Book Lab — Como empreendi dentro da empresa
Empreender é uma forma de identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio ou projeto para gerar um impacto positivo. (Endeavor, 2018) Fazer o novo, gerar valor e ajudar a vida das pessoas é a junção de tudo que pode ser feito de melhor na vida profissional e isso me encanta naturalmente.
Há um ano eu não imaginava quão desafiadora e incrível seria a experiência de poder juntar o melhor dos dois mundos: conseguir empreender dentro de uma empresa já consolidada e fazer crianças felizes pelo Brasil.
O Book Lab chegou em minha vida no início de 2021 como uma ideia que precisava, literalmente, ser tirada do papel. O desafio era enorme, mas fui motivada pelo propósito de tangibilizar o aprendizado do inglês para as famílias (que muitas vezes têm dificuldade de visualizar o desenvolvimento do aluno) e a possibilidade de trazer momentos de diversão e felicidade para as crianças.
Book Lab é um projeto que nasce no mundo digital e termina no físico. Mas, como assim? Ao longo de seis meses, alunos de inglês desenvolvem os seus próprios livros na plataforma exclusiva do Edify, com a possibilidade de escrever, ilustrar e paginar. Em outro ambiente da plataforma, os professores podem revisar e, se necessário, corrigir os textos.
Então, com a obra pronta, é hora dela ganhar o mundo: os responsáveis podem comprar uma versão física, em brochura ou capa dura. O arquivo é enviado à gráfica, por meio da plataforma, e impresso para uma noite especial de autógrafos. Assim, as crianças celebram a publicação do livro com a família e desenvolvem senso de autoria.
Os bastidores
Fizemos o lançamento do Book Lab em duas etapas: no primeiro semestre de 2021, entregamos o MVP. Neste momento, tínhamos algumas limitações: somente os livros com capa mole estavam disponíveis para venda, as obras eram enviadas para as escolas (e não para as famílias) e ainda não era possível editar imagens. No segundo semestre, já tínhamos uma plataforma com mais funcionalidades e o projeto rodava com mais alunos.
De um semestre a outro, passamos de 76 alunos para mais de 2.500. Houve muitos contratempos, afinal, empreender é aprender a cada dia e fazer acontecer sem muitos recursos.
Tivemos muitas solicitações de atendimento, por exemplo, mas ainda não havia uma área de atendimento (como todo produto no início). De domingo a domingo, por 30 dias, fui “bombardeada” por dúvidas dos mais variados clientes: professor, aluno, coordenador, responsável e equipe interna. Além de ter que executar todas as outras tarefas de uma Product Manager com uma plataforma recém-lançada.
Mas, como já dizia McDowell e Bavard em “Cracking the PM Interview”: “quando não há um dono para a tarefa, a tarefa é do Product Manager”
Minha experiência
Foram meses de estudo sobre Product Management para aplicar técnicas de priorização e resolver com mais habilidade o dilema prioridade versus impacto para o usuário. Também mergulhei nos dados e estive em contato com os clientes para entender suas experiências dentro do projeto e em quais pontos precisávamos atuar para conseguir finalizar o projeto e realizar os lindos eventos de autógrafos. Mesmo com os contratempos, finalizamos o ano com 80% de satisfação com o projeto.
O meu propósito era fazer com que todas as crianças tivessem seus livros em mãos, por isso me doei bastante e consegui fazer com que todas sorrissem na celebração com suas famílias!
Hoje, o produto está escalando de uma forma diferente, pois aprendemos muito com os contratempos de 2021 e estamos desenvolvendo uma plataforma nova, robusta, fácil e com muitas novidades para os professores e alunos.
Tudo isso só foi possível graças à autonomia, flexibilidade e essa veia first mover que o Edify proporciona a todos os colaboradores.
