Boas práticas para conduzir um teste de usabilidade
Meio que aprendi e estou aprendendo as coisas aos trancos (gíria de mineiro rsrs), na marra, por meio de tentativas e erros. Através dessas jornadas descobri que criar um bom roteiro de teste não é fácil, então decidi compartilhar aqui boas práticas que nós, do chapter de design da Eduzz, encontramos ao longo dos processos.
Tá, vamos lá! Podemos ver no mercado grandes marcas que relatam que os testes de usabilidade e os processos de UX levaram o negócio a outro nível.
Mas o que é necessário para realizar um teste de usabilidade poderoso que levará a resultados e melhorias relevantes?
Para responder essa pergunta, vou citar alguns passos que utilizamos em nossos processos.
1º ) O que você vai testar?
O protótipo, apesar de ser feito na maioria das vezes de maneira tardia, por sua natureza não é a primeira etapa do processo, você pode fazer testes de usabilidade com sistemas já prontos e rodando, a fim de criar um mapeamento do que pode ser melhorado.
Pode ser um site com funcionalidade limitada, um aplicativo de demonstração ou um wireframe interativo.
O objetivo é conseguir mensurar o nível de dificuldade que os usuários vão enfrentar na proposta e propor as mudanças necessárias para um segundo teste ou até mesmo o descarte da proposta como um todo.
2º ) Montar um planejamento
Montar um plano de teste é a próxima etapa importante do teste de usabilidade. De certa forma, você começou a trabalhar nisso durante a fase de desenvolvimento do protótipo.
O planejamento do teste deve responder duas perguntas importantes
- O que você vai testar?
- Como vai medir os resultados?
Comece pelo ponto que você quer testar
É muito importante você definir o que você realmente quer testar no seu fluxo (protótipo), dado que você já definiu o ponto a ser testado.
O próximo passo é criar um contexto e conduzir o usuário através de uma narrativa simples e objetiva até este ponto do fluxo para testa-lo.
Tomar cuidado para que essa narrativa não condicione o usuário a fazer o caminho que você quer.
Objetivos definidos? Coloque no papel. Anote em um plano de teste. Coloque em qualquer lugar, desde que não perca de vista. E a partir deles, crie as tarefas.
Você pode até enumerar os passos necessários para realizar a tarefa, normalmente você faz isso na construção do wireframe, tendo essa lista pronta fica fácil criar o roteiro.
Crie um contexto simpático
O seu papel é fazer com o que teste seja o mais próximo possível de uma situação real de uso. Por isso, crie cenários de tarefa com base em situações cotidianas, para que a pessoa possa se colocar naquela situação — e fugir de uma simulação apenas mecânica ou avulsa.
Sucesso do teste
Para cada tarefa, há um caminho ideal = sucesso da tarefa. E é muito útil você definir isso antes de começar os testes, para saber em que você deve prestar atenção. E aqui você pode incluir métricas úteis para analisar os resultados depois.
3º ) Recrutar participantes para fazer o teste
Agora você tem um protótipo e tem uma narrativa do que gostaria de explorar. A próxima parte do processo é identificar os usuários certos.
Se você tiver uma boa ideia sobre o seu público-alvo ou a persona do cliente ideal, será mais fácil recrutar participantes para o teste. Desta forma você chegará o mais próximo possível do resultado que mais entregará valor para as pessoas que usarão o respectivo produto.
Mãos na massa, faça o teste
Os testes de usabilidade podem ter alguns formatos. Uma das opções é o teste moderado que é basicamente orientar os participantes do teste durante o processo.
Neste cenário você poderá ter surpresas, em caso de você optar por tal sessão cronometrada, é possível que alguns dos participantes cheguem atrasados ou mesmo defeito técnico pode impedir o protótipo de funcionar conforme o esperado.
É bom você ter um plano de contingência para tais situações.
Para os teste não moderados é essencial o uso de uma boa ferramenta de teste, aqui na Eduzz usamos o Maze e o Hotjar, mas existem várias outras ferramentas como Useberry, User Testing, Suvicate e Optimal Worshop.
E agora… Existe um número exato para validar o teste?
Esta é uma das perguntas mais comuns de quem está começando na área. O teste de usabilidade é uma técnica aplicada principalmente de forma qualitativa, eis aqui a importância da etapa anterior, o recrutamento.
E com quantas pessoas fazer um teste de usabilidade? Quanto maior o número de participantes, melhor o estudo. Mas também fica mais caro e mais demorado. O segredo é encontrar um ponto ideal de bom custo benefício.
Segundo a recomendação do Jakob Nielsen, que mostrou que com apenas 5 participantes você consegue encontrar até 80% dos problemas de usabilidade em uma interface.
Então com 5 a 8 participantes posso validar meu teste? Não necessariamente. O número 5 é uma estimativa, mas em muitos casos vale a pena fazer com mais pessoas.
4º ) Documente os resultados do teste
Compilar e organizar os resultados do teste de usabilidade vai ser um processo bem analítico. Entretanto é uma das etapas mais importantes: Validar as hipóteses geradas.
O resultado pode ser documentado de várias maneiras:
- Uma planilha com notas
- Gravações de áudio
- Capturas de tela e gravações de vídeo
- Feedback e pesquisas preenchidas pelos próprios participantes
- Cálculos de porcentagem da taxa de sucesso gerado pela ferramenta utilizada
- Cálculos de porcentagem da taxa de erro gerado pela ferramenta utilizada
Através dessas informações, crie um relatório ou uma apresentação para mostrar todos itens de sua pesquisa.
- Contexto do teste, quem são suas personas e quais pontos você queria validar
- Metodologia do teste, mais ferramentas você utilizou
- Resultados do teste em forma de diagramas com números e porcentagem
- Descobertas, insights e feedbacks
5º ) Conclusão
Finalmente estamos no final do processo, agora você pode fazer bom uso dos resultados do teste. A parte final desde processo é corrigir erros e melhorar cada vez mais a experiência dos usuários com base no estudo e feedbacks.
Não tenha medo do processo do teste de usabilidade, erramos muito pra começar a entender todo esse universo. Mas esse processo é a parte integrante da montagem de um produto funcional. Ainda que seja um pouco confuso no inicio e exija muita pesquisa para determinar qual será o melhor caminho, o retorno sobre o investimento do produto será alto já você reduziu bastante as chances de erros.
Quero agradecer por sua atenção. Espero que tenha esclarecido e te ajudado de alguma forma ;)
