Dá vergonha publicar um financiamento coletivo?

by Marina Avila

Editora Wish
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3 min readJun 4, 2019

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Sendo honesta: Nos primeiros dias, me senti bastante ansiosa sobre o que iriam pensar.

Isso porque, na minha mente, financiamento coletivo era pedir dinheiro, e eu sou uma pessoa que busca sempre se virar sem pedir ajuda. Já faz algum tempo que os crowdfundings perderam essa fama de vaquinha, mas naquela época (meados de 2016), tudo ainda era bastante novo.

E era isso: eu pedia ajuda, dia após dia, para que a campanha desse certo. Explicava todos os dias para os mais diversos leitores o que era um financiamento coletivo e como o apoio deles estaria seguro caso o projeto não fosse financiado.

Rola medo, insegurança… Não pelo projeto, mas pela imagem que sentimos ter nas redes sociais. Estamos expondo todos os dias nosso sonho e pedindo que outros acreditem nele junto conosco. Mas algo me ajudou demais.
Uma amiga indicou o livro A Arte de Pedir, da Amanda Palmer. Amanda é cantora, compositora e esposa do querido Neil Gaiman, mas antes de tudo, ela era uma estátua humana. Ela não fala sobre como alcançar 1.2 milhões de dólares em crowdfunding (o que ela fez!), mas sobre a conexão com as pessoas que acreditam em seu trabalho. Não sobre aquelas que passam reto, mas sobre as que realmente te vêem, acreditam e abraçam.

Amanda é aquela mulher que vai te fazer QUERER criar um financiamento coletivo, porque o que você vai buscar não é apenas a realização da sua campanha, mas a conexão que você cria com os leitores ao longo do tempo. É a parte mais encantadora e viciante de todas.

O que adiantaria ser aquele rockstar que empina o nariz ao sair do hotel envolto em dez seguranças? Amanda fica horas e horas tirando fotos, autografando e conversando com seus fãs… Tudo isso APÓS um show! Pensa nas pernas cansadas dessa diva?

Já Björk, artista conhecida internacionalmente, nunca engajou tanto seu público. Tweetava pouco, não falava muito com seus fãs. Tentou um financiamento coletivo e fechou antes de seu encerramento, pois não alcançaria a meta.

Nós temos de ser Amanda. Nós precisamos criar conexão. Precisamos responder sempre que possível, ajudar, mostrar. Ser acessível e realmente bater papo sobre o que nos encanta (embora todos nós tenhamos vidas atarefadas).

Que tal hoje começar a conversar mais sobre seus projetos? Não faça propagandas, mas busque conhecer o público, saiba do que eles gostam, converse com eles em grupos sobre seus assuntos preferidos (leitores de fantasia curtem RPG? Jogos de cartas? Conheça, poste e fale mais sobre isso). Antes de qualquer publicidade, tente entendê-los e criar uma conexão. Aposto que você ganhará mais colegas do que pensa, e sentirá cada vez menos vergonha de mostrar seu novo projeto ao mundo! ♥

Em breve, a Editora Wish irá publicar um guia completo sobre financiamento coletivo, e iremos discutir muitos assuntos relacionados ao tema ao longo dos próximos meses. Afinal, o mercado literário está passando por mudanças e as formas de se fazer literatura estão se renovando junto com ele.

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Fundada em 2013, a Editora Wish é focada no resgate de tesouros literários, com designs atuais, trends e livros exclusivos. É uma das principais realizadoras de financiamento coletivo do Catarse.

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