Animais de pequenos produtores são tratados com homeopatia
Um tratamento que utiliza as substâncias que provocam os sintomas para tratar ou aliviar vários tipos de doenças
Considerados uma terapia sem efeitos colaterais, os medicamentos homeopáticos não focam apenas nos problemas, mas sim no indivíduo como um todo. Dependendo das necessidades de cada animal, os medicamentos usados na terapia são específicos para cada paciente.
Só é considerado medicamento homeopático a substância diluída e dinamizada vinda dos reinos animal, vegetal ou mineral. Com ele, é possível tratar qualquer doença não-cirúrgica com a vantagem de não ter efeitos colaterais nos animais.
“A homeopatia é uma ferramenta para a produção orgânica. Hoje ela é regulamentada por lei para uso no sistema agropecuário. Ela se diferencia do convencional porque usa elementos da natureza para a sua composição”, explica a agrônoma Simone Grizza.
Este tipo de medicamente é feito à base de produtos naturais, interferindo diretamente na qualidade dos seus derivados, sejam eles carnes, leite ou ovos. Além do baixo custo do medicamento, ele é ecologicamente correto, pois não deixa produtos tóxicos ao meio ambiente.
Segundo a agrônoma, que usa a homeopatia diluída na água em uma granja de sua propriedade, é perceptível a mudança nos alimentos após o uso contínuo do medicamento. “A eficiência do decaimento pode ser percebida na qualidade dos ovos. O ovo fica com uma casca bem firme, lisa e sem nenhum defeito. Isso mostra que o cálcio está sendo distribuído de forma suficiente para os ovos terem uma postura de qualidade”.
Assentamento do MST produz medicamento homeopático para ajudar pequenos produtores
A Coperjunho — Cooperativa agroindustrial 08 de junho, de Laranjeiras do Sul, conseguiu em 2012, R$ 100 mil reais para construir um laboratório de homeopatia, através de um prêmio ganhado pela Nestlé, no programa Nestlé de Criação de Valor Compartilhado.
Os medicamentos produzidos na cooperativa são vendidos diretamente para os produtores rurais da localidade, mas é através de algumas parcerias, como com o técnico da EMATER de Espigão do Sul e Reserva do Iguaçu, que a Coperjunho consegue articular melhor a comercialização do medicamento com os demais produtores.
Segundo o Coordenador do Assentamento e responsável pela cooperativa, Evandro de Amorin, o que se utiliza para a produção do medicamento são as matrizes homeopáticas. “Cada medicamento tem uma matriz e é aí que se consegue manipular e fazer o medicamento em si. Então, tendo o medicamento, se mede 1 ml da matriz para fazer um vidrinho de 30 ml do medicamento pronto. A diferença é que para isso é preciso fazer a dinamização, que antigamente eram batidos 100 vezes o vidrinho na palma da mão, mas que agora temos um equipamento específico para fazer isso”.
A embalagem do medicamento terapêutico é feita em vidrinhos de 30 ml com conta-gotas, um rotulo com os dados básicos, nome da empresa, CNPJ e a validade, que é de dois anos. Por conta da grande produção de vacas leiteiras dos produtores do assentamento, o medicamento feito pela cooperativa visa principalmente tratar os problemas de mastite.
Evandro comenta que a compra desse produto muitas vezes é feita diretamente na cooperativa. “Como esse é um medicamento muito barato, comparado com os da mastite vendidos em agropecuárias, boa parte dos produtores costuma ir direto na cooperativa buscar”.
Decididos a trabalhar basicamente com o leite orgânico entre os produtores assentados, o projeto foi iniciado basicamente como um teste. Para Evandro, um dos problemas de quem trabalha com animais é manter a sanidade deles. “Para não usar os medicamentos convencionais, a homeopatia vem mais para testar, tratar e aliviar vários tipos de doenças”.
