O que é blockchain?

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Editorial tropix
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5 min readDec 13, 2021

Não temos como falar de ethereum, NFTs e criptoarte sem falar de blockchain. De cara, parece um conceito para entendidos de tecnologia, mas viemos para explicar o que se passa por trás daquilo que oferecemos de uma forma que todos possam entender.

O que é?

O blockchain é um sistema de validação de informações por blocos, de forma cronológica, através de uma rede descentralizada.

Como o nome sugere, blockchain funciona como uma cadeia de blocos de informação | Foto por Rawpixel

Todas essas palavras certamente formam uma sentença, mas à primeira vista parecem descrever um conceito completamente abstrato e fora de alcance.

Em termos gerais podemos dizer que o blockchain é como um livro-registro em que transações podem ser anotadas, autenticadas e conferidas quando necessário. O que o separa de sistemas comuns, como o cartório, é o fato de não pertencer a nenhuma autoridade ou instituição. Ou seja, não existe um servidor central que armazena esse livro-registro.

Então quem detém toda essa informação? No blockchain, todos os participantes da rede têm uma cópia deste livro e cada transação feita é anunciada para que todos possam anotar em sua versão.

Uma vez preenchido até o fim, precisamos escolher qual das versões incluir na sequência de livros completos. Isso é feito através de uma prova-de-trabalho que analisa quem colocou mais energia em assegurar as informações.

O resultado dessa prova-de-trabalho é um código gerado a partir do conteúdo anotado. Ele é então atribuído a cada livro-registro fechado — o bloco — e repetido no início do próximo, formando uma espécie de corrente onde não é possível alterar a sequência de blocos completos.

Todas as transações feitas na rede em questão estão anotadas nessa cadeia de livros-registro — por isso o nome blockchain. Para fazer transações usando a tecnologia não é necessário participar das anotações e provas, isso é trabalho dos mineradores. Como usuário, você tem acesso aos blocos para verificação à medida que entram na corrente.

Mas se existem milhões de cópias, cada uma sendo atualizada por uma pessoa diferente com base em um anúncio vindo de uma fonte qualquer, então como podem dizer que este é o sistema mais seguro para se fazer transações?

Como funciona

Blockchain é um tipo de Distributed Ledger Technology — tecnologia de registro distribuído em tradução livre — somado com criptografia. DLTs são sistemas de registro descentralizados, ou seja, suas informações não estão concentradas em um único local, como servidores.

Apesar dos termos serem comumente usados como sinônimos, nem toda DLT é um blockchain. Mas todo blockchain é uma DLT.

A vantagem de um sistema como esse é a garantia de que nenhuma única instituição ou autoridade tenha controle total das informações armazenadas, tornando praticamente impossível a censura ou manipulação dos dados.

No sistema de registro distribuído a informação está espalhada por uma rede de computadores. | Foto por NASA

Para garantir que as informações transmitidas na rede sejam verdadeiras, fazemos o uso de criptografia.

Assim como em bancos comuns, precisamos de uma confirmação de identidade para transferir dinheiro para outra conta. No caso do blockchain são usadas duas chaves diferentes porém relacionadas, uma secreta e outra pública.

Quando você envia moedas para outra conta — no caso de criptomoedas são chamadas de carteiras — é adicionada uma assinatura única que prova sua autenticidade. Os detalhes da transição mais a chave secreta são usados para criar essa assinatura que serve como intermediária para provar ao sistema, através de funções matemáticas, que você possui uma carteira sem ter a necessidade de compartilhar sua chave secreta. Já sua chave pública funciona como o endereço da sua carteira. Como a assinatura depende da mensagem, não é possível usá-la mais de uma vez, evitando fraudes.

O blockchain parte do princípio de que nada nem ninguém é confiável e por isso faz uso de problemas matemáticos para garantir a veracidade das informações transmitidas.

Ao fechamento de cada bloco todas as informações de transação contidas nele mais um número x — nonce — são transformadas em uma linha de caracteres “aleatórios” de 256 bits, ou 32 bytes. Essa transformação é feita usando uma função hash, mais especificamente a SHA-256.

A segurança da criptografia está no fato de que ela é uma função de mão única, ou seja:

Criptografando a frase “Empoderando a arte através da tecnologia” usando SHA-256 recebemos a resposta, ou valor hash d19664be318f699fe57518b5aa80877a96b7b703a18099dd57f1292a37ce2acd.

Mesmo tendo esse valor hash e conhecendo a função usada não é possível reverter a operação.

Dizemos que o resultado é próximo de aleatório porque uma mesma mensagem sempre retornará o mesmo valor hash, mas mudando um único caractere a resposta é completamente diferente.

Empoderando a arte através da tecnologia” = d19664be318f699fe57518b5aa80877a96b7b703a18099dd57f1292a37ce2acd

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Ao começar um novo bloco o valor hash do anterior é adicionado ao seu topo, tornando impossível a alteração de informações dentro de blocos fechados. Como demonstramos acima, a menor alteração na mensagem original muda completamente o resultado da criptografia. Devido a este sistema também não é possível mudar a ordem dos blocos pois levaria a um conflito de informações.

Para que um bloco seja aceito o valor hash deve cumprir uma condição predeterminada, como por exemplo começar com uma sequência de 15 zeros. É neste momento que precisamos da capacidade computacional de diversas máquinas calculando o nonce — valor x adicionado no final do bloco — que gere um valor hash que satisfaça a condição colocada. O computador que chegar primeiro a essa resposta tem o seu bloco estabelecido na cadeia e recebe uma recompensa em criptomoedas por sua prova-de-trabalho. Isto é a chamada mineração. Grandes plataformas, como a Ethereum, tem se movimentado para substituir a prova-de-trabalho pela prova-de-apresentação, uma alternativa que promete diminuir drasticamente o consumo energético e tornar o processo mais acessível e consequentemente mais descentralizado.

Tudo o que falamos até agora acontece entre os mineradores, o que o usuário final vê são apenas os blocos estabelecidos.

Uma vez que o bloco entra na cadeia ele se torna permanente. Não é possível rearranjar, deletar ou alterar suas informações. Essa permanência é o que garante a segurança desse sistema. Você, como usuário, tem acesso total a todo o histórico caso necessite verificar qualquer movimentação feita através dele.

Entender o blockchain pode parecer uma tarefa difícil, mas esperamos poder ter ajudado a esclarecer um pouco do funcionamento desta tecnologia. Fique de olho em nosso blog para não perder outros conteúdos sobre blockchain e muito mais.

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