Ponto e Vírgula, suplemento criativo

Uma publicação de e para estudantes

SRE . Madeira
Educatio Madeira
6 min readJun 30, 2016

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De novembro de 2015 a maio de 2016, a Secretaria Regional de Educação (SRE) produziu a primeira série do Ponto e Vírgula (PV) com 29 escolas da Região Autónoma da Madeira, em sete números, numa parceria com o Diário de Notícias da Madeira. Mensalmente, textos, fotografias e trabalhos gráficos de estudantes dos 12 aos 18 anos foram publicados num suplemento a cores para os jovens da mesma idade.

Perto de quinhentos alunos participaram como autores, apoiados por cerca de duas centenas de professores.

Foram publicadas 234 peças que expõem a criatividade e o empenho dos estudantes, que sublinham o afinco dos docentes e que representam o pulsar da vida destas escolas da Madeira e do Porto Santo.

Apresentação de 7 números do Ponto e Vírgula

Estrutura e grafismo

As designações das rubricas do Ponto e Vírgula salientaram a ligação entre o conteúdo e o formato. Das aspas às reticências, da letra maiúscula ao risco, do ponto parágrafo ao travessão, da alínea f) às conversas com ponto e vírgula, passando pelo cardinal, pelos dois pontos, pela vírgula, entre parênteses ou com asterisco, com ponto de exclamação ou de interrogação, a edição mensal fechou sempre com o ponto final. De permeio, os apontamentos PV nas Escolas, EntreArte e Parlamento dos Jovens trouxeram abordagens específicas a alguns momentos.

Pormenores de algumas rubricas

Os estudantes participaram em diferentes áreas da publicação, seja na conceção das capas e na redação dos editoriais, seja enquanto colunistas, comentadores, entrevistadores, entrevistados, desenhadores de BD, repórteres e fotorrepórteres.

Participação dos estudantes

Cada número mensal do Ponto e Vírgula teve um grafismo próprio, idealizado em congruência com a capa respetiva, concebida por alunos.

Em cada edição, esta obra dentro da própria obra lançou os elementos que permitiram a criação de uma linha gráfica específica.

Essa congruência valorizou o trabalho dos autores.

Grafismo das rubricas associado à capa (tipo de letra)
Grafismo das rubricas associado à capa (pictograma)

Dois participantes no projeto

Carlos André Fernandes

Educatio (ED) — Que diferença encontras entre a oralidade e a escrita?

Carlos André Fernandes (CAF) — As diferenças são muitas. Sinto uma maior dificuldade em expressar-me, por palavras minhas, oralmente. Quando estou a escrever, tenho tempo e reflito melhor, portanto acredito que o conteúdo da minha escrita tem mais essência do que as palavras ditas por mim.

ED — Que sugestões podes deixar aos autores do PV?

CAF — Penso que, em primeiro lugar, é muito importante ler. É essencial, todos os dias, sentarmo-nos um bocadinho, lermos e tirarmos partido do que aprendemos com a leitura. Ler bastante — revistas, jornais, não tem necessariamente de ser um livro — acho essencial.

ED — Este tipo de experiências é relevante para um aluno que está a terminar o ensino secundário?

CAF — Claro que sim. Por acaso, sou do curso de ciências e tecnologias. Tenho um grande amor à escrita, mas defendo que para qualquer aluno, independentemente do curso em que esteja, é relevante, porque é um novo desafio, são novas experiências e tiramos partido disso. Enriquece-nos em termos de cultura — em termos de escrita e oralidade — o que é muito importante.

Celeste Ferreira com alunos

Educatio (ED) — Como tem decorrido o projeto na sua escola?

Celeste Ferreira (CF) — Cada vez melhor! No início, não houve muita adesão, pelo que eu trabalhava mais com as minhas turmas, mas, depois e gradualmente, os meus colegas foram colaborando, dando informação sobre eventos, visitas de estudo ou palestras de escritores, o que me permitia pedir aos alunos para trabalharem como pequenos repórteres. Acho que está a correr tudo muito bem.

ED — Qual é a relevância desta publicação para os alunos que escrevem?

CF — Esta publicação é um trabalho em que os alunos participam e em que se empenham. Ficam orgulhosos, pois o fruto do seu trabalho é reconhecido. Alguns textos encaixam-se no programa de Português, portanto, ao mesmo tempo, eles trabalham as várias tipologias textuais e podem divulgar os seus escritos no Ponto e Vírgula. No final de contas, acabamos por juntar o útil ao agradável. E tem sido muito bom para nós, professores.

É uma mais-valia para os alunos, pois a sua formação não se esgota no espaço da sala de aula ou da escola. Uma das dificuldades maiores dos alunos é a produção escrita, o que, muitas vezes, se prende com a falta de hábitos de leitura, mesmo quando a escola tem projetos que a incentivam.

ED — Quais terão sido as maiores dificuldades no Ponto e Vírgula?

CF — As nossas rubricas foram ao encontro dos alunos, desde o texto de opinião às curiosidades. Eles acharam muita piada ao título do suplemento e ao facto de as várias rubricas serem identificadas com sinais de pontuação e auxiliares de escrita — o que também faz parte do programa da disciplina de Português.

Uma das primeiras preocupações dos alunos foi ao nível da imagem. Achavam que tinham de ficar muito bem, pois a fotografia ia ser publicada no DN Madeira. O seu maior receio era o de se exporem. A equipa do Ponto e Vírgula foi muito cuidadosa neste aspeto. E sempre que o solicitei, tive imenso apoio dos elementos da SRE.

ED — Como é que a comunidade escolar tem acolhido o Ponto e Vírgula?

CF — Muito bem. Posso dizer que tive muito apoio dos colegas, até de outros grupos disciplinares. O coordenador da equipa multidisciplinar apoiou-me nos contactos com os responsáveis pelos clubes, pelos vários projetos da escola. Por exemplo, o grupo de Educação Física ajudou-nos imenso na rubrica sobre boas práticas, em que divulgámos a Feira da Saúde, uma atividade inserida na semana saudável. O apoio dos pais e encarregados de educação também tem sido muito bom, nomeadamente permitindo a participação dos seus educandos.

Pode descarregar as sete edições do PV em formato PDF.

Nos três primeiros meses, o Ponto e Vírgula teve oito páginas, que — com o sucesso registado — passaram a dezasseis nos seguintes.

Garantir a participação harmoniosa das escolas públicas com ensino secundário ou terceiro ciclo do ensino básico foi uma preocupação sempre presente.

Para ler e reler…

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