Decentraland: os primeiros passos do metaverso

Propriedade é vendida por U$ 2.4 milhões, cerca de $ 14 milhões de reais

Não tem nada particularmente estranho nessa manchete. Uma aquisição deste tamanho por estar longe da realidade da maioria de nós, mas não é um valor absurdo considerando que em Manhattan dois milhões é o suficiente apenas para um sobrado de dois quartos e dois banheiros.

Mas e se essa manchete for um pouco diferente:

Propriedade virtual é vendida por U$ 2.4 milhões, cerca de $ 14 milhões de reais

Agora sim dá para entender o motivo desta notícia ter dado o que falar.

A compra milionária aconteceu em meados de Novembro na plataforma Decentraland, na época foi a maior aquisição de propriedade virtual já feita. Esse recorde, apesar de já ter sido superado, mostra como o mercado envolvendo o metaverso está aquecido.

Para entendermos a relevância desta venda, precisamos primeiro entender do que se trata a plataforma

O que é Decentraland?

Decentraland é uma plataforma descentralizada — por isto o nome — de realidade virtual, baseada na rede Ethereum. Nela os usuários podem comprar e vender terras, construir propriedades, explorar os espaços e interagir uns com os outros.

Essas propriedades são chamadas de LAND e são compradas usando MANA, a moeda virtual da plataforma. A dinâmica é bem parecida com a vida real, quanto maior a movimentação maior a valorização dos espaços, que podem ser usados para entretenimento, interação, propaganda e outros.

O que a torna descentralizada é o mesmo que está por trás de outras tecnologias como criptomoedas e NFTs: o blockchain. Todas as ações dentro do mundo virtual são regidas por contratos inteligentes registrados no blockchain, e as decisões sobre o futuro da plataforma são tomadas pela DAO — organização autônoma descentralizada — que é composta por todos os usuários que possuem MANA ou LAND.

Ela é vista por muitos como o primeiro passo para o futuro do metaverso, e grandes empresas têm apostado nesta previsão.

O que está acontecendo por lá

LANDs podem ser vendidas e compradas no marketplace próprio da plataforma e também na OpenSea. Muitos usuários têm visto esta como uma forma de monetizar sua experiência no mundo virtual e apostam no crescimento em uso e popularidade do metaverso.

A compra do terreno de 500 metros quadrados por U$ 2.4 milhões foi feita pelo Metaverse Group, autointitulada a primeira imobiliária virtual. O plano para este espaço, que fica no coração do distrito fashion da plataforma, é desenvolver e-commerces e mostras de moda, fomentando o movimento de diversas marcas de vestuário a juntar-se ao metaverso. Entre elas já vemos grandes nomes como Louis Vuitton, Gucci e Burberry. O grupo acredita que logo nos encontraremos num universo semelhante ao livro Ready Player One, que ganhou uma adaptação para o cinema em 2018.

O mapa é dividido em distritos, com temas específicos e regras próprias. Além do distrito fashion, existem áreas dedicadas à apostas, arte, educação, finanças, cultura e tudo que você puder imaginar. Neles os usuários constroem comunidades ao redor de um assunto ou interesse em comum e interagem através de jogos e eventos.

Além de empresas, como o Metaverse Group e Atari, outras iniciativas têm chamado a atenção do público. Entre elas se destaca o plano do governo de Barbados em ser o primeiro país a ter uma embaixada no metaverso, preenchendo a lacuna entre o “real” e o virtual.

Criptoarte em Decentraland

A criptoarte também tem seu espaço em Decentraland. Em 2020 a plataforma hospedou uma Art Week em parceria com grandes marketplaces de NFT como SuperRare, Known Origin e OpenSea. O evento, que contou com exposições, festas e shows, fez tanto sucesso que se repetiu em 2021 e promete voltar sempre como algo anual.

Nos distritos de arte é possível encontrar galerias, artistas e exposições, verdadeiramente abrindo o mundo artístico para todos os seus usuários. Entre as exposições disponíveis está a casa de leilão Sotheby’s, famosa pela sua tradição que data de 1744. Nela o usuário pode ver as peças em destaque e acompanhar leilões.

Além de nomes como Sotheby’s e SuperRare, os usuários podem criar suas próprias galerias e exibir seus projetos. Este é um dos locais em que é possível compartilhar sua coleção de NFTs e convidar pessoas para apreciá-la.

Vamos ver muito mais novidades sobre o metaverso, e a Decentraland promete estar entre as grandes plataformas que irão liderar essa caminhada para uma experiência interconectada. Se você se interessou em tudo que a Decentraland tem a oferecer, aproveite a oportunidade de estar presente em seus anos de desenvolvimento inicial.

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