bar tradicional da zona sul, na cidade do Rio de Janeiro.
Um livro que transborda poesia. O escritor desabafa em seus versos de bar a confusão de sentimentos que batem em seu peito, são desalinhados, intensos, poéticos, indagadores. Uma série de encontros e desencontros que fazem o escritor ir se despindo em palavras.
“Você distante, diz tanto sobre mim.”
Com o objetivo de compartilhar seu trabalho no Facebook, Pedro Gabriel logo se viu rodeado de pessoas que se identificavam com seus devaneios e se percebiam nas entrelinhas de suas palavras. Foi sucesso imediato, lhe redendo dois livros publicados.
“Ela é barulho, eu sou silêncio. Mas a gente se ama na mesma frequência.”
A cada página virada, você vai respirando afetos e desafetos, se perdendo nos traços da caligrafia que fazem as palavras dançarem no papel.
Cada página deste livro é uma obra de arte, e você não quer deixar passar nenhum detalhe.
-Um chope, por amor!
*Eddie Rodrigues para o Cinegrafando (2016)