Como validar se existe demanda para a sua ideia

Ana Beatriz Negri
edifyeducation
Published in
3 min readOct 19, 2022

Você já teve uma ideia ~supostamente~ incrível pra solucionar um problema e quando compartilhou com as pessoas à sua volta viu que não era tão incrível assim? Ou então que ela não resolveria o problema como você havia imaginado? Ou, até mesmo, que o problema que você achou que existisse na verdade não passava de um palpite seu?

Imagine agora essa mesma situação acontecendo dentro de uma empresa. Quantas pessoas seriam envolvidas para tirar a ideia do papel e colocá-la na rua? Quanto tempo e dinheiro seriam investidos para desenvolver, comunicar e lançar a ideia? Ao final de todo esse esforço, se você percebesse que não gerou o retorno esperado, seria no mínimo uma grande frustração.

Há alguns anos, aqui no Edify, mudamos a nossa forma de encarar os problemas e construir soluções. Saímos de um modelo centrado no produto para outro centrado no usuário. E dentre os tantos aprendizados, essa mudança nos ensinou que por mais incrível que a solução seja, é preciso haver demanda. Mas como garantir isso?

Comece entendendo o mercado.

Pesquise. Entenda as forças que regem o contexto, entenda o público alvo, conheça a concorrência. A partir desse estudo, levante novas hipóteses, mapeie novas oportunidades, mas acima de tudo, não acredite que já tem a resposta para a existência de demanda.

Para você saber se de fato há demanda para um produto/ serviço, não tem atalho: é preciso validar com o cliente.

Defina como será a validação.

Ela pode acontecer de diversas formas, em diferentes níveis de maturidade da sua ideia: você pode testar o interesse, o formato, o conteúdo, os canais e por aí vai… Pode fazer no modelo A/B, fake door ou concierge. A cada teste, aprendizados possibilitam ajustes e evoluções na sua entrega.

Para uma boa validação, tenha bem definido:

  • Quais as hipóteses que você quer validar;
  • Qual problema você está resolvendo; e
  • Para quem? Quem é o seu cliente/ público alvo?

Com isso estruturado, você pode desenvolver um protótipo, MVP (mínimo produto viável), ou até mesmo o conceito do seu produto e…pronto! Vá a campo, onde seu cliente está, para testar!

Mas atenção: um ponto que muitas vezes esquecem é de estruturar esse teste. Testar, por si só, não te dá a resposta. É preciso definir metas e analisar indicadores de sucesso (KPIs) para poder mensurar a efetividade da solução e, se for o caso, validar a sua hipótese.

  • A cada validação, uma oportunidade de ir além.
  • A cada invalidação, um aprendizado e dois caminhos: abandonar ou pivotar a ideia.

Essa prática está totalmente alinhada aos princípios do Lean Startup, apresentado por Eric Ries em seu livro que leva o próprio nome da metodologia, que visa ajudar negócios a otimizarem recursos, processos e acelerarem a inovação.

Ao longo de ciclos contínuos de construção, mensuração e aprendizado, podemos trabalhar as nossas ideias para que elas estejam cada vez mais alinhadas às reais necessidades dos nossos clientes, sem que seja necessário investir muitos recursos logo em um primeiro momento.

Não é possível precisar quantos ciclos desses são necessários para a validação de demanda da sua ideia, mas certamente será mais de um. Este é um processo contínuo que deve ser incorporado pela companhia e passar a fazer parte da cultura, assim como temos feito nos últimos anos aqui no Edify.

O fato é: quanto mais nos aproximarmos dos nossos clientes, entendermos suas dores e validarmos nossas propostas com eles, mais chances teremos de encontrar caminhos de sucesso — ou abandonar caminhos de fracasso antes que seja tarde demais.

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